SARESP EM REVISTA
Nível Abaixo do Básico < 175
Compõe a descrição do ponto 150 da Escala de Língua Portuguesa – Leitura - SARESP

Tema 2 – Reconstrução dos sentidos do texto
H05
Localizar item de informação explícita, posicionado em segmento inicial de um texto, considerando um único critério para recuperar a informação (o quê, quem, quando, onde, como, por quê).








Comentário

O item avalia se o aluno consegue localizar no texto informação explícita relativa ao voo do vaga-lume macho sobre a vegetação. De caráter científico e de baixa complexidade, o texto apresentado para leitura é curto e traz resumidamente dados sobre o processo de acasalamento dos vaga-lumes. Para realizar a tarefa solicitada, o estudante precisa encontrar no segmento inicial a informação de que o “vaga-lume macho sobrevoa a vegetação espessa à procura da fêmea para o acasalamento” (gabarito B).
O índice médio de acerto (88,7%) indica que, em geral, os alunos desenvolveram bem essa habilidade, considerando o fato de que o texto-base era curto e de fácil entendimento, com a informação solicitada explicitamente presente no início do texto. Quando se analisa o desempenho dos grupos específicos, é possível observar que o índice de acerto entre os alunos dos Grupos 2 e 3 foi bastante elevado: 94,9% e 98,6%, respectivamente. Mesmo entre os alunos do Grupo 1, a maior parte (68,4%) assinalou o gabarito B como resposta. Com relação aos distratores, vale ressaltar que nenhuma das palavras neles utilizadas pode ser encontrada explicitamente no texto-base: alimento, árvores e repouso. Para se chegar a essas respostas, seria necessário fazer algumas inferências. Por exemplo, como o vaga-lume macho está voando e gastando energia, em algum momento, certamente sentirá fome e cansaço e procurará algum alimento (alternativa A) e repouso (alternativa D); e, nessa vegetação espessa, sobre a qual sobrevoa, certamente devem existir árvores (alternativa C). Portanto, embora as alternativas incorretas contivessem palavras que não estavam no texto, podem ser consideradas plausíveis e foram escolhidas por estudantes menos preparados.
Nível Básico 175 a < 225
Compõe a descrição do ponto 200 da Escala de Língua Portuguesa – Leitura - SARESP

Tema 3 – Reconstrução da textualidade
H14 Estabelecer relações lógico-discursivas marcadas por conjunções ou advérbios, identificando um exemplo do texto que possa ilustrar essa relação.









Comentário
O item avalia se o aluno consegue estabelecer relações lógico-discursivas marcadas por advérbio. Para isso, ele precisa apreender o significado dos elementos destacados no enunciado que interligam as partes do texto, reconstruindo a coesão textual e seu consequente sentido. No caso, atribuir sentido ao advérbio “tão”, destacado duas vezes no enunciado da questão: “E ela é tão pequenina, tão linda!!!”. Trata-se de um advérbio de intensidade, portanto utilizado para intensificar o sentido dos adjetivos “pequenina” e “linda”. O texto-base é um diário, no qual a garota Carol registra sua imensa felicidade por ter ganhado de presente de seus pais uma gatinha. E é a ela que Carol se refere ao escrever “tão pequenina, tão linda”, em uma linguagem cuja função principal é expressiva.
O índice médio de acerto (73,2%) indica que a maioria dos alunos optou pela alternativa correta D, reconhecendo que o advérbio “tão” foi empregado no texto-base para “reforçar a ideia do tamanho e da beleza da gatinha”. No entanto, quando se analisa o comportamento específico de cada grupo, observa-se que apenas 42,1% dos alunos do Grupo 1 escolheram o gabarito como resposta. 22,1% desses estudantes optaram pela C, entendendo que o advérbio “tão” foi empregado para informar ao leitor que a menina ganhou um presente. Embora essa informação seja verdadeira, ou seja, a menina realmente havia ganhado uma gatinha de presente, não como se pode chegar a essa conclusão apenas pelo emprego do advérbio “tão”. Assim sendo, provavelmente não entenderam a tarefa solicitada aqueles que assinalaram esse distrator. Já o distrator B foi o mais assinalado por estudantes dos Grupos 2 e 3, que entenderam equivocadamente que o advérbio “tão” indicava que o verbo precisava ser usado novamente. Provavelmente eles tenham imaginado que a frase devesse ficar assim: “E ela é tão pequenina e é tão linda!!!”.
Nível Adequado 225 a < 275
Compõe a descrição do ponto 225 da Escala de Língua Portuguesa – Leitura - SARESP

Tema 1 – Reconstrução das condições de produção e recepção de textos
H02 – Identificar os possíveis elementos constitutivos da organização interna dos gêneros escritos não literários: propagandas institucionais, regulamentos, procedimentos, instruções para jogos, textos informativos de interesse curricular, verbetes de dicionário ou de enciclopédia, artigos de divulgação, relatórios, documentos, definições, notícias, folhetos de informação, indicações escritas em embalagens, cartas-resposta, ilustrações ou tabelas.








Comentário

O item avalia se o aluno consegue identificar os possíveis elementos constitutivos da organização interna do gênero textual “entrevista. Embora o estudante possa estar mais familiarizado com as entrevistas presenciais de pessoas famosas nos veículos de comunicação, principalmente na televisão, provavelmente já teve acesso a entrevistas transcritas para a linguagem escrita, como a utilizada no texto-base, publicada no Jornal Folha de S. Paulo. Há uma diferença relevante entre essas duas modalidades: na entrevista presencial e em tempo real, o texto carrega uma forte marca de oralidade, e os gestos e expressões faciais dos interlocutores desempenham importante função na construção dos sentidos; na entrevista escrita, predomina apenas a transcrição das informações mobilizadas pelo entrevistador e pelo entrevistado, isto é, o registro das respostas do entrevistado para os questionamentos do entrevistador, deixando de lado aspectos da linguagem corporal de ambos.
O índice médio de acerto (70,6%) indica que a maioria dos alunos conseguiu identificar a distribuição da mensagem em perguntas e respostas como um elemento da organização textual comum às entrevistas no geral. Com relação ao enunciado do item e aos distratores, é importante destacar que a tarefa solicitada era identificar apenas os elementos constitutivos das entrevistas de um modo geral, ou seja, aqueles que são essenciais e próprios desse gênero textual. Portanto, mesmo que em uma entrevista escrita possam ser encontrados “gráficos e tabelas” (alternativa A), “artigos e parágrafos” (alternativa B) ou “itens e diagramas” (alternativa C), isso não torna os distratores uma resolução correta para a tarefa solicitada, pois, de um modo geral, tais itens não são comuns às entrevistas. Quando se analisa o desempenho dos grupos específicos, observa-se que o distrator B foi o mais assinalado por estudantes dos três grupos: 26,6%, 16,6% e 7,7%, respectivamente. Analisando com atenção o texto-base, conclui-se que ele contém ao menos três elementos comuns ao gênero “entrevista”: título, apresentação do entrevistado e organização da mensagem em forma de perguntas e respostas. Não há indícios de que os elementos “itens e diagramas” façam parte da organização comum do gênero, o que indica que os alunos que optaram pela alternativa B desconhecem o gênero textual “entrevista”.
Compõe a descrição do ponto 225 da Escala de Língua Portuguesa – Leitura - SARESP

Tema 5 – Reflexão sobre os usos da língua falada e escrita

H23 – Identificar em um texto o efeito de sentido produzido pelo uso de determinadas categorias gramaticais (gênero, número, casos, aspecto, modo, voz etc.).







Comentário

O item avalia se o aluno consegue identificar o efeito de sentido produzido no texto pelo emprego do imperativo. Na língua portuguesa, existem três modos verbais: indicativo, subjuntivo e imperativo. Como o efeito de sentido produzido pelo uso desses modos verbais não é algo fixo e predeterminado, compete ao leitor analisar a situação comunicativa de sua ocorrência e identificar em cada contexto específico esse sentido. O texto-base é um horóscopo, gênero textual que faz parte do cotidiano e exerce influência sobre muitas pessoas. Na tarefa indicada pelo comando do item, é avaliado se o aluno consegue reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso de três verbos apresentados no modo imperativo: “faça”, “contorne” e “aumente”.
O índice médio de acerto (72,7%) indica que, considerando as características do gênero, a maioria dos alunos conseguiu identificar nesses verbos uma “recomendação” (alternativa A). Os distratores B e D apresentam como possibilidades de respostas “surpresa” e “questionamento”, sentidos que não têm correspondência com o resultado alcançado pelo autor ao fazer uso do modo imperativo dos verbos. Além disso, comumente, “surpresa” e “questionamento” são marcados nos textos pelo emprego de pontuação expressiva: ponto de exclamação e ponto de interrogação, respectivamente. Quanto ao distrator C, pode-se afirmar que é um sentido que o modo imperativo admite em alguns contextos. No entanto, nem por isso ele atraiu mais alunos que os outros dois distratores. Analisando o desempenho de cada grupo específico, observa-se que, nos Grupos 2 e 3, a maioria dos alunos conseguiu realizar a tarefa com sucesso: 78,2% e 94,3%, respectivamente. Já no Grupo 1, o índice de acerto foi consideravelmente mais baixo: 45,1%. É provável que o desconhecimento do gênero horóscopo e de sua função social tenha sido um dos fatores que contribuíram para o desempenho insatisfatório dos estudantes do Grupo 1 na realização da tarefa solicitada.
Nível Avançado ≥ 275
Compõe a descrição do ponto 300 da Escala de Língua Portuguesa – Leitura - SARESP

Tema 3 – Reconstrução da textualidade

H15Distinguir um fato da opinião explícita enunciada em relação a esse mesmo fato, em segmentos descontínuos de um texto.








Comentário

O item avalia se o aluno consegue perceber a diferença entre um fato e o que é opinião sobre ele. Para reconhecer essa diferença, ele precisa coletar e analisar linguisticamente informações das diversas partes do texto-base. O texto, cuja função é metalinguística, pode ser categorizado como de alta complexidade, sobretudo por causa do assunto tratado, afinal, a vírgula é um assunto da língua portuguesa que gera dúvidas mesmo entre estudantes do ensino médio. O comando solicitava que o aluno assinalasse a alternativa na qual havia uma opinião do autor sobre a vírgula. A resposta correta era a alternativa B: “Parece fácil, mas na hora de usar a vírgula num texto, já não é tão simples assim.”. Vale ressaltar que apenas a alternativa correta trazia um trecho integralmente retirado do texto, as demais alternativas eram trechos adaptados e seguiam um paralelismo sintático, começando da mesma forma “A vírgula...”. O gabarito, portanto, destacava-se das demais alternativas, mas não há como saber ao certo o quanto esse fato pode ter influenciado os adolescentes submetidos à avaliação.
O índice médio de acerto (27,7%) indica que essa habilidade ainda não foi plenamente desenvolvida pelos alunos. Analisando o desempenho específico de cada grupo, observa-se que apenas no Grupo 3 o percentual de respondentes que optaram pelo gabarito B é maior do que os daqueles que optaram por um dos distratores. Entretanto, mesmo nesse grupo, o índice de acerto não chega a 50%, o que revela a grande dificuldade que os alunos tiveram em resolver o problema apresentado pelo item. Observando o desempenho nos Grupos 1 e 3, percebe-se que, em ambos, o distrator A foi o mais assinalado: 34,5% e 24,9%, respectivamente. Já no Grupo 2, o distrator mais assinalado foi o D: 37,5%. Para resolver corretamente a tarefa solicitada, o aluno tinha de entender que a marca da opinião estava na compreensão do sentido do verbo “parece”, que indicava a impressão pessoal do autor sobre a função e o sentido da vírgula nos textos. Ao dizer que, com sua explicação sobre o assunto, a vírgula “parecia” algo fácil, mas seu emprego não, o autor revela sua opinião. Todos os distratores apresentavam apenas fatos linguisticamente aceitos sobre a vírgula, mesmo assim, nos três grupos, a opção pelos distratores foi maior que a opção pelo gabarito. A distinção entre fato e opinião permite que o aluno compreenda a estrutura profunda do texto e considere como o enunciador direciona o leitor para aderir àquilo que está sendo dito.