SARESP EM REVISTA
Relatório de Desempenho da Avaliação de Língua Portuguesa – SARESP 2023


Introdução

Este texto apresenta a análise dos resultados da avaliação do SARESP 2023 no componente curricular de Língua Portuguesa aplicada aos alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental. Para cada um desses anos escolares, a avaliação foi composta por itens voltados para a aferição da proficiência dos alunos em diversas habilidades, que compreendiam aspectos da Língua Portuguesa como a leitura e compreensão de textos e análise de recursos linguísticos. Cada um dos itens é construído com base em um texto motivador (verbal ou não verbal) seguido de um comando no enunciado que solicita a resolução de uma tarefa relacionada à habilidade que será avaliada. Como parte dessa estrutura, são indicadas quatro alternativas de resposta, entre as quais o respondente deveria optar por uma. Os itens de cada ano escolar foram utilizados para compor diferentes cadernos de prova, de modo que cada estudante foi submetido a uma avaliação composta por 24 itens de Língua Portuguesa.




Material anexo para os professores

Nesta seção serão apresentadas análises detalhadas dos resultados dos alunos em algumas habilidades consideradas fundamentais para a formação dos estudantes dos anos finais do ensino fundamental.
O objetivo é buscar costurar uma evolução de desempenho observado entre os anos avaliados ou então encontrar elementos que apontem indícios para explicar eventuais dificuldades observadas no 9EF, alinhados aos resultados observados no 6EF, 7EF e 8EF. Após as considerações sobre as especificidades de cada habilidade, há a seleção de alguns itens que ilustram o conceito que se pretende analisar, seguido de comentários detalhados sobre o aproveitamento dos alunos em cada item.

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A prova se mostrou um instrumento de avaliação equilibrado. Do total de itens que compuseram as provas, 66 foram classificados estatisticamente como de dificuldade média, o que corresponde a 52,4% do total; 26 deles (20,6%) como fáceis e 30 (23,8%) itens classificados como difíceis. Esse resultado comprova que se tratou de uma avalição adequada em relação à distribuição quanto ao nível de dificuldade, distribuição essa fundamental para que a prova possa contemplar alunos que apresentam diferentes níveis de desempenho. Os dados referentes ao grau de complexidade dos itens estão sintetizados no gráfico e na tabela a seguir.



Em outro nível de análise, serão identificadas as habilidades cujo resultado tenha sido expressivo tanto em relação ao índice de acerto nas questões que as avaliavam, indicando a facilidade do tema e possível bom domínio da habilidade pelo grupo de respondentes; quanto pelo índice de erros, indicando, ao contrário, dificuldades na compreensão da habilidade aferida pelo item.
Nesta avaliação, 30 itens foram classificados como difíceis e 1 como muito difícil, enquanto o número de itens fáceis ou muito fáceis foi de 29, provando, novamente, o equilíbrio da avaliação. Considerando o índice de discriminação dos itens, 80 deles propuseram tarefas que ao final foram classificadas estatisticamente como excelentes para diferenciar os alunos que obtiveram maior desempenho daqueles que obtiveram menor desempenho na prova, conforme mostra a tabela a seguir.


DIFICULDADE

Indica o percentual de alunos que respondeu corretamente o item. Quanto maior esse índice, mais fácil foi a tarefa proposta para ele resolver. Esse índice é dividido em 5 categorias:

Muito Fácil: percentual de acerto superior a 85%

Fácil: percentual de acerto entre 65% e 85%

Médio: percentual de acerto entre 35% e 65%

Difícil: percentual de acerto entre 15% e 35%

Muito Difícil: percentual de acerto inferior a 15%

DISCRIMINAÇÃO

Índice que analisa o percentual de acerto em dois grupos, chamados de menor e de maior desempenho, que correspondem a um recorte dos alunos da turma que realizaram a prova. O grupo de menor desempenho é constituído por aproximadamente 27% dos estudantes que obtiveram os menores escores (número de acertos) em toda a prova de matemática. Analogamente, o grupo de maior desempenho também possui contingente parecido do aluno, mas que obtiveram os maiores escores na prova. O índice de discriminação é calculado a partir da diferença do percentual de acerto desses dois grupos no item, sendo que seu propósito é comparar o desempenho desses dois grupos opostos na realização de uma determinada tarefa proposta na prova, verificando assim se o item apresentado tem a propriedade de diferenciar o desempenho daqueles que obtiveram os melhores resultados no teste daqueles que conquistaram os resultados mais tímidos. Em geral, índices de discriminação mais baixos normalmente são observados em itens extremos, ou seja, considerados muito fáceis, em que uma imensa maioria acerta, ou de itens muitos difíceis, que estão relacionados a ideias mais complexas e que se mostraram pouco consolidadas, mesmo para estudantes com bons desempenhos gerais na área de conhecimento. Em contrapartida, itens com bons índices de discriminação decorrem de tarefas cujo conhecimento necessário para sua resolução está bem consolidado no grupo de maior desempenho, mas não está para o grupo de menor desempenho.











Considerando o restante dos itens com boas propriedades estatísticas no que diz respeito à discriminação, indicados na parte verde da tabela, 15 deles foram classificados como adequados e 12 como moderados. Dessa forma, a maioria absoluta dos itens que compuseram a avaliação se mostrou apropriada para discriminar os respondentes no que diz respeito aos grupos de desempenho. O quantitativo desses itens está discriminado na região verde do quadro acima.
Isso significa que os itens apresentaram tarefas cujo conhecimento necessário à resolução foi bem consolidado pelo grupo de maior desempenho, mas não pelo grupo de menor desempenho, indicando a existência de diferentes estágios de aprendizagem entre os estudantes do 6EF.

Levando em consideração o desempenho dos alunos, serão listadas as habilidades cujo resultado tenha sido menos expressivo, isto é, itens com baixo potencial de discriminação entre os grupos de estudantes com os maiores e menores rendimentos na prova, e classificados como mais difíceis. São elas:
  • Identificar o efeito de sentido decorrente do uso de conjunções, advérbios e articuladores textuais em textos de diferentes gêneros.
  • Reconhecer o efeito de sentido produzido por hipérbole em textos literários.
  • Estabelecer relação entre os diferentes gêneros jornalísticos, compreendendo a centralidade da notícia.
  • Identificar teses/opiniões/posicionamentos explícitos e argumentos em textos argumentativos.
  • Reconhecer os efeitos de sentido de recursos de persuasão empregados em textos publicitários.
  • Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que compõem a narrativa.
  • Reconhecer em textos de diferentes gêneros as variantes da língua falada, o conceito de norma-padrão e o de preconceito linguístico.

    Na prova de Língua Portuguesa, as maiores dificuldades do grupo de respondentes estão centralizadas em determinados temas ou tarefas de leitura que exigem um grau de complexidade maior para sua realização. Nas habilidades de leitura, interpretação e compreensão de textos, em contextos de leitura que envolvem textos literários, argumentativos ou relações entre textos de diferentes gêneros, os alunos tendem a apresentar baixos índices de desempenho. Já em relação às habilidades de conhecimentos linguísticos, tarefas em que os estudantes precisavam reconhecer efeito de sentido decorrente do uso de recursos expressivos ou coesivos se mostraram mais desafiadoras para este grupo.

    De modo inverso, os itens com os maiores índices de acertos indicam o domínio do conteúdo pelo público de respondentes. De maneira geral, as tarefas solicitadas pelas habilidades dos itens mais acertados apresentam grau de complexidade mais baixo ou são voltadas para avaliar habilidades relativas à etapa anterior de escolarização, como é o caso de habilidades correspondentes aos anos iniciais do ensino fundamental que fazem parte da prova do 6EF. Dentre elas, destacam-se:
  • Compreender o efeito de sentido produzido pelo uso de recursos expressivos gráfico-visuais em textos multissemióticos.
  • Relacionar texto verbal a ilustrações e outros recursos gráficos.
  • Localizar informações explícitas em textos de diferentes gêneros textuais.
  • Compreender os efeitos de sentido decorrentes do uso de diferentes sinais de pontuação.
  • Compreender efeitos de sentido decorrentes do uso de recursos rítmicos, sonoros e de metáforas, na leitura de textos poéticos.
  • Inferir o sentido de palavras ou expressões desconhecidas, na leitura de textos de diferentes gêneros.
  • Comparar informações sobre um mesmo fato veiculadas em diferentes mídias, para concluir sobre qual informação é mais confiável e o porquê.

    Esses primeiros dados relativos aos resultados dos alunos desse ano de ensino apontam para uma avaliação abrangente, um instrumento confiável para aferição do nível de domínio das habilidades dos anos iniciais, que contempla os diversos estágios de aprendizagem dos conteúdos e de desempenho das habilidades trabalhados nessa etapa de ensino; sobretudo de habilidades mais complexas, cujo objetivo é aferir a capacidade dos alunos de estabelecer relações entre textos e reconhecer efeitos de sentidos produzidos por determinadas categorias gramaticais nos contextos de leitura em que são empregadas.

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As questões das provas para o 7º ano compuseram um instrumento de avaliação bastante equilibrado. Em relação à distribuição dos itens que compuseram as provas quanto ao grau de complexidade, 73 deles foram classificados como tendo dificuldade média, o que corresponde a 57,9% do total das questões. Outras 18 questões, que correspondem a 14,3% do total de itens, foram estatisticamente classificadas como fáceis e, por fim, 34 (27%) itens foram classificados como difíceis. Esse resultado comprova que se tratou de uma avalição equilibrada e, principalmente, abrangente em relação ao nível de dificuldade das questões. Esses dados estão compilados no gráfico e na tabela apresentados a seguir.



Feita essa primeira observação mais geral, a seguir serão apontadas as habilidades que se destacam em razão do bom índice de acerto dos alunos nas questões relacionadas a elas, indicando facilidade do tema ou um possível bom domínio da habilidade pelo grupo de respondentes, ou que, ao contrário, destacam-se pelo índice mais elevado de erros, indicando dificuldades para a compreensão da tarefa aferida na questão ou da habilidade a que ela se relaciona. Nesta avaliação, 34 itens foram classificados como difíceis, enquanto o número de itens fáceis foi de 18. Considerando o índice de discriminação dos itens, 82 deles foram classificados estatisticamente como excelentes no que diz respeito à propriedade de diferenciar os alunos avaliados em relação aos grupos formados pelos respondentes com maior e com menor desempenho na avaliação. Isso significa que as questões apresentaram tarefas que contemplavam tanto alunos pertencentes ao grupo de maior desempenho, ou seja, que tende a apresentar melhor desempenho na prova como um todo, como outras apropriadas para os alunos que compõem o grupo de menor desempenho; em resumo, para alunos nos diversos estágios de aprendizagem dos conteúdos e de desempenho das habilidades previstas para o 7º ano. Os dados estatísticos referentes à qualidade de discriminação dos itens versus grau de complexidade estão reproduzidos na tabela seguinte.


DIFICULDADE

Indica o percentual de alunos que respondeu corretamente o item. Quanto maior esse índice, mais fácil foi a tarefa proposta para ele resolver. Esse índice é dividido em 5 categorias:

Muito Fácil: percentual de acerto superior a 85%

Fácil: percentual de acerto entre 65% e 85%

Médio: percentual de acerto entre 35% e 65%

Difícil: percentual de acerto entre 15% e 35%

Muito Difícil: percentual de acerto inferior a 15%

DISCRIMINAÇÃO

Índice que analisa o percentual de acerto em dois grupos, chamados de menor e de maior desempenho, que correspondem a um recorte dos alunos da turma que realizaram a prova. O grupo de menor desempenho é constituído por aproximadamente 27% dos estudantes que obtiveram os menores escores (número de acertos) em toda a prova de matemática. Analogamente, o grupo de maior desempenho também possui contingente parecido do aluno, mas que obtiveram os maiores escores na prova. O índice de discriminação é calculado a partir da diferença do percentual de acerto desses dois grupos no item, sendo que seu propósito é comparar o desempenho desses dois grupos opostos na realização de uma determinada tarefa proposta na prova, verificando assim se o item apresentado tem a propriedade de diferenciar o desempenho daqueles que obtiveram os melhores resultados no teste daqueles que conquistaram os resultados mais tímidos. Em geral, índices de discriminação mais baixos normalmente são observados em itens extremos, ou seja, considerados muito fáceis, em que uma imensa maioria acerta, ou de itens muitos difíceis, que estão relacionados a ideias mais complexas e que se mostraram pouco consolidadas, mesmo para estudantes com bons desempenhos gerais na área de conhecimento. Em contrapartida, itens com bons índices de discriminação decorrem de tarefas cujo conhecimento necessário para sua resolução está bem consolidado no grupo de maior desempenho, mas não está para o grupo de menor desempenho.











Os dados da tabela permitem identificar que praticamente a totalidade dos itens se mostrou apropriada (região verde do quadro) para discriminar os alunos entre os dois grupos de desempenho.
Levando em consideração o resultado geral na avaliação dos alunos desse ano de ensino, a seguir serão indicadas as habilidades cujo resultado evidencia índices mais tímidos de aproveitamento dos alunos, isto é, itens classificados estatisticamente como mais difíceis e, em geral, com baixo potencial de discriminação. São elas:
  • Reconhecer o efeito de sentido produzido por figuras de linguagem como onomatopeia, personificação e hipérbole, dentre outras.
  • Estabelecer relação entre os diferentes gêneros jornalísticos, compreendendo a centralidade da notícia.
  • Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que compõem a narrativa. 
  • Identificar teses/opiniões/posicionamentos explícitos e argumentos em textos argumentativos.
  • Identificar adjetivos que ampliam o sentido do substantivo, sujeito ou complemento verbal.
  • Analisar, em textos narrativos ficcionais, as diferentes formas de composição próprias de cada gênero.

    Na prova de Língua Portuguesa, as maiores dificuldades deste grupo de respondentes estão centralizadas, principalmente, em tarefas de leitura de textos literários, informativos e argumentativos. Esses gêneros são, geralmente, mais desafiadores para os alunos justamente porque não fazem parte do repertório comum a esse público. Nas habilidades de conhecimentos linguísticos, tarefas em que os estudantes precisavam reconhecer funções e relações estabelecidas entre classes gramaticais e termos sintáticos apresentaram resultados abaixo do esperado para a série.

    De modo diverso, os itens com os maiores índices de acertos indicam alto nível de proficiência do conteúdo avaliado pelo item pelo público de respondentes. Em geral essas tarefas estão relacionadas a inferências e identificação de informações, que tendem a apresentar grau de complexidade mais baixo, ou, ainda, são habilidades relativas às etapas anteriores de escolarização, como é o caso de habilidades correspondentes aos anos iniciais do ensino fundamental ou habilidades específicas para o 6EF. Dentre elas, destacam-se:
  • Inferir informação pressuposta ou subentendida, com base na compreensão global de um texto.
  • Inferir, em textos multissemióticos, o efeito de sentido (humor, ironia ou crítica) produzido pelo uso de palavras, expressões, imagens, clichês, recursos iconográficos, pontuação, entre outros.
  • Inferir informação pressuposta ou subentendida em um texto literário, com base na sua compreensão global.
  • Identificar a ideia central do texto, demonstrando compreensão global.
  • Identificar recursos verbais e não verbais utilizados em um texto com a finalidade de criar e mudar comportamentos e hábitos ou de gerar uma mensagem de cunho político, cultural, social ou ambiental.

    Esses primeiros dados relativos à complexidade das questões, em decorrência das habilidades que elas avaliam ou do tipo de texto-base para  o qual tais habilidades direcionam, permitem identificar, também nesse caso, um instrumento de avaliação confiável para aferição da capacidade de resposta dos alunos às habilidades previstas para essa etapa de ensino; trata-se de uma prova abrangente e diversificada, apropriada para avaliar a capacidade de mobilização dessas habilidades tanto pelos alunos com altos índices de aproveitamento, ou seja, com boa apropriação dos conteúdos trabalhados, quanto por aqueles que tendem a apresenta resultados mais tímidos.

    Por fim, a avaliação do 7EF também contou com itens comuns aplicados tanto aos alunos do 6EF quanto aos do 7EF. Os dados foram coletados e analisados utilizando métodos estatísticos para garantir a precisão e a validade dos resultados. Assim, o objetivo deste estudo é, a partir desse conjunto de itens, analisar o desempenho dos alunos do 6EF em comparação ao dos alunos do 7EF em relação a esse conjunto específico de tarefas/habilidades a partir das quais eles foram avaliados na prova.
    Como esperado, os alunos do 7EF apresentaram maior desempenho na maior parte dos itens respondidos por ambos os grupos, 39 questões de um total de 45 (86,7%), indicando ter havido ganhos quanto à aprendizagem durante a evolução de uma etapa escolar para a seguinte. Contudo, os alunos do 6EF tiveram um desempenho superior aos alunos do 7EF, contrariando as expectativas iniciais, em um total de 6 itens (13,3%) dos itens comuns às duas avaliações. As habilidades associadas aos itens em que os alunos do 7º ano apresentaram índices de acerto inferiores aos obtidos pelos alunos do 6º ano foram:
  • Identificar o efeito de sentido decorrente do uso de conjunções, advérbios e articuladores textuais em textos de diferentes gêneros.
  • Identificar o efeito de sentido decorrente do uso de tempo e modos verbais, considerando o gênero textual e a intenção comunicativa.
  • Reconhecer o efeito de sentido produzido por hipérbole em textos literários.
  • Compreender efeitos de sentido decorrentes do uso de recursos rítmicos, sonoros e de metáforas, na leitura de textos poéticos.
  • Identificar humor presente em tirinhas.
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Os resultados da prova para o 8EF mostram que ela também constitui um instrumento equilibrado, adequado aos objetivos da avaliação. No que diz respeito à complexidade das questões que fizeram parte dos cadernos de prova desse ano escolar, 77 itens foram estatisticamente classificados como de dificuldade média, 61,1% do total, 18,3%, ou 23 questões, que compuseram a prova foram considerados fáceis, e outros 25 itens (19,8%) foram classificados como difíceis. Esse resultado comprova que se tratou de uma avalição equilibrada em relação ao nível de dificuldade. A totalidade dos dados referentes ao grau de dificuldade das questões está reproduzida no gráfico e na tabela a seguir.



Além desses primeiros dados, a análise a partir dos resultados dos alunos na avaliação permite identificar também as habilidades em que, em geral, os respondentes apresentaram melhores índices de acerto, seja por se tratar de habilidades que tendem a resultar em questões mais fáceis ou porque os alunos avaliados apresentaram bom domínio desses componentes curriculares, assim como, ao contrário, o grupo de habilidades cujos itens se mostraram mais desafiadores para os respondentes. Nesta avaliação, 25 itens foram classificados como difíceis, enquanto o número de itens fáceis ou muito fáceis foi de 24, comprovando, novamente, o equilíbrio da avaliação. Considerando o índice de discriminação dos itens, 84 deles foram estatisticamente classificados como excelente em relação às propriedades para diferenciar os alunos em relação aos grupos de maior e de menor desempenho na prova, como mostra a última coluna à direita, na tabela a seguir.


DIFICULDADE

Indica o percentual de alunos que respondeu corretamente o item. Quanto maior esse índice, mais fácil foi a tarefa proposta para ele resolver. Esse índice é dividido em 5 categorias:

Muito Fácil: percentual de acerto superior a 85%

Fácil: percentual de acerto entre 65% e 85%

Médio: percentual de acerto entre 35% e 65%

Difícil: percentual de acerto entre 15% e 35%

Muito Difícil: percentual de acerto inferior a 15%

DISCRIMINAÇÃO

Índice que analisa o percentual de acerto em dois grupos, chamados de menor e de maior desempenho, que correspondem a um recorte dos alunos da turma que realizaram a prova. O grupo de menor desempenho é constituído por aproximadamente 27% dos estudantes que obtiveram os menores escores (número de acertos) em toda a prova de matemática. Analogamente, o grupo de maior desempenho também possui contingente parecido do aluno, mas que obtiveram os maiores escores na prova. O índice de discriminação é calculado a partir da diferença do percentual de acerto desses dois grupos no item, sendo que seu propósito é comparar o desempenho desses dois grupos opostos na realização de uma determinada tarefa proposta na prova, verificando assim se o item apresentado tem a propriedade de diferenciar o desempenho daqueles que obtiveram os melhores resultados no teste daqueles que conquistaram os resultados mais tímidos. Em geral, índices de discriminação mais baixos normalmente são observados em itens extremos, ou seja, considerados muito fáceis, em que uma imensa maioria acerta, ou de itens muitos difíceis, que estão relacionados a ideias mais complexas e que se mostraram pouco consolidadas, mesmo para estudantes com bons desempenhos gerais na área de conhecimento. Em contrapartida, itens com bons índices de discriminação decorrem de tarefas cujo conhecimento necessário para sua resolução está bem consolidado no grupo de maior desempenho, mas não está para o grupo de menor desempenho.











Além dos itens cujos parâmetros estatísticos indicam que são excelentes para discriminar os alunos em relação aos grupos de maior e de menor desempenho, outros 20 se mostraram adequados e 14 apresentaram discriminação moderada. Nesse caso, considerando as quantidades de itens nas três colunas à direita (região verde do quadro), verifica-se que quase a totalidade das questões se mostraram apropriadas para discriminar os alunos em relação aos grupos de desempenho.

Com base nesses dados, levando em consideração o desempenho dos alunos, é possível listar as habilidades cujas tarefas em geral se mostraram mais difíceis, mais desafiadoras para os alunos e, por conseguinte, com baixo potencial de discriminação entre os estudantes com maior e menor desempenho na prova. São elas:
  • Inferir informação pressuposta ou subentendida, com base na compreensão global de um texto.
  • Reconhecer em textos de diferentes gêneros as variedades da língua falada, o conceito de norma-padrão e o de preconceito linguístico.
  • Reconhecer os efeitos de sentido do uso de figuras de linguagem como ironia, eufemismo, antítese, aliteração, assonância e pleonasmo.
  • Identificar os termos constitutivos da oração (sujeito e seus modificadores, verbo e seus complementos e modificadores).

    Na prova de Língua Portuguesa neste ano escolar, as maiores dificuldades do grupo de respondentes estão centralizadas no reconhecimento das variedades linguísticas, conceito de norma-padrão da língua e reconhecimento dos efeitos de sentidos decorrentes dos recursos estilísticos de linguagem. Curiosamente, essas habilidades tendem a resultar em itens mais simples, dada a sua natureza. Entretanto, para o grupo submetido a essa avaliação, essa proposta se mostrou desafiadora, sugerindo a necessidade de retomada dos conteúdos em situação oportuna.

    Já no caso dos itens com os maiores índices de acertos, de maneira geral, trazem tarefas que, pela sua natureza, apresentam grau de complexidade mais baixo, ou são voltados para avaliar habilidades relativas à etapa anterior de escolarização; nesse grupo, destacam-se habilidades relativas à inferência e ao reconhecimento dos efeitos de sentido resultantes de determinados usos de elementos coesivos ou estilísticos, que geralmente tendem a resultar em itens com maior complexidade. Uma possível justificativa para esse resultado é a qualidade dos itens e o contato recente dos estudantes com os conteúdos avaliados. Dentre as habilidades, destacam-se:
  • Identificar a tese explicitada em um texto argumentativo.
  • Identificar em um texto o efeito de sentido produzido pelo uso de determinadas categorias gramaticais.
  • Inferir informação pressuposta ou subentendida, com base na compreensão global
  • de um texto.
  • Inferir, em textos de diferentes gêneros (tirinhas, charges, memes, gifs etc.) o efeito de humor, ironia e/ou crítica.
  • Inferir a presença de valores sociais, culturais e humanos e de diferentes visões de mundo, em textos literários, considerando a autoria e o contexto social e histórico de sua produção.
  • Inferir efeitos de sentido decorrentes do uso de recursos de coesão sequencial: conjunções e articuladores textuais.
  • Reconhecer, em textos, os efeitos de sentido provocados pelo uso de estratégias de modalização e argumentatividade.
  • Reconhecer os efeitos de sentido do uso de figuras de linguagem como ironia, eufemismo, antítese, aliteração, assonância e pleonasmo.

    Novamente, esses primeiros dados permitem identificar uma avaliação abrangente em relação às habilidades e bastante variada quanto ao grau de complexidade das questões, um instrumento confiável para aferição do domínio das habilidades dos anos iniciais e apropriado para alcançar os alunos nos diferentes estágios de aprendizagem.

    Por fim, a avaliação do 8EF continha um conjunto de itens comuns aplicados tanto aos alunos do 7EF quanto aos do 8EF. Os resultados dos alunos desses dois anos em relação a esse grupo de questões foram coletados e analisados utilizando métodos estatísticos, a fim de garantir a precisão e a validade dos resultados.

    Como esperado, os alunos do 8º ano obtiveram melhor aproveitamento na maior parte dos itens respondidos por alunos dos dois anos de ensino (95,5%), indicando ter havido progresso na aprendizagem dos alunos entre um ciclo e outro de ensino. Contudo, os alunos do 7EF tiveram um desempenho superior aos alunos do 8EF, contrariando as expectativas iniciais, em 2 itens (4,5%) dos itens comuns. As habilidades associadas aos itens em que os alunos do 8º ano apresentaram índices de acerto inferiores aos obtidos pelos alunos do 7º ano foram:
  • Reconhecer em textos de diferentes gêneros as variedades da língua falada, o conceito de norma-padrão e o de preconceito linguístico.
  • Identificar, em textos de diferentes gêneros, os efeitos de sentido provocados pelo uso de estratégias de modalização e argumentatividade.

    A análise desse desvio aponta para uma ligeira superação dos alunos do 7EF sobre os do 8EF, porém pouco significativa, uma vez que a diferença é inferior a 1 ponto percentual. Enquanto o primeiro grupo teve percentual de acerto de 27% para o primeiro item, o segundo grupo alcançou 26,2%, indicando uma diferença mínima no desempenho da primeira habilidade listada anteriormente. No caso do segundo item, a diferença apontada foi ainda mais discreta: enquanto o 7EF teve 63,9% de acerto, o percentual de acerto do grupo do 8EF foi de 63,7%. Isso significa que, apesar desses itens, é possível concluir que o grupo do 8EF apresenta demonstra maior desenvolvimento das habilidades aferidas pelos itens comuns, permitindo identificar, como já dito, ter havido avanço substancial na aprendizagem dessas habilidades de um ciclo de ensino para o seguinte.

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    Assim como no caso dos anos anteriores dos Anos Finais do Ensino Fundamental, os resultados da prova para o 8º ano mostram que ela também se mostrou um instrumento equilibrado, adequado aos objetivos da avaliação. No que diz respeito à distribuição quanto a complexidade, 70 itens da prova foram classificados como de dificuldade média, o que corresponde a 55,6% do total das questões. Exatos 24 itens (19%), foram considerados fáceis, e 24,6% dos itens foram classificados estatisticamente como difíceis. Novamente, uma distribuição que evidencia uma avalição equilibrada em relação ao nível de dificuldade das tarefas apresentadas aos alunos avaliados, conforme se observa nos dados apresentados na tabela e no gráfico a seguir.



    Para além desse primeiro dado mais geral sobre a distribuição do grau de complexidade da prova, a consideração dos resultados dos alunos na avaliação permite identificar também as habilidades em que, em geral, os respondentes apresentaram melhores índices de acerto, seja por se tratar de habilidades que tendem a resultar em questões mais fáceis ou porque os alunos avaliados apresentaram bom domínio desses componentes curriculares; possibilita também, ao contrário, identificar o grupo de habilidades cujos itens se mostraram mais desafiadores – mais difíceis de serem respondidos – para os alunos avaliados.

    Considerando o índice de discriminação das questões, 71 delas propuseram tarefas com excelente propriedade de diferenciar o desempenho dos estudantes com os melhores resultados no teste daqueles com os resultados mais tímidos. Isso significa que os itens apresentaram tarefas cujo conhecimento necessário à resolução mostrava-se de fato mais bem consolidado pelo grupo de maior desempenho, mas não pelo grupo de menor desempenho, permitindo observar a existência de diferentes estágios de aprendizagem entre os estudantes do 9EF.


    DIFICULDADE

    Indica o percentual de alunos que respondeu corretamente o item. Quanto maior esse índice, mais fácil foi a tarefa proposta para ele resolver. Esse índice é dividido em 5 categorias:

    Muito Fácil: percentual de acerto superior a 85%

    Fácil: percentual de acerto entre 65% e 85%

    Médio: percentual de acerto entre 35% e 65%

    Difícil: percentual de acerto entre 15% e 35%

    Muito Difícil: percentual de acerto inferior a 15%

    DISCRIMINAÇÃO

    Índice que analisa o percentual de acerto em dois grupos, chamados de menor e de maior desempenho, que correspondem a um recorte dos alunos da turma que realizaram a prova. O grupo de menor desempenho é constituído por aproximadamente 27% dos estudantes que obtiveram os menores escores (número de acertos) em toda a prova de matemática. Analogamente, o grupo de maior desempenho também possui contingente parecido do aluno, mas que obtiveram os maiores escores na prova. O índice de discriminação é calculado a partir da diferença do percentual de acerto desses dois grupos no item, sendo que seu propósito é comparar o desempenho desses dois grupos opostos na realização de uma determinada tarefa proposta na prova, verificando assim se o item apresentado tem a propriedade de diferenciar o desempenho daqueles que obtiveram os melhores resultados no teste daqueles que conquistaram os resultados mais tímidos. Em geral, índices de discriminação mais baixos normalmente são observados em itens extremos, ou seja, considerados muito fáceis, em que uma imensa maioria acerta, ou de itens muitos difíceis, que estão relacionados a ideias mais complexas e que se mostraram pouco consolidadas, mesmo para estudantes com bons desempenhos gerais na área de conhecimento. Em contrapartida, itens com bons índices de discriminação decorrem de tarefas cujo conhecimento necessário para sua resolução está bem consolidado no grupo de maior desempenho, mas não está para o grupo de menor desempenho.











    De acordo com os dados apresentados na tabela acima, além dos itens cujos parâmetros estatísticos os classificam como excelentes para discriminar os alunos em relação aos grupos de maior e de menor desempenho, outros 22 se mostraram adequados e 15 apresentaram discriminação moderada. Também em relação a esse ano escolar, considerando as quantidades de itens nas três colunas à direita (região verde do quadro), verifica-se que quase a totalidade das questões se mostraram apropriadas para discriminar os alunos em relação aos grupos de desempenho.

    Levando em consideração o desempenho dos alunos, serão listadas a seguir as habilidades cujo resultado tenha sido menos expressivo, isto é, itens com baixo potencial de discriminação entre os grupos de estudantes com os maiores e menores rendimentos na prova, e classificados como mais difíceis. São elas:

    • Identificar aspectos linguísticos e gramaticais (ortografia, regências e concordâncias nominal e verbal, modos e tempos verbais, pontuação, acentuação, hifenização, estilo etc.) em funcionamento em um texto.
    • Identificar o aposto ou o vocativo em textos variados.
    • Reconhecer as variedades da língua falada, o conceito de norma-padrão e o de preconceito linguístico.
    • Comparar as regras de colocação pronominal na norma-padrão com o seu uso no português brasileiro coloquial, em textos de diferentes gêneros.
    • Identificar o emprego correto da vírgula em orações coordenadas e subordinadas.
    • Inferir efeitos de sentido provocados pelo uso de recursos de coesão sequencial (conjunções e articuladores textuais), em textos de diferentes gêneros.

      Na prova de Língua Portuguesa do 9EF, as maiores dificuldades do grupo de respondentes estão centralizadas em temas relacionados a conhecimentos linguísticos específicos, como a identificação dos elementos sintáticos, emprego de sinais de pontuação em períodos compostos, efeito de sentido proveniente de conjunções e variedades linguísticas. Dada a natureza dos conteúdos, os itens que propõe atender essas habilidades tendem a ter grau de dificuldade médio, entretanto, a depender do texto-base para a questão esse grau de dificuldade pode variar relativamente, conforme foi constatado nesta análise de resultados.

      Ao contrário, os itens com os maiores índices de acertos indicam a proficiência do conteúdo avaliado pelo público de respondentes. De maneira geral, as tarefas solicitadas pelas habilidades dos itens mais acertados apresentam grau de complexidade mais baixo ou ainda habilidades relativas à etapa anterior de escolarização, como é o caso de habilidades correspondentes de outros anos do ensino fundamental e solicitadas na prova do 9EF. Dentre elas, destacam-se:

    • Identificar o fato central, suas principais circunstâncias e eventuais decorrências em material de comunicação impresso ou digital.
    • Comparar conteúdos, dados e informações de diferentes fontes, levando em conta seus contextos de produção e referências, identificando coincidências, complementaridades e contradições, de forma a poder identificar erros/imprecisões conceituais, compreender e posicionar-se criticamente sobre os conteúdos e informações em questão.
    • Analisar tema/questão polêmica, explicações e ou argumentos em textos de relevância social.
    • Identificar o efeito de sentido produzido pelo uso de formas de apropriação textual (paráfrases, citações, discurso direto, indireto ou indireto livre).
    • Identificar os efeitos de sentido provocados pela seleção lexical, topicalização de elementos e seleção e hierarquização de informações, uso de 3ª pessoa, em diferentes gêneros.
    • Compreender textos de gêneros variados, selecionando estratégias de leitura adequadas a diferentes objetivos.

      Por fim, esses primeiros dados permitem identificar uma avaliação abrangente em relação às habilidades, assim como variada quanto ao grau de complexidade das questões, resultando em um instrumento confiável para aferição do domínio das habilidades dos anos iniciais e apropriado para alcançar os alunos nos diferentes estágios de aprendizagem.


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