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Introdução
O Ensino de Ciências da Natureza no Ensino Fundamental apresenta o objetivo geral de desenvolvimento do letramento científico nos discentes para que eles possam atuar no mundo, exercendo sua plena cidadania. O acesso a esse conhecimento contribui para que eles sejam capazes de compreender de forma mais acurada os fenômenos observáveis na Natureza e no Universo, além de habilitá-los para se posicionarem ativamente diante das modificações do mundo que habitam.
Um dos instrumentos empregados para verificação desse desenvolvimento é o Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo – SARESP, que faz uso de itens de múltipla escolha para aferir as habilidades previstas para cada ano escolar. As respostas desses itens foram analisadas estatisticamente com base na Teoria Clássica dos Testes – TCT.
A seguir serão feitas apreciações sobre os resultados da análise estatística realizada acerca dos dados obtidos pelas respostas dos alunos na prova de Ciências Naturais em cada ano escolar do Ciclo II do Ensino Fundamental.
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Conclusão
Os resultados das provas de Ciências Naturais aplicados aos alunos dos Anos Finais do Ensino Fundamental do Estado de São Paulo mostraram algumas recorrências e diferenças. As recorrências dizem respeito ao perfil de desempenho dos alunos em todos os anos escolares, em Ciências, sendo que a maioria absoluta dos alunos não alcançou os escores de acerto da metade dos itens aplicados. Outra recorrência é que o grau de dificuldade dos itens apresentou um registro relativamente alto, em torno de 40 itens, em todos os anos desse ciclo.
A discriminação dos itens que foi menor no 6º ano, foi excelente nos 7º e 8º anos e decaiu no 9º ano. Como último ano da escolaridade do ensino fundamental, os resultados apresentados pelos alunos do 9º ano mostraram que houve uma acentuação da tendência de desempenhos medianos neste ano, o que contraria um pouco a lógica da sequência escolar, pois no último ano espera-se um melhor desempenho dos estudantes pelo tempo de escolaridade e pelo desenvolvimento das suas capacidades cognitivas estarem em um estágio superior em relação aos alunos dos anos anteriores.
De uma maneira geral, o que se constata é que o tempo da escolaridade não tem influência significativa no desempenho para os estudantes. Há uma certa estabilidade nas distribuições dos seus desempenhos. Deve-se atentar para esse aspecto, de modo a procurar soluções adequadas para melhorar os índices de aprendizagem em cada um dos anos escolares.
Em complemento ao que foi posto até aqui, destaca-se a presença de questões comuns em provas de diferentes anos escolares. Os itens comuns aplicados nas avaliações do 6º e 7º anos do Ensino Fundamental de Ciências da Natureza, bem como o desempenho dos respondentes de cada ano a esses itens estão organizados na tabela que se segue:
Dos 13 itens comuns para os dois anos de escolaridade, em apenas 4 deles o desempenho dos alunos de 6º ano foi superior ao desempenho dos de 7º ano. Nos outros 12 itens a diferença de acertos esteve favorável para os alunos de 7º ano, muito embora tal diferença não seja de grande monta.
Especialmente nos casos em que os discentes do 6º ano apresentaram melhor desempenho quando comparados aos do 7º ano estão relacionadas às habilidades de identificação de componentes básicos de uma célula e suas respectivas funções, identificação dos diferentes níveis de organização dos seres vivos e a seleção de lentes adequadas para correção de defeitos de visão.
A melhor performance dos alunos do 6º ano em relação aos alunos do 7º ano pode ser atribuída possivelmente ao alinhamento direto do conteúdo com as habilidades específicas do 6º ano, de identificar as células como unidades fundamentais da vida, reconhecendo sua estrutura básica e suas funções (EF06CI01) e a habilidade de compreender a importância da divisão celular para a renovação e manutenção dos organismos (EF06CI02).
Já a questão 22 descreve um problema de visão no qual o globo ocular é ligeiramente mais achatado, causando a formação da imagem depois da retina o que dificulta a visualização de objetos próximos, provocando uma visão desfocada.
O item solicita aos respondentes a identificação do problema de visão descrito e sua respectiva lente corretiva. A habilidade relacionada a esta questão está associada diretamente ao conteúdo de lentes corretivas e interação entre sistemas corporais do 6º ano do Ensino Fundamental, conforme o Currículo Paulista (EF06CI08) de explicar a importância da visão (captação e interpretação das imagens) na interação do organismo com o meio e, com base no funcionamento do olho humano, selecionar lentes adequadas para a correção de diferentes defeitos da visão.
O que possivelmente explica a melhor performance dos discentes do 6º ano em comparação com os do 7º ano, talvez seja o contato mais recente com a habilidade e as situações problemas que cercam o conteúdo, como o problema de visão abordado no item.
Em relação aos 7º e 8º anos, os itens em comum e o desempenho dos alunos estão na tabela abaixo.
Também aqui houve 13 itens comuns nas duas provas aplicadas. Desses 13 itens, apenas em três deles registrou-se a superação de desempenho dos alunos de 7º ano em relação aos alunos de 8EF, sendo duas questões relacionadas à habilidade de interpretar as condições de saúde da comunidade, cidade ou estado, com base na leitura, análise e comparação de indicadores de saúde - taxa de mortalidade infantil, cobertura de saneamento básico e incidência de doenças de veiculação hídrica, atmosférica (EF07CI09).
Os itens solicitavam dos respondentes uma análise geral sobre de que forma o saneamento básico impacta positivamente a saúde pública em dois cenários sobre doenças de veiculação hídrica. É provável que os respondentes do 8º ano tenham apresentado algum tipo de dificuldade maior na interpretação textual e do gráfico da questão.
A habilidade vinculada ao outro item solicitava do discente o reconhecimento das interações ecológicas estabelecidas entre espécies, para compreender seu papel no equilíbrio das comunidades e ecossistemas (EF07CI08). A questão empregava em seu texto base um gráfico com indicadores de densidades populacionais de predadores e presas, e é provável que o contato mais recente com as situações problemas propostas no item tenham influenciado o desempenho dos discentes do 7º ano em comparação com os do 8º ano.
Para fazer o download da análise de itens feitas para Ciências, que aborda uma dificuldade observada nas avaliações de todo o ciclo dos Anos Finais do Ensino Fundamental, clique no ícone abaixo.
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Em um montante de 304.903 alunos que responderam o teste, dos 16 itens presentes em cada caderno de prova, o índice médio de acerto foi de 6 questões, o que evidencia que a prova se mostrou desafiadora para o público na aferição do domínio das habilidades e dos conteúdos das ciências naturais.
Em complemento, apenas 16% do alunado conseguiu acertar mais da metade das questões propostas no caderno. Além disso, 30% deles não chegaram a acertar um quarto da prova. Num universo de cerca de 300 mil respondentes, o número é bastante expressivo em se tratando da alfabetização científica nos alunos que cursam o Ensino Fundamental.
Os dados a seguir mostram o índice de dificuldade das questões, que se baseia no percentual de respondentes que assinalaram a alternativa correta.
O gráfico acima ilustra a classificação da dificuldade dos 104 itens do SARESP 2023 de Ciências da Natureza do 6º ano do Ensino Fundamental, sendo possível inferir que para o grupo de respondentes a avaliação apresentou majoritariamente itens de dificuldade classificados como médios e difíceis. Registre-se que o número de questões considerado difícil sugere um possível déficit no domínio das habilidades em ciências naturais dos alunos avaliados. Também é de se registrar o índice das questões consideradas fáceis, uma vez que somente 4 delas tiveram este perfil e, ainda a se observar, nenhum registro para as questões muito fáceis. Acredita-se que as provas sejam orientadas para, neste montante, apresentarem um número, ainda que pequeno, de questões fáceis e muito fáceis. Pela resposta dos alunos que foram submetidos à prova, esses registros permaneceram aquém do esperado. Isto indica uma necessidade de análise sobre a deficiência dos alunos nessas questões que podem ter sido consideradas fáceis ou muito fáceis pelos avaliadores, mas não o foram pelos alunos.
No que se refere ao índice de discriminação, outro item muito importante para a análise dos resultados, os dados obtidos referem-se à porcentagem de respostas de dois grupos, o de menor e o de maior desempenho na avaliação. Esses dados permitem a verificação da capacidade do item de diferenciar o desempenho dos respondentes com os melhores resultados no teste daqueles com resultados mais tímidos.
Os grupos de menor e de maior desempenho correspondem a um recorte dos alunos da turma que realizaram a prova. O grupo de menor desempenho é constituído por aproximadamente 27% dos estudantes que obtiveram os menores escores (número de acertos) em toda a prova de matemática. Analogamente, o grupo de maior desempenho também possui contingente parecido de alunos, mas que obtiveram os maiores escores na prova. O índice de discriminação é calculado a partir da diferença do percentual de acerto desses dois grupos no item, sendo que seu propósito é comparar o desempenho desses dois grupos opostos na realização de uma determinada tarefa proposta na prova, verificando assim se o item apresentado tem a propriedade de diferenciar o desempenho daqueles que obtiveram os melhores resultados no teste daqueles que conquistaram os resultados mais tímidos. Em geral, índices de discriminação mais baixos normalmente são observados em itens extremos, ou seja, considerados muito fáceis, em que uma imensa maioria acerta, ou de itens muitos difíceis, que estão relacionados a ideias mais complexas e que se mostraram pouco consolidadas, mesmo para estudantes com bons desempenhos gerais na área de conhecimento. Em contrapartida, itens com bons índices de discriminação decorrem de tarefas cujo conhecimento necessário para sua resolução está bem consolidado no grupo de maior desempenho, mas não está para o grupo de menor desempenho.
De acordo com as respostas obtidas, o índice discriminatório da prova, já previsto pelos índices de dificuldade dela, ficaram entre o moderado e o adequado. Esse dado pode sustentar a tese de que os respondentes se igualam medianamente em termos de proficiência ou, então, que o instrumento avaliativo carece de uma melhor formulação para acurar o perfil daqueles que foram submetidos à prova.
O cruzamento dos dados apresentado pelo quadro abaixo mostra a relação entre esses dois aspectos dos resultados obtidos, o índice de dificuldade com o índice de discriminação.
DIFICULDADE
Indica o percentual de alunos que respondeu corretamente o item. Quanto maior esse índice, mais fácil foi a tarefa proposta para ele resolver.
Esse índice é dividido em 5 categorias:
Muito Fácil: percentual de acerto superior a 85%
Fácil: percentual de acerto entre 65% e 85%
Médio: percentual de acerto entre 35% e 65%
Difícil: percentual de acerto entre 15% e 35%
Muito Difícil: percentual de acerto inferior a 15%
DISCRIMINAÇÃO
Índice que analisa o percentual de acerto em dois grupos, chamados de menor e de maior desempenho, que correspondem a um recorte dos alunos da turma que realizaram a prova. O grupo de menor desempenho é constituído por aproximadamente 27% dos estudantes que obtiveram os menores escores (número de acertos) em toda a prova de matemática. Analogamente, o grupo de maior desempenho também possui contingente parecido do aluno, mas que obtiveram os maiores escores na prova. O índice de discriminação é calculado a partir da diferença do percentual de acerto desses dois grupos no item, sendo que seu propósito é comparar o desempenho desses dois grupos opostos na realização de uma determinada tarefa proposta na prova, verificando assim se o item apresentado tem a propriedade de diferenciar o desempenho daqueles que obtiveram os melhores resultados no teste daqueles que conquistaram os resultados mais tímidos. Em geral, índices de discriminação mais baixos normalmente são observados em itens extremos, ou seja, considerados muito fáceis, em que uma imensa maioria acerta, ou de itens muitos difíceis, que estão relacionados a ideias mais complexas e que se mostraram pouco consolidadas, mesmo para estudantes com bons desempenhos gerais na área de conhecimento. Em contrapartida, itens com bons índices de discriminação decorrem de tarefas cujo conhecimento necessário para sua resolução está bem consolidado no grupo de maior desempenho, mas não está para o grupo de menor desempenho.
Pode-se notar que a prova apresentou quantidade de itens com índices ruins de discriminação, uma vez que as colunas em tons alaranjados totalizam quase um terço da quantidade de itens propostos na avaliação. Além disso, é possível observar que a maioria dos classificados como difíceis estão nessa região do quadro, indicando que as tarefas propostas nessas questões se mostraram desafiadoras mesmo para aqueles que tiveram os melhores resultados gerais no teste de Ciências.
As questões que foram mais acertadas pelos respondentes apresentam um nível de dificuldade classificado como "fácil" (65% a 85% de acertos). Esses itens tendem a medir habilidades mais básicas e conceitos fundamentais, que a maioria dos alunos compreende bem, como a identificação de transformações químicas (questão 91), identificação de diferentes níveis de organização dos seres vivos (questão 79), identificação das características sobre o modo de vida (questão 92) e questões que requerem a leitura e interpretação de informações apresentadas de forma clara e direta, como associar os processos de mudança do estado físico da água no ciclo hidrológico presente na questão 48.
Por outro lado, os 11 itens mais desafiadores apresentaram índices de acertos inferiores a 25%. Tais itens, solicitaram dos respondentes um nível mais elevado de raciocínio crítico e de análise, sendo eles relacionados a habilidades de classificação de transformações físicas ou químicas, seleção de métodos adequados para separação de diferentes sistemas heterogêneos, relação entre estruturas e suas respectivas funções e categorização de diferentes tipos de rochas conforme suas características.
Destaca-se que dentre os itens mais difíceis há 4 questões que não permitem a discriminação entre alunos de baixo desempenho e alto desempenho, sendo recomendado um olhar crítico sobre eles, a fim de ajustá-los para aprimorar sua eficácia de avaliação.
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A Em relação ao 7º ano do EF, a média de acertos em todos os cadernos ficou abaixo da metade do número de itens aplicados. Constatou-se que 76% dos respondentes não alcançaram o acerto de metade das questões, enquanto a média de acertos observada ficou entre 6 e 7 acertos, sendo que o caderno respondido tinha 16 questões.
Esses dados sugerem que os alunos do 7º ano EF, em sua grande maioria, não dominam os conhecimentos básicos das ciências naturais tratados na prova.
Para compreender a relação da prova com o nível de desempenho dos respondentes, recorremos ao quadro abaixo que exibe o índice de dificuldade do teste, composto por um total de 104 itens, segundo os resultados obtidos a partir das respostas dos alunos.
Os dados mostram que o perfil da prova é de média dificuldade para uma prova difícil, uma vez que mais de 40% dos itens foram classificados como difíceis e 52% deles como sendo de média dificuldade. Reitera-se aqui, com bases nos resultados gerais, o expressivo registro da dificuldade da prova. Entretando, é preciso pontuar que, mesmo os mais difíceis, não exigiram dos respondentes grandes demandas de elaboração dedutiva e nem de conhecimentos aprofundados. Esses dados são importantes para se aquilatar o grau de deficiência dos nossos alunos no domínio dos conhecimentos básicos de ciências.
Prosseguindo na análise dos resultados, as considerações sobre o índice de discriminação da prova são feitas a seguir:
Mais uma vez, acompanhando a tendência desta prova nos outros quesitos, os dados mostram que a avaliação aplicada se mostrou bem apropriada para discriminar os perfis de proficiência em Ciências Naturais dos estudantes do 7º ano do EF. Partindo da classificação de moderada até à excelente, as respostas mostraram que quase a maioria absoluta dos itens apresentaram uma boa perspectiva discriminatória, ou seja, os resultados da prova podem ser tomados como representativos do nível de proficiência dos estudantes em Ciências. Índices expressivos de excelência em análises estatísticas sobre a discriminação de provas mostram que os alunos se distinguem de maneira nítida no desempenho das provas. O desafio é fazer a aproximação entre esses e aqueles que ainda patinam na proficiência que sequer alcançam a média dos escores. Isso pode ensejar medidas pedagógicas de práticas de ensino para minorar os déficits de aprendizagem daqueles alunos que se apresentaram com um desempenho tímido, como também, continuar estimulando aqueles estudantes que até a essa altura vêm apresentando bons resultados na sua aprendizagem.
O cruzamento dos dados sobre dificuldade e discriminação gera o quadro abaixo:
DIFICULDADE
Indica o percentual de alunos que respondeu corretamente o item. Quanto maior esse índice, mais fácil foi a tarefa proposta para ele resolver.
Esse índice é dividido em 5 categorias:
Muito Fácil: percentual de acerto superior a 85%
Fácil: percentual de acerto entre 65% e 85%
Médio: percentual de acerto entre 35% e 65%
Difícil: percentual de acerto entre 15% e 35%
Muito Difícil: percentual de acerto inferior a 15%
DISCRIMINAÇÃO
Índice que analisa o percentual de acerto em dois grupos, chamados de menor e de maior desempenho, que correspondem a um recorte dos alunos da turma que realizaram a prova. O grupo de menor desempenho é constituído por aproximadamente 27% dos estudantes que obtiveram os menores escores (número de acertos) em toda a prova de matemática. Analogamente, o grupo de maior desempenho também possui contingente parecido do aluno, mas que obtiveram os maiores escores na prova. O índice de discriminação é calculado a partir da diferença do percentual de acerto desses dois grupos no item, sendo que seu propósito é comparar o desempenho desses dois grupos opostos na realização de uma determinada tarefa proposta na prova, verificando assim se o item apresentado tem a propriedade de diferenciar o desempenho daqueles que obtiveram os melhores resultados no teste daqueles que conquistaram os resultados mais tímidos. Em geral, índices de discriminação mais baixos normalmente são observados em itens extremos, ou seja, considerados muito fáceis, em que uma imensa maioria acerta, ou de itens muitos difíceis, que estão relacionados a ideias mais complexas e que se mostraram pouco consolidadas, mesmo para estudantes com bons desempenhos gerais na área de conhecimento. Em contrapartida, itens com bons índices de discriminação decorrem de tarefas cujo conhecimento necessário para sua resolução está bem consolidado no grupo de maior desempenho, mas não está para o grupo de menor desempenho.
A distribuição dos itens no quadro mostra que cerca de 20% da prova não contribuiu com a discriminação dos estudantes de melhor e de pior desempenho no teste. Esses itens, que ocupam a região laranja do quadro, são em sua maioria difíceis, o que sugere que as temáticas abordadas nas tarefas dessas questões ainda precisam ser consolidadas pela maioria dos estudantes da rede. Em contrapartida, a maioria dos itens apresentou bons índices de discriminação (região verde do quadro), mostrando a pertinência do teste para captar os diferentes estágios do processo de aprendizagem em que os alunos se encontram.
As seis questões com maiores percentuais de acertos, acima de 65%, por isso classificadas como fáceis e muito fáceis, estão relacionadas a: habilidades de diferenciação entre temperatura, calor e sensação térmica em situações cotidianas; identificação das características do clima, paisagem e da biota predominante; de reconhecer o papel da vacinação na manutenção da saúde; do reconhecimento da aplicação de máquinas térmicas no cotidiano, além de uma habilidade do 6º ano do ensino fundamental vinculada aos processos de mudança do estado físico da água no ciclo hidrológico.
Já os itens mais desafiadores, aqueles que apresentaram percentual de acerto de no máximo 25%, totalizaram 12 questões, das quais duas são referentes a habilidades do ano anterior, de identificar os componentes de uma célula e sua respectiva função e dos processos associados à mudança do estado físico da água no ciclo hidrológico.
Os demais itens estavam relacionados a compreender cadeias alimentares e níveis tróficos, diferenciar temperatura, calor e sensação térmica em situações cotidianas, identificar as formas de propagação do calor, diferenciar combustíveis renováveis e não renováveis, justificar a utilização de materiais condutores e isolantes presentes em atividades cotidianas, interpretar as condições de saúde da comunidade baseada na comparação de indicadores de saúde e compreender o funcionamento do sistema imunológico por meio da vacinação.
Observa-se que a habilidade de diferenciação entre temperatura, calor e sensação térmica apresenta tanto itens com maior índice de acertos quanto itens mais desafiadores, esse fato provavelmente é decorrente da forma como os itens foram elaborados e interpretados pelos respondentes, notando-se também que os demais itens estavam associados a habilidades mais complexas como interpretação e compreensão.
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Tanto quanto os anos anteriores, os resultados obtidos pelo 8º ano do EF apresentam escores muito semelhantes, na média de acertos das questões da prova. Assim, o perfil de desempenho dos estudantes é de traço mediano com tendência para baixo desempenho, uma vez que praticamente 3 em cada 4 estudantes acertaram metade ou menos das questões presentes no caderno de prova.
Analisando aqueles que conseguiram acertar mais da metade das questões propostas, vale destacar que a maioria não chegou a 75% de acertos, uma vez que apenas 2% do público conseguiu acertar 13 ou mais questões.
Os dados sobre o grau de dificuldade das 104 questões utilizadas para montagem dos cadernos de prova estão compilados na sequência:
Os números mostram uma prova mais equilibrada do que a dos anos anteriores, porém a quantidade de itens considerados fáceis, aqueles acertados por 65% ou mais dos estudantes, ainda é pequeno, indicando que poucas tarefas propostas nos testes se mostraram acessíveis para a maioria do público avaliado.
Os dados a seguir mostram como a prova foi percebida em relação a seus índices de discriminação.
Mais uma vez, constata-se a boa qualidade da prova como um instrumento de verificação do conhecimento dos alunos, pois a maioria absoluta dos itens (82) atingiu a classificação de moderada a excelente, sendo que tanto esta última classificação quanto a classificação de adequada foram as mais expressivas.
Na sequência, tem-se o cruzamento dos dados entre os índices de discriminação da prova e o nível de dificuldade dela.
DIFICULDADE
Indica o percentual de alunos que respondeu corretamente o item. Quanto maior esse índice, mais fácil foi a tarefa proposta para ele resolver.
Esse índice é dividido em 5 categorias:
Muito Fácil: percentual de acerto superior a 85%
Fácil: percentual de acerto entre 65% e 85%
Médio: percentual de acerto entre 35% e 65%
Difícil: percentual de acerto entre 15% e 35%
Muito Difícil: percentual de acerto inferior a 15%
DISCRIMINAÇÃO
Índice que analisa o percentual de acerto em dois grupos, chamados de menor e de maior desempenho, que correspondem a um recorte dos alunos da turma que realizaram a prova. O grupo de menor desempenho é constituído por aproximadamente 27% dos estudantes que obtiveram os menores escores (número de acertos) em toda a prova de matemática. Analogamente, o grupo de maior desempenho também possui contingente parecido do aluno, mas que obtiveram os maiores escores na prova. O índice de discriminação é calculado a partir da diferença do percentual de acerto desses dois grupos no item, sendo que seu propósito é comparar o desempenho desses dois grupos opostos na realização de uma determinada tarefa proposta na prova, verificando assim se o item apresentado tem a propriedade de diferenciar o desempenho daqueles que obtiveram os melhores resultados no teste daqueles que conquistaram os resultados mais tímidos. Em geral, índices de discriminação mais baixos normalmente são observados em itens extremos, ou seja, considerados muito fáceis, em que uma imensa maioria acerta, ou de itens muitos difíceis, que estão relacionados a ideias mais complexas e que se mostraram pouco consolidadas, mesmo para estudantes com bons desempenhos gerais na área de conhecimento. Em contrapartida, itens com bons índices de discriminação decorrem de tarefas cujo conhecimento necessário para sua resolução está bem consolidado no grupo de maior desempenho, mas não está para o grupo de menor desempenho.
A região que deveria causar preocupações, região laranja da tabela, não mostra quantidades significativas de questões. A região verde, indicadora de boa qualidade avaliativa da prova, exibe com fartura os números que confirmam a adequação da prova para aferir o estado de conhecimento em ciências dos alunos de 8º ano do ensino fundamental. Inclusive, diferentemente do observado no 6º e 7º ano EF, há um predomínio mais evidente de questões medianas de dificuldade.
Esses dados são muito importantes para embasar políticas pedagógicas que resultem em práticas que contribuam para a permanência do desempenho daqueles que têm o conhecimento consolidado e de reforço para os que se situam nas escalas inferiores do domínio das habilidades do conhecimento científico básico.
As onze questões com percentual de acerto superior a 65% tendem a medir habilidades mais básicas e conceitos fundamentais, dentre as quais estão tarefas relacionadas a habilidades de identificar, reconhecer, descrever e classificar, tais como reconhecer ações coletivas para otimizar o uso de energia, identificar processos reprodutivos e componentes de um circuito elétrico, descrever o modo de ação e a eficácia de métodos contraceptivos e classificar equipamentos elétricos quanto a sua transformação de energia.
Já as questões com menores índices de acertos, logo consideradas difíceis, totalizaram 9 itens, dos quais duas estão relacionados com o cálculo do consumo de energia por eletrodomésticos a partir de dados de potência, outros 2 itens estão conectados com a habilidade que associa os sistemas digestório, respiratório, circulatório às suas principais funções, as demais habilidades estão vinculadas a relacionar climas regionais aos padrões de circulação atmosférica, explicar as transformações que ocorrem na puberdade, na seleção de argumentos que evidenciam as múltiplas dimensões da sexualidade, relacionar a ocorrência de fases da lua e eclipses, além de uma habilidade do 7º ano vinculada à interpretação de condições de saúde com base na análise de seus indicadores como taxa na natalidade, cobertura de saneamento básico etc.
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Os dados obtidos a partir das respostas dos estudantes concluintes do Ensino Fundamental confirmam a tendência de desempenho observada em todos os anos escolares anteriores. Desde o 6º ano a média de acertos não tem alcançado a metade das questões presentes na prova, ficando entre 6 e 7, dentre 16 possíveis. Isso pode ser um indício de que o tempo de escolaridade pouco têm influído no desempenho dos estudantes, agregando pouco na formação do estudante, frente àquilo que é tido como esperado, segundo o Currículo Paulista.
Além disso, constatou-se, mais uma vez, que mais de ¾ dos respondentes acertou até 8 questões (50% do teste). De uma maneira geral, esses estudantes ainda não dominam os conhecimentos das ciências esperados, ou seja, ainda estão distantes de possuírem uma proficiência adequada.
Prosseguindo com a apreciação geral da prova, serão mostrados os dados referentes ao nível de dificuldade da prova de acordo com o desempenho dos alunos.
Os dados mostram que a prova se apresenta para os alunos com um perfil de média com tendência para difícil, pois 40 itens dela não alcançaram 15% de acertos e os de média dificuldade foram 51 itens. Também este índice de dificuldade tem reiteradamente sido registrado em todas as provas dos anos finais do ensino fundamental na avaliação de Ciências. Conforme já se disse aqui, índices elevados de dificuldade podem conter o significado de que os alunos estão muito aquém do domínio das habilidades exigidas, como também podem contribuir para que, no cômputo geral dos resultados, o desempenho dos alunos seja prejudicado em face de muitas dificuldades encontradas na prova, fazendo com que sua disposição de enfrentar as questões se arrefeça pelo fato de que ele experimenta o fracasso na maior parte das questões.
Direciona-se agora para a análise do grau de discriminação da prova, mostrando os dados sobre esse aspecto, com base nas respostas aos itens da prova.
Menos discriminadora que a prova dos 7º e 8º anos, esta prova aplicada ao 9º ano ainda tem um perfil adequado de discriminação, pois 71 itens alcançaram a classificação entre moderado e excelente, com essa última atingindo 30 itens da prova. Para se ter uma melhor avaliação em relação a esse quesito, é importante fazer os cruzamentos das dimensões de dados extraídos das respostas à prova.
DIFICULDADE
Indica o percentual de alunos que respondeu corretamente o item. Quanto maior esse índice, mais fácil foi a tarefa proposta para ele resolver.
Esse índice é dividido em 5 categorias:
Muito Fácil: percentual de acerto superior a 85%
Fácil: percentual de acerto entre 65% e 85%
Médio: percentual de acerto entre 35% e 65%
Difícil: percentual de acerto entre 15% e 35%
Muito Difícil: percentual de acerto inferior a 15%
DISCRIMINAÇÃO
Índice que analisa o percentual de acerto em dois grupos, chamados de menor e de maior desempenho, que correspondem a um recorte dos alunos da turma que realizaram a prova. O grupo de menor desempenho é constituído por aproximadamente 27% dos estudantes que obtiveram os menores escores (número de acertos) em toda a prova de matemática. Analogamente, o grupo de maior desempenho também possui contingente parecido do aluno, mas que obtiveram os maiores escores na prova. O índice de discriminação é calculado a partir da diferença do percentual de acerto desses dois grupos no item, sendo que seu propósito é comparar o desempenho desses dois grupos opostos na realização de uma determinada tarefa proposta na prova, verificando assim se o item apresentado tem a propriedade de diferenciar o desempenho daqueles que obtiveram os melhores resultados no teste daqueles que conquistaram os resultados mais tímidos. Em geral, índices de discriminação mais baixos normalmente são observados em itens extremos, ou seja, considerados muito fáceis, em que uma imensa maioria acerta, ou de itens muitos difíceis, que estão relacionados a ideias mais complexas e que se mostraram pouco consolidadas, mesmo para estudantes com bons desempenhos gerais na área de conhecimento. Em contrapartida, itens com bons índices de discriminação decorrem de tarefas cujo conhecimento necessário para sua resolução está bem consolidado no grupo de maior desempenho, mas não está para o grupo de menor desempenho.
Ao analisar o quadro notar-se-á que 28 itens considerados difíceis não alcançaram um índice discriminativo satisfatório (região laranja do quadro), não medindo desta forma a diferença entre aqueles que tiveram os desempenhos máximos e os que tiveram desempenhos no nível inferior da classificação dos alunos. As questões com grau de dificuldade mediano foram as que mais contribuíram para a detecção da diferença de estágios no processo de aprendizagem das temáticas previstas em Ciências da Natureza, pois estão, em sua grande maioria, na região verde do quadro. Vale lembrar que aquelas questões alocadas na região laranja provavelmente apontam situações que se mostraram pouco familiares para a grande maioria do público avaliado, incluindo os de melhor desempenho geral no teste. Isso mostra que há temáticas que requerem um processo de retomada para a maioria dos estudantes da rede.
Na avaliação do 9º ano, dez itens apresentaram percentuais de acerto superiores a 65%, dos quais apenas um deles estava vinculado a habilidade de anos anteriores e versava sobre selecionar argumentos e evidências científicas que demonstrem a esfericidade da Terra.
As demais questões estavam relacionadas com diferentes habilidades, como compreender fenômenos relacionados à decomposição da luz, reconhecer as mudanças de estado físico, selecionar iniciativas individuais e coletivas para solução de problemas ambientais, categorizar radiações eletromagnéticas, compreender princípios básicos de hereditariedade, reconhecer fatores que contribuem para resiliência ambiental e investigar como as Ciências e Tecnologia influenciam o modo de vida das pessoas.
Nesse sentido, é possível agrupar os itens mais acertados em unidades temáticas voltadas a matéria e energia, vida e evolução.
Os itens com percentuais de acerto de até 25%, considerados difíceis estão relacionados a habilidades específicas do 9º ano, tais como discutir a compreensão da relação entre genótipo e fenótipo, compreender os princípios básicos da hereditariedade, comparar as ideias evolucionistas de Lamarck e Darwin e identificar modelos (moleculares, iônicos, atômicos) que descrevem a estrutura da matéria, essas habilidades são consideradas historicamente mais desafiadoras para discentes do 9º ano.
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