SARESP EM REVISTA

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Tecnologia de transferência do DNA - enzimas de restrição, vetores e clonagem molecular. Engenharia genética e produtos geneticamente modificados – alimentos, produtos médicofarmacêuticos, hormônios. Retomada – Reconhecer as aplicações da engenharia genética na medicina, entre elas a terapia gênica. O item apresentou aos estudantes o excerto de um texto, um artigo de divulgação científica, no qual se discutia as aplicações da engenharia genética na medicina e suas implicações éticas. Cerca de 60% dos estudantes indicaram a alternativa correta, demonstrando terem compreendido a discussão apresentada no excerto e as implicações éticas ali colocadas. Dentre os 27% de estudantes de maior desempenho, ou maiores escores na prova, o percentual de acerto foi de 88,6%, o que demonstra o maior domínio que têm dos objetos de conhecimento e da habilidade associada ao item. Porém, dentre os 27% de estudantes de menor desempenho, ou de menores escores na prova, o percentual de acerto foi de apenas 30,2%. Nesse grupo, as respostas se distribuíram quase que de modo uniforme pelos quatro distratores, com ligeira predominância de indicações para os distratores C e D. Esses distratores traziam afirmações excessivamente otimistas e erradas quanto à aplicabilidade da engenharia genética na medicina, o que sugere que boa parte dos estudantes têm essa visão e interpretação sobre a aplicabilidade das técnicas de genética molecular em benefício do homem. No ponto 300 da escala de proficiência, parte dos estudantes da 3ª série com proficiência no nível Básico (proficiência maior que 275 e menor que 350) têm maior probabilidade de responder corretamente o item, assim como aqueles nos níveis de proficiência Adequado e Avançado. Esses últimos, porém, não somam 10% dos estudantes do ensino médio, e aqueles com proficiência no nível Básico são 39,5% do total de estudantes nessa etapa da escolarização. Ou seja, a maioria (52,1%) não têm a proficiência necessária para compreensão da discussão apresentada pelo item, para a compreensão da situação-problema com o grau de complexidade com o qual é apresentada, dos conteúdos e habilidade associados ao item. Desse modo, embora seja um item característico do nível Básico de proficiência, justifica-se o baixo percentual de acerto entre os estudantes do ensino médio, onde a maioria têm proficiência no Abaixo do Básico. O item está na descrição da escala de proficiência, no ponto 300, com a seguinte descrição: Os estudantes de 3a série do ensino médio: - interpretam texto de divulgação científica, reconhecendo que o mesmo defende que, a despeito dos benefícios trazidos pelo desenvolvimento científico na área da genética, há questões éticas que precisam ser respeitadas. Esse é um desafio aos professores: uma vez feito o diagnóstico, uma vez explicitadas as fragilidades, discutir as estratégias pedagógicas que possam revertê-las. Essas estratégias não devem se restringir ao trabalho com os estudantes do ensino médio, uma vez que fragilidades trazidas de etapas anteriores da escolarização impactam e aprofundam aquelas diagnosticadas no ensino médio. Exemplo 2 Nível: Adequado [350 a < 400] Compõe a descrição do ponto 375 da Escala de Ciências – SARESP EM13CNT208 Aplicar os princípios da evolução biológica para analisar a história humana, considerando sua origem, diversificação, dispersão pelo planeta e diferentes formas de interação com a natureza, valorizando e respeitando a diversidade étnica e cultural humana. O item está associado aos objetos de conhecimento - Conceito de espécie; Evolução (árvores filogenéticas), e à habilidade EM13CNT208. Na descrição da escala de proficiência, posição 375, o item aparece como: Os estudantes de 3a série do ensino médio: - estabelecem as relações de parentesco entre o Homo sapiens e o Homo neanderthalensis, com base em árvore filogenética. Embora a posição do item na escala de proficiência esteja no ponto 375, no nível Adequado, apenas 32,8% dos estudantes se mostram capazes de responder corretamente o item, ou seja, são capazes de “estabelecer as relações de parentesco entre o Homo sapiens e o Homo neanderthalensis, com base em árvore filogenética.”, o que se justifica uma vez que apenas 7,7% dos estudantes da 3ª série têm esse nível de proficiência Adequado, aos quais se somam 0,7% de estudantes com proficiência maior, no nível Avançado. Dentre os estudantes de maior desempenho na prova, 53,2% deles assinalaram a resposta correta, e os demais distribuíram suas respostas entre os distratores, sendo que o menos assinalado foi aquele que afirmava que o Homo sapiens é uma espécie mais antiga que as demais do gênero Homo. O fato desse distrator ser o menos assinalado indica que, ao menos no grupo de estudantes de maior desempenho, parte deles soube identificar algumas informações explicitadas na árvore filogenética, como a indicação da idade das espécies, em milhões de anos. Nesse grupo de estudantes de maior desempenho é maior a composição daqueles com maior proficiência, o que justifica terem melhor compreensão e interpretação da árvore filogenética. Porém, dentre os estudantes de menor desempenho (os 27% de menores escores), 20,7% deles indicou a resposta correta, percentual que corresponde ao acerto casual. Nesse grupo de estudantes, as respostas se distribuíram homogeneamente entre as cinco alternativas do item. O item aborda um tema de interesse e frequentemente veiculado na mídia: evolução do homem e sua relação de parentesco com demais espécies. Contudo, no item essa abordagem se vale da necessidade de interpretação de uma árvore filogenética. Cada afirmativa posta nas alternativas poderia ser validada ou não validada pelo confronto do contido na alternativa com as informações na árvore filogenética assim como a correta interpretação dessas informações. Para esse procedimento, relativamente complexo, a maioria dos estudantes não apresentou proficiência e habilidade necessárias. Assim como no item anterior aqui comentado, também este item evidencia o desafio que se impõe aos professores de Ciências da Natureza no ensino médio: uma vez detectada a fragilidade, no caso o pouco domínio dos estudantes sobre os objetos de conhecimento que requerem interpretação de árvores filogenéticas, e o pouco domínio que têm da habilidade a partir da qual deveriam ser capazes de estabelecer as relações de parentesco entre o Homo sapiens e o Homo neanderthalensis, discutir estratégia de ensino que possam reverter o quadro aqui apresentado.