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Introdução
Considerando o conjunto dos itens de geografia aplicados, verifica-se a abrangência e a coerência na utilização das seis Unidades Técnicas, presentes no Currículo Paulista de Geografia para os anos finais do Ensino Fundamental em Geografia do 6º ano 9º ano, que são: O sujeito e seu lugar no mundo; Mundo do trabalho; Natureza, ambientes e qualidade de vida; Formas de representação do pensamento espacial; Conexões e Escalas; e Natureza, ambientes e qualidade de vida. Essas unidades temáticas reúnem o conjunto das habilidades e seus respectivos conhecimentos, que foram empregados na elaboração dos cadernos de prova utilizados na avaliação de 2023.
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Conclusão
Com relação à perspectiva de análise conjunta entre o 6º e o 7º anos, é importante salientar que as habilidades que envolvem a necessidade do pensamento mais estruturado e elaborado apresentam resultados mais frágeis. Essas habilidades propõem ações como: descrever, relacionar, analisar e discutir. Em contrapartida, a competência cognitiva indicar apresenta uma condição avaliativa mais favorável aos respondentes.
Outro aspecto relevante faz referência à cartografia, pois o 6º ano não apresentou grandes problemas, uma vez que o tema está direcionado a essa fase de aprendizagem dos respondentes. No entanto, quando se avalia os resultados do 7º ano, a dificuldade em representação cartográfica aparece de forma nítida. Ou seja, observa-se dificuldades na continuidade da aprendizagem desse tema no decorrer da trajetória escolar do 6º para o 7º ano EF. Tal condição não se deve à dificuldade em compreender os elementos fundamentais dos aspectos sistemáticos da cartografia, mas à dificuldade de utilizar os mapas temáticos para ler e analisar representações espaciais. Para concluir, é necessário reavaliar as estratégias de aprendizagem que envolvem o processo de alfabetização cartográfica no decorrer da Educação Fundamental.
A análise conjunta entre o 8º e 9º anos a partir das habilidades que exigem a elaboração de um tipo de pensamento mais estruturado e complexo apresentam resultados mais frágeis. Essas habilidades abordam ações como: definir, comparar e analisar, especialmente quando o item contém um mapa temático para especializar os fatos e fenômenos que estão sendo avaliados.
Além do mais, é perceptível a dificuldade dos respondentes em correlacionar fatos e fenômenos da geografia que acontecem em outros espaços da regionalização mundial. Há uma fragilidade em estabelecer análise sobre aspectos físico-naturais, socioeconômicos, políticos e culturais em outros espaços que não seja o Brasil ou mesmo a América do Sul.
Enfim, para além da segmentação da análise feita entre 6º e 7º anos e 8º e 9º anos, nota-se, com base nos resultados aferidos nas avaliações dos quatro anos do Ensino Fundamental, uma possível fragilidade associada à capacidade de analisar os fatos e fenômenos vinculados ao estudo da geografia. O mesmo ocorre com conceitos da geografia que têm seus itens estruturados por meio dos recursos cartográficos, especialmente a cartografia temática. Assim, deve-se considerar a construção de um processo de reforço envolvendo as dificuldades de leitura e análise cartográfica, bem como o próprio processo de alfabetização cartográfica.
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No processo de construção dos itens de Geografia para o 6º ano há indicação de vinte habilidades, que recaem sobre diferentes tarefas cognitivas. São elas: descrever, relacionar, caracterizar, identificar, explicar, aplicar, analisar e associar. Nesse contexto, ao analisar o conjunto dos itens utilizados, observa-se um predomínio de tarefas envolvendo a competência identificar em recursos como textos, mapas, imagens e esquemas relativos aos conhecimentos das Unidades Temáticas.
Em Geografia, de forma ampla, o conjunto dos itens consolidaram na avaliação um índice de dificuldade que variou do nível médio para difícil, como pode ser observado no quadro a seguir:
DIFICULDADE
Indica o percentual de alunos que respondeu corretamente o item. Quanto maior esse índice, mais fácil foi a tarefa proposta para ele resolver.
Esse índice é dividido em 5 categorias:
Muito Fácil: percentual de acerto superior a 85%
Fácil: percentual de acerto entre 65% e 85%
Médio: percentual de acerto entre 35% e 65%
Difícil: percentual de acerto entre 15% e 35%
Muito Difícil: percentual de acerto inferior a 15%
DISCRIMINAÇÃO
Índice que analisa o percentual de acerto em dois grupos, chamados de menor e de maior desempenho, que correspondem a um recorte dos alunos da turma que realizaram a prova. O grupo de menor desempenho é constituído por aproximadamente 27% dos estudantes que obtiveram os menores escores (número de acertos) em toda a prova de matemática. Analogamente, o grupo de maior desempenho também possui contingente parecido do aluno, mas que obtiveram os maiores escores na prova. O índice de discriminação é calculado a partir da diferença do percentual de acerto desses dois grupos no item, sendo que seu propósito é comparar o desempenho desses dois grupos opostos na realização de uma determinada tarefa proposta na prova, verificando assim se o item apresentado tem a propriedade de diferenciar o desempenho daqueles que obtiveram os melhores resultados no teste daqueles que conquistaram os resultados mais tímidos. Em geral, índices de discriminação mais baixos normalmente são observados em itens extremos, ou seja, considerados muito fáceis, em que uma imensa maioria acerta, ou de itens muitos difíceis, que estão relacionados a ideias mais complexas e que se mostraram pouco consolidadas, mesmo para estudantes com bons desempenhos gerais na área de conhecimento. Em contrapartida, itens com bons índices de discriminação decorrem de tarefas cujo conhecimento necessário para sua resolução está bem consolidado no grupo de maior desempenho, mas não está para o grupo de menor desempenho.
Nesse contexto, tomando como referência o conjunto dos itens, verifica-se que houve uma condição satisfatória nas respostas desses itens pelos respondentes, uma vez que a maioria dos itens apresentou bons índices de discriminação (região verde da tabela).
A maior parte dos acertos foi observada em itens que foram elaborados focando as ações de indicar, relacionar, caracterizar e descrever. Os itens que apresentam índices de discriminação ruim estão relacionados com conhecimentos que envolvem aspectos físicos e que compõem o espaço geográfico, sendo: aspectos do relevo, hidrografia, atmosfera e elementos cartográficos, especialmente quando estão vinculados com as competências para explicar, aplicar e analisar.
A título de exemplificação os itens a seguir ilustram essa condição.
Exemplo 1
Habilidade: VUNE06GE08 – Caracterizar biomas e ecossistemas e seus respectivos padrões climáticos, hidrográficos, geomorfológicos, pedológicos e biológicos.
Nesse item, o índice de acerto foi de 55%, sendo que a situação-problema exige conhecimentos sobre a importância da água. De modo simples, pode-se dizer que o objetivo da questão era verificar se os respondentes sabem caracterizar a importância da água em relação ao texto de apoio, que aborda a preocupação internacional com a questão da água pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Vale destacar que pouco menos da metade dos estudantes não indicaram a alternativa correta, demonstrando conhecerem pouco sobre a finalidade da água nas atividades humanas, assim como sua finitude e origem.
Exemplo 2
Habilidade: VUNE06GE08 – Analisar distintas interações das sociedades com a natureza, com base na distribuição dos componentes físico-naturais, incluindo as transformações da biodiversidade local, regional e global.
Nesse item, o total no valor de acerto foi de 62,3%, sendo que a situação-problema exige conhecimentos sobre a dinâmica física-ambiental da Terra e as interações com sociedade. De modo simples, pode-se dizer que o objetivo do exercício era analisar a situação apresentada no texto sobre o movimento de rotação da Terra e suas relações com efeitos e fenômenos geográficos.
Dentre os distratores, destacou-se a escolha da alternativa (A), indicada por 20% dos respondentes, provavelmente por conta da confusão entre os movimentos de translação e de rotação da Terra.
Exemplo 3
Habilidade: VUNE06GE13 – Identificar os elementos do mapa (título, legenda, escala, orientação, projeção, sistema de coordenadas, fontes de informação) em diferentes representações cartográficas.
Dos respondentes, 62,8% acertaram o item, demonstrando que a capacidade de identificar, que aborda aspectos da localização, da posição e da orientação no espaço foi bem desenvolvida. O item apresenta nível de dificuldade médio, porém bem próximo ao limiar com o nível fácil.
Ainda assim, cabe destacar que cerca de 1 em 3 estudantes do 6º ano EF não foi capaz de identificar a resposta correta, sendo que não houve preferência relevante por nenhum dos distratores.
De um modo geral, pode-se constatar que os respondentes conhecem as ideias fundamentais de grande parte das habilidades, aplicando-as corretamente em atividades de nível elementar, que estão vinculadas com a ação de identificar e de descrever fatos e fenômenos geográficos. No entanto, entende-se que o 6º ano é uma fase de introdução dos conhecimentos geográficos e que no decorrer da trajetória educacional novas tarefas mais complexas são introduzidas, envolvendo, por exemplo, as competências de relacionar e analisar. Porém, antes de estabelecer relações e análise sobre os conhecimentos dos fatos e fenômenos da Geografia, deve-se compreender os pressupostos iniciais desses mesmos conhecimentos.
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No processo de construção dos itens de Geografia para o 7º ano há indicação de dezenove habilidades, associadas a diferentes competências cognitivas. São elas: explicar, identificar, analisar, discutir, reconhecer, relacionar ler (mapas) e comparar. Nesse contexto, ao considerar a totalidade dos itens, observa-se um predomínio de tarefas características da competência identificar.
Importante destacar que as habilidades para o 7º ano iniciam um processo voltado ao aprofundamento para analisar os fatos e fenômenos que são produzidos no espaço geográfico. Assim, são apresentadas situações-problema a respeito das variáveis que produzem um determinado fenômeno geográfico, bem como a interação entre elas. Ou seja, há uma complexidade analítica sobre como acontece com esses fatos e fenômenos geográficos, para a construção e apreensão dos conhecimentos específicos da Geografia. Porém, há um domínio das tarefas mais elementares, voltadas para identificar, reconhecer e ler (mapas), que somadas representam mais da metade das questões presentes na prova.
Em Geografia, de forma ampla, o conjunto dos itens consolidou na avaliação um índice de dificuldade de nível médio para difícil.
DIFICULDADE
Indica o percentual de alunos que respondeu corretamente o item. Quanto maior esse índice, mais fácil foi a tarefa proposta para ele resolver.
Esse índice é dividido em 5 categorias:
Muito Fácil: percentual de acerto superior a 85%
Fácil: percentual de acerto entre 65% e 85%
Médio: percentual de acerto entre 35% e 65%
Difícil: percentual de acerto entre 15% e 35%
Muito Difícil: percentual de acerto inferior a 15%
DISCRIMINAÇÃO
Índice que analisa o percentual de acerto em dois grupos, chamados de menor e de maior desempenho, que correspondem a um recorte dos alunos da turma que realizaram a prova. O grupo de menor desempenho é constituído por aproximadamente 27% dos estudantes que obtiveram os menores escores (número de acertos) em toda a prova de matemática. Analogamente, o grupo de maior desempenho também possui contingente parecido do aluno, mas que obtiveram os maiores escores na prova. O índice de discriminação é calculado a partir da diferença do percentual de acerto desses dois grupos no item, sendo que seu propósito é comparar o desempenho desses dois grupos opostos na realização de uma determinada tarefa proposta na prova, verificando assim se o item apresentado tem a propriedade de diferenciar o desempenho daqueles que obtiveram os melhores resultados no teste daqueles que conquistaram os resultados mais tímidos. Em geral, índices de discriminação mais baixos normalmente são observados em itens extremos, ou seja, considerados muito fáceis, em que uma imensa maioria acerta, ou de itens muitos difíceis, que estão relacionados a ideias mais complexas e que se mostraram pouco consolidadas, mesmo para estudantes com bons desempenhos gerais na área de conhecimento. Em contrapartida, itens com bons índices de discriminação decorrem de tarefas cujo conhecimento necessário para sua resolução está bem consolidado no grupo de maior desempenho, mas não está para o grupo de menor desempenho.
Nesse contexto, tomando como referência o conjunto dos itens, em sua maioria com grau de dificuldade médio e difícil, verifica-se que houve uma condição satisfatória nas respostas desses itens pelos respondentes, no que se refere ao índice de discriminação do teste, uma vez que a maioria dos itens apresentou bons resultados (região verde do quadro).
Assim, também se observa que os respondentes optam, na sua maioria, pelo gabarito do item. Um outro ponto diz respeito aos itens com habilidades do 6º ano que, na maioria das vezes, se apresenta como algo desafiante aos respondentes. Neste momento, apresenta melhor desempenho os itens envolvendo os temas: aspecto socioambientais, cartografia, posição e orientação no espaço, recursos hídricos e poluição das águas, bem como dinâmica do relevo, que envolve processos erosivos, tempo e clima, dentre outros.
A título de exemplificação os itens a seguir ilustram alguns assuntos que merecem destaque junto ao professorado.
Exemplo 1
Habilidade: VUNE07GE18 – Analisar o papel dos Territórios Quilombolas, Terras Indígenas e Reservas Extrativistas na conservação e preservação da natureza no Brasil, em especial no estado de São Paulo.
Nesse item, o índice de acerto foi de 29,9%, sendo que a tarefa avaliada é analisar uma situação-problema construída com base em um texto que exige leitura e interpretação pelo respondente, envolvendo conhecimentos sobre as estações ecológicas e a caracterização geoambiental do local. De um modo geral, todas as alternativas tiveram percentual significativo de escolha, indicando que o problema trouxe bastante dúvidas para os estudantes.
De modo simples, pode-se dizer que o objetivo do exercício era verificar se os respondentes sabem caracterizar a importância da unidade de conservação em relação ao texto de apoio, que exemplifica as condições da Estação Ecológica da Jureia-Itatins. Por outro lado, a importância da preservação ambiental é um tema que possibilita aos respondentes se relacionarem com conhecimentos de outros componentes curriculares, em especial Ciências.
Exemplo 2
Habilidade: VUNE07GE18 – Identificar, em registros histórico-geográficos, características dos povos indígenas, comunidades remanescentes de quilombos, povos das florestas e do cerrado, ribeirinhos e caiçaras, entre outros grupos sociais do campo e da cidade em diferentes lugares e tempos.
O item apresentou índice de acerto de 19,7%, muito abaixo, especialmente pelo fato de metade dos respondentes terem indicado o distrator (B) como resposta ao item. Interessante que o texto faz referência à comunidade tradicional que recebeu influência indígena no aprimoramento de suas embarcações. Um dos relatos envolve a comunidade de caiçaras e não dos quilombolas, como foi o item escolhido por uma parte significativa dos respondentes. Nesse caso, a situação problema emprega uma ação direta e objetiva para indicar.
Exemplo 3
Habilidade: VUNE07GE16 – Identificar generalidades e particularidades dos biomas brasileiros, em especial no estado de São Paulo.
O item apresentou índice de acerto de apenas 12%, valor muito baixo, que se deve especialmente pelo fato de os respondentes terem indicado, em sua imensa maioria, o distrator Amazônia como resposta. A temática dos biomas brasileiros é parte importante dos temas e dos conhecimentos do 7º ano, especialmente aqueles presentes no estado de São Paulo.
Com relação ao item, os respondentes possivelmente adotaram como foco a primeira parte do texto, que trata da degradação e do desmatamento ocasionados pela atividade agrícola. Nesse contexto, a opção maior foi pelo bioma Amazônia, especialmente porque, no decorrer do ano de 2023, havia uma preocupação nacional sobre a necessidade de reduzir os desmatamentos nesse bioma, além do fato e de relatos sobre as condições de vida das comunidades indígenas nessa região. Por outro lado, os elementos no texto que tratam dos riscos de extinção das espécies da fauna, como o tamanduá-bandeira, que tem o seu habitat no Cerrado, não foram considerados.
Exemplo 4
Habilidade: VUNE07GE17 – Identificar os tipos de Unidades de Conservação e respectivos papéis na conservação e preservação da biodiversidade nas regiões brasileiras.
Dos respondentes, 53,6% acertaram o item. A tarefa proposta envolve identificar aspectos, temas e conceitos vinculados com o 6º ano, como os processos geomorfológicos relacionados com impactos socioambientais, como os deslizamentos. Nesse contexto, o item apresentou resultado interessante, com o nível de dificuldade médio e um excelente índice de discriminação.
De um modo geral, pode-se constatar que os respondentes conhecem as ideias fundamentais de grande parte das habilidades, porém, a depender do recurso utilizado no item, isso se mostra um elemento de dificuldade ou facilidade. A utilização de imagens tem efeito mais positivo nos resultados quando são analisados os itens que empregam apenas textos. Por fim, entende-se que o 7º ano é uma fase de transformação dos conhecimentos geográficos, pois passam a exigir uma capacidade analítica maior em relação ao ano anterior.
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Em Geografia, assim como observado no 7EF, o conjunto dos itens consolidaram na avaliação um índice de dificuldade de nível médio para difícil.
DIFICULDADE
Indica o percentual de alunos que respondeu corretamente o item. Quanto maior esse índice, mais fácil foi a tarefa proposta para ele resolver.
Esse índice é dividido em 5 categorias:
Muito Fácil: percentual de acerto superior a 85%
Fácil: percentual de acerto entre 65% e 85%
Médio: percentual de acerto entre 35% e 65%
Difícil: percentual de acerto entre 15% e 35%
Muito Difícil: percentual de acerto inferior a 15%
DISCRIMINAÇÃO
Índice que analisa o percentual de acerto em dois grupos, chamados de menor e de maior desempenho, que correspondem a um recorte dos alunos da turma que realizaram a prova. O grupo de menor desempenho é constituído por aproximadamente 27% dos estudantes que obtiveram os menores escores (número de acertos) em toda a prova de matemática. Analogamente, o grupo de maior desempenho também possui contingente parecido do aluno, mas que obtiveram os maiores escores na prova. O índice de discriminação é calculado a partir da diferença do percentual de acerto desses dois grupos no item, sendo que seu propósito é comparar o desempenho desses dois grupos opostos na realização de uma determinada tarefa proposta na prova, verificando assim se o item apresentado tem a propriedade de diferenciar o desempenho daqueles que obtiveram os melhores resultados no teste daqueles que conquistaram os resultados mais tímidos. Em geral, índices de discriminação mais baixos normalmente são observados em itens extremos, ou seja, considerados muito fáceis, em que uma imensa maioria acerta, ou de itens muitos difíceis, que estão relacionados a ideias mais complexas e que se mostraram pouco consolidadas, mesmo para estudantes com bons desempenhos gerais na área de conhecimento. Em contrapartida, itens com bons índices de discriminação decorrem de tarefas cujo conhecimento necessário para sua resolução está bem consolidado no grupo de maior desempenho, mas não está para o grupo de menor desempenho.
Nesse contexto, verifica-se que houve uma condição satisfatória nas respostas desses itens pelos respondentes, no que se refere ao índice de discriminação do teste, uma vez que a maioria dos itens apresentou bons resultados (região verde do quadro). Em contrapartida, é importante registrar o aumento no número de questões na região laranja na prova do 8EF.
No processo de elaboração das provas de Geografia para o 8º ano foram propostas tarefas envolvendo diferentes competências, dentre elas: definir, identificar, descrever, analisar, comparar, discutir, reconhecer, ler (mapa), interpretar e relacionar.
Assim, no conjunto dos itens há o predomínio da competência identificar, porém em menor quantidade no comparativo com o que se observou nas provas do 6º e 7º anos. Em contrapartida, há um aumento no percentual de questões que possuem o objetivo de avaliar por meio de situação-problema em contextos mais complexos.
As habilidades para o 8º ano têm por função central consolidar os conhecimentos adquiridos nos anos anteriores, em especial conceitos e temas sobre o espaço brasileiro, dinâmicas demográficas e os fenômenos socioespaciais referentes à globalização para, posteriormente, iniciar os estudos em escala mundial, envolvendo aspectos históricos, políticos, econômicos, culturais e físico-naturais que se materializam em diversas parte do globo e em diferentes períodos. Assim, são avaliadas nas situações-problema as variáveis que produzem um determinado fenômeno geográfico, bem como a interação entre elas. Ou seja, há uma complexidade analítica e comparativa sobre como acontecem esses fatos e fenômenos geográficos, para a construção e apreensão dos conhecimentos específicos da Geografia.
Os itens que apresentam habilidades mais complexas abordam temas relacionados com a migração, a regionalização do espaço mundial, a análise cartográfica, a formação geormofológica e os biomas da América do Sul, a geopolítica, a análise populacional, os recursos hídricos e seus impactos. Importante destacar que os temas envolvendo a regionalização e os biomas brasileiros, que pertencem ao conjunto dos conhecimentos do 7º ano, estão presentes no caderno de itens do 8º ano, e apresentam nível de dificuldade médio e difícil.
Além disso, itens que empregaram recursos visuais, como gráfico e tabelas, que tinham como finalidade analisar e comparar situações-problema envolvendo a análise populacional e a espacialização dos fatos e fenômenos geográficos, por meio de mapas, também apresentaram grau de dificuldade variando entre médio e difícil, mas com bom potencial de discriminação entre os estudantes.
Nos itens do caderno de Geografia, de forma ampla, o conjunto dos itens consolidou na avaliação um índice de dificuldade predominantemente difícil. Os itens de Geografia, em sua maioria, se mostram desafiadores para os respondentes, demandando uma resolução atenta e analítica com relação às situações-problema que são apresentadas, especialmente pela abordagem de temas que exigem conhecimentos mais elaborados, em especial a geopolítica, envolvendo blocos geoeconômicos, disputas comerciais e territoriais, geografia da população, dentre outros.
Um ponto relevante diz respeito aos itens que foram construídos a partir das habilidades de anos anteriores e que continuam sendo desafiadores aos respondentes. Estão nessa condição os itens que abordam os seguintes temas: biomas brasileiros, regionalização do espaço brasileiro e formação territorial brasileira.
A título de exemplificação, os itens a seguir ilustram algumas tarefas presentes na avaliação.
Exemplo 1
Habilidade: VUNE08GE05 – Comparar a formação territorial de países latino-americanos a partir das influências pré-colombiana e colonial.
O item apresentou índice de acerto de 30,4%, a habilidade avaliada estabelece a ação de comparar, sendo que o item apresenta uma situação-problema construída com base em um conjunto de imagens, e que exige atenção e observação cuidadosas pelo respondente.
Envolvem conhecimentos sobre a formação territorial e as populações pré-colombianas na América Latina, de um lado, astecas, relativo ao México, e de outro os indígenas, relativo ao Brasil. De um modo geral, a maior parte dos respondentes não optou pelo gabarito, mas pelos distratores, com destaque para (B), com uma porcentagem de escolha muito similar à da alternativa correta. A resposta correta ao item deve contemplar uma explicação a partir do contexto da colonização espanhola, em relação aos astecas, como indica a imagem.
Exemplo 2
Habilidade: VUNE08GE07 – Discutir a posição de liderança global dos Estados Unidos e sua relação com os países que integram o BRICS-Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, em especial com o Brasil e a China.
O índice de acerto do item foi de 16,7%, considerado muito baixo. Os respondentes preferiram todos os distratores como possíveis respostas ao item, ou seja, todos eles foram escolhidos por um percentual de alunos superior ao que optaram pelo gabarito. O item traz como referência uma tabela com dados demográficos de dois países, empregando conceitos clássicos de demografia: população absoluta e população relativa. A habilidade relacionada ao item prevê discutir os dados demográficos nos contextos dos países. Entretanto, há a necessidade de os respondentes empregarem corretamente os conceitos demográficos para fazerem a análise a contento. A alternativa mais assinalada foi (C), o que apresenta uma leitura direta sobre o contingente populacional dos dois países.
Exemplo 3
Habilidade: VUNE07GE15 – Identificar os domínios morfoclimáticos no território brasileiro.
O item aborda tema pertinente para o 7º ano, os biomas, e a competência de identificar seus domínios morfoclimáticos, tendo índice de acerto de 41,1%. Assim sendo, o tema que se mostrou difícil aos respondentes do 7º ano, ao ser retomado no ano seguinte, apresentou um resultado melhor. É preciso ressaltar que o item apresentado no 8º ano contém uma imagem de apoio, não somente um texto.
Mesmo assim, é importante destacar a atratividade da alternativa (A), assinalada por pouco mais de um terço dos respondentes, sugerindo que para uma quantidade significativa de alunos ainda há uma dificuldade em distinguir as diferenças morfoclimáticas da caatinga e do cerrado.
De um modo geral, pode-se constatar que os respondentes conhecem os temas gerais da Geografia escolar. Os itens de geografia trouxeram inúmeros recursos e abordaram temas de estudo clássico, porém, a dificuldade está no conjunto das habilidades que demandam conhecimentos e raciocínio mais complexos. Com uma quantidade reduzida de itens explorando habilidades elementares, houve um aumento relevante no grau de dificuldade para médio e difícil.
Dessa forma, entende-se que o 8º ano, por ser uma fase de consolidação dos conhecimentos geográficos, apresenta dificuldades que estão para além da geografia, pois envolvem também habilidades mais específicas e exige maior potencial de análise e de abstração para compreender os fatos e fenômenos geográficos que são produzidos no espaço geográfico, especialmente no contexto mundial.
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No processo de elaboração da prova de Geografia para o 9º ano foram escolhidos itens para aferir o desenvolvimento de vinte habilidades, sendo que as principais competências avaliadas foram: analisar, identificar, associar, relacionar, reconhecer, ler (mapa), comparar e interpretar.
Nesse contexto, o conjunto dos itens apresenta um predomínio de tarefas que se propõem a identificar, tendo um percentual de itens na prova próximo ao observado no 8º ano. Essa competência ganha uma dimensão mais geral no 8º e 9º anos, ficando voltada sobre os fatos e fenômenos geográficos, sendo um ponto de partida para compreender outras habilidades desenvolvidas no decorrer do processo formativo do respondente.
As habilidades para o 9º ano têm por função central continuar o processo de consolidação e potencialização para o aprofundamento envolvendo a análise dos conhecimentos relativos aos fatos e fenômenos que são produzidos no espaço geográfico. Acrescenta-se a necessidade de o respondente prosseguir com seus estudos no Ensino Médio. Assim, são avaliadas situações-problema nas quais as variáveis, que produzem determinado fenômeno geográfico, sejam compreendidas em suas partes e na totalidade. Ou seja, há uma complexidade analítica e associativa de como são produzidos esses fatos e fenômenos geográficos para a construção e a apreensão dos conhecimentos específicos da geografia, além de retomar habilidades desenvolvidas em anos anteriores.
Os itens que apresentam habilidades mais complexas abordam temas vinculados com os seguintes conceitos e temas: divisão continental, relação de fronteira nacionais, dados socioeconômicos dos países, aspectos da geopolítica, representação cartográfica, fontes de energia, blocos geoeconômicos, acordos multilaterais, sistemas de produção, população pré-colombiana, processo de globalização e formação geomorfológica nos continentes.
Os itens propostos tomaram como apoio diversos recursos visuais, como mapas, anamorfoses, gráficos e tabela. A maioria desses recursos foram empregados em tarefas voltadas para a competência de analisar e comparar situações-problema, abordando temas que envolvem a espacialização dos fatos e dos fenômenos geográficos.
Os itens, de forma ampla, consolidam no conjunto da avaliação um índice de dificuldade entre médio e difícil, totalizando mais de 90% das questões usadas na composição do teste. Ou seja, uma pequena parte do teste se mostrou fácil para o público avaliado.
DIFICULDADE
Indica o percentual de alunos que respondeu corretamente o item. Quanto maior esse índice, mais fácil foi a tarefa proposta para ele resolver.
Esse índice é dividido em 5 categorias:
Muito Fácil: percentual de acerto superior a 85%
Fácil: percentual de acerto entre 65% e 85%
Médio: percentual de acerto entre 35% e 65%
Difícil: percentual de acerto entre 15% e 35%
Muito Difícil: percentual de acerto inferior a 15%
DISCRIMINAÇÃO
Índice que analisa o percentual de acerto em dois grupos, chamados de menor e de maior desempenho, que correspondem a um recorte dos alunos da turma que realizaram a prova. O grupo de menor desempenho é constituído por aproximadamente 27% dos estudantes que obtiveram os menores escores (número de acertos) em toda a prova de matemática. Analogamente, o grupo de maior desempenho também possui contingente parecido do aluno, mas que obtiveram os maiores escores na prova. O índice de discriminação é calculado a partir da diferença do percentual de acerto desses dois grupos no item, sendo que seu propósito é comparar o desempenho desses dois grupos opostos na realização de uma determinada tarefa proposta na prova, verificando assim se o item apresentado tem a propriedade de diferenciar o desempenho daqueles que obtiveram os melhores resultados no teste daqueles que conquistaram os resultados mais tímidos. Em geral, índices de discriminação mais baixos normalmente são observados em itens extremos, ou seja, considerados muito fáceis, em que uma imensa maioria acerta, ou de itens muitos difíceis, que estão relacionados a ideias mais complexas e que se mostraram pouco consolidadas, mesmo para estudantes com bons desempenhos gerais na área de conhecimento. Em contrapartida, itens com bons índices de discriminação decorrem de tarefas cujo conhecimento necessário para sua resolução está bem consolidado no grupo de maior desempenho, mas não está para o grupo de menor desempenho.
A prova de Geografia também possibilitou aos respondentes utilizar conhecimentos cartográficos, que tem o seu desenvolvimento iniciado no 6º ano. Mesmo assim são itens que exigiam uma resolução atenta e analítica da situação-problema apresentada, especialmente pela abordagem de temas que envolvem conhecimentos mais elaborados, em especial, a geopolítica, a dinâmica dos blocos geoeconômicos, as disputas comerciais e territoriais, as fontes de energia, sistema de produção, dentre outros.
Um ponto relevante diz respeito aos itens que utilizam habilidades de anos anteriores e que apresentaram bons resultados estatísticos. Os temas abordados por esses itens envolvem: população pré-colombianas, globalização, análise demográfica, biomas, regionalização do espaço brasileiro e formação territorial brasileira.
A título de exemplificação, os itens a seguir ilustram essa condição.
Exemplo 1
Habilidade: VUNE09GE06 – Analisar características de países e grupos de países europeus, asiáticos e da Oceania em seus aspectos populacionais, políticos, ambientais, urbanos e econômicos.
Nesse item, o índice de acerto foi de 22,9% para uma tarefa voltada para a capacidade de analisar as características geográficas que demarcam a fronteira entre dois continentes, a partir de uma situação-problema construída com base em um mapa. O respondente precisa mobilizar conhecimentos desenvolvidos no decorrer do seu processo formativo para marcar o gabarito da questão, uma vez que o mapa serve apenas como elemento de localização e espacialização. De um modo geral, o gabarito corresponde ao percentual com menor indicação, nesse caso, 22,9%. Por outro lado, os demais distratores apresentam um percentual muito próximo ao gabarito, o que pode ser um indicativo de dúvida generalizada por parte dos estudantes que responderam à questão, o que sugere que a temática ainda não está bem estabelecida ao final do Ensino Fundamental.
Exemplo 2
Habilidade: VUNE09GE02 – Reconhecer a atuação e influências das corporações internacionais e organizações econômicas sobre a vida da população em relação ao consumo, cultura, política, mobilidade, educação entre outros em diferentes regiões do mundo.
O item contempla conhecimentos sobre o processo de globalização, que são abordados em habilidades nos 7º e 8º anos, sendo acertado por apenas 21,2% dos respondentes. A questão foi construída tendo como referência um recurso textual que faz a descrição do contexto produtivo tecnológico dos Estados Unidos. Com essa descrição, o respondente deve relacionar em que local o aparato produtivo industrial e tecnológico está instalado. O desempenho aferido sugere possível desconhecimento espacial sobre a organização das atividades produtivas e tecnológicas pelo mundo.
Exemplo 3
Habilidade: VUNE09GE04 – Associar o critério da divisão do mundo em Ocidente e Oriente a partir do Sistema Colonial implantado pelas potências europeias às consequências políticas, econômicas, sociais, culturais e ambientais para diferentes países.
O item teve índice de acerto de 31,4%, sendo que os estudantes optaram quase que igualmente pelas alternativas (C) e (D). A competência cognitiva associar se insere a partir da caracterização de uma condição envolvendo um bloco econômico regional, no qual o próprio texto fornece pistas diretas ao respondente. Uma dessas pistas indica que há um “entrave” para a adoção de uma moeda única. O desconhecimento do significado da palavra “entrave” pode ter contribuído para tornar o item com grau de dificuldade difícil.
Exemplo 4
Habilidade: VUNE09GE10 – Identificar a diversidade, as diferenças e desigualdades sociopolíticas e geopolíticas mundiais a partir de um conjunto de dados ou informações.
O item apresentou índice de acerto de 45,1%, sendo classificado como mediano. A tarefa trazia um texto que apresenta aspectos a respeito do potencial tecnológico e inovador dos países, segundo o número de registros de marcas e patentes. O respondente, após a leitura do texto, precisa identificar o conjunto de países com determinada característica. A proposta está associada a uma habilidade muito trabalhada em anos anteriores, porém a ação de identificar está colocada a partir de um recurso estritamente textual que exige conhecimento prévio sobre a dinâmica da dependência tecnológica dos países.
De um modo geral, constata-se que os respondentes conhecem os temas gerais de Geografia escolar, porém, no 9º ano os conhecimentos mais específicos são desenvolvidos por meio de habilidades mais complexas, que demandam um grau de aprofundamento e abstração maior sobre os conceitos e temas da Geografia contemporânea. Assim, há uma dificuldade maior sobre as habilidades que exigem conhecimentos e raciocínios complexos, envolvendo mais de uma variável, conceitos, para a compreensão da dinâmica mundial.
Dessa forma, entende-se que no 9º ano, por ser uma fase de conclusão dos conhecimentos geográficos na Educação Fundamental, pode ocorrer a condição de que os respondentes possam carregar para o Ensino Médio, bem como para o mundo do trabalho, dificuldades para a compreensão de como e quais são as relações produzidas no espaço geográfico.
Especialmente, pela dificuldade que envolve habilidades mais específicas e que exigem, em algumas situações, capacidade de abstração para compreender os fatos e fenômenos produzidos e (re)produzidos no espaço geográfico no decorrer do tempo.
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