SARESP EM REVISTA
1. A LÍNGUA PORTUGUESA NO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
A avaliação de Língua Portuguesa do SARESP – Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo – tem como objetivo diagnosticar as habilidades e competências na escrita e na leitura dos estudantes da rede pública do Ensino Estadual, e dessa forma também, avaliar a escola e traçar as próximas metas.
Os resultados obtidos da aplicação da avaliação para o 3º ano do Ensino Fundamental em Língua Portuguesa, manteve os referenciais descritos para os anos anteriores do SARESP, e que podem ser encontrados nas publicações anteriores desta revista1.
A avaliação do SARESP de 2019 teve como documentos norteadores para análise dos resultados:
  • exemplares das provas (manhã e tarde) aplicadas aos alunos do 3º ano do Ensino Fundamental;
  • o manual com as instruções para a adequada aplicação das provas;
  • o roteiro de correção das provas com as orientações aos supervisores e corretores;
  • os exemplares de provas dos alunos de 3º ano do Ensino Fundamental;
  • as tabelas de resultados obtidos pelos alunos;
  • a escala de proficiência em Língua Portuguesa;
  • o posicionamento dos resultados de desempenho na escala de leitura e escrita.


1.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS E CARACTERÍSTICAS DAS PROVAS DE LÍNGUA PORTUGUESA DO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL NO SARESP DE 2019

As provas de Língua Portuguesa aplicadas aos alunos do 3º ano do Ensino Fundamental mantiveram as mesmas estruturas dos anos anteriores compostas por questões abertas e de múltipla escolha. Foram aplicadas duas provas diferentes, uma para turmas da manhã e outra para as da tarde, ambas as avaliações contém  questões com aspectos similares e textos parecidos, portanto, as provas possuem o mesmo caráter avaliativo.
Dessa maneira, a disposição das questões pode ser compreendida como uma verificação das várias habilidades e competências esperadas que os alunos contemplem ao final do terceiro ano:
  • compreensão do sistema alfabético da Língua Portuguesa;
  • aquisição da escrita e seu uso sistemático nas diversas modalidades exigidas;
  • produção de final de texto;
  • reescrita de textos, garantindo a manutenção de coerência e coesão textuais;
  • realização de diferentes tarefas de leitura;
  • localização de palavras de informação explícita;
  • inferência de informação implícita;
  • identificação da finalidade do texto.
Dentro dos grupos de competências, as questões da avaliação do SARESP exigem que os alunos demonstrem dois outros eixos de competências fundamentais:
  • LEITORA: leitura autônoma de textos variados durante a avaliação;
  • ESCRITORA: compreensão das regras e normas da escrita convencionais, sem sinais de segmentação.


1.2. HABILIDADES REQUERIDAS NA AVALIAÇÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA O 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DO SARESP 2019
A avaliação no SARESP possui questões com variados graus de exigência que vão se modificando ao longo da avaliação.  Nas questões mais simples, o estudante deverá interpretar o que o professor aplicador solicita na comanda, como escrever o próprio nome, escrever as palavras ditadas e recitadas, deverá circular palavras de uma cantiga e também escrevê-la de forma correta, atendendo as convenções do sistema de escrita padrão. No transcorrer da prova, algumas questões aumentam o nível de exigência e propõem atividades complexas que envolvem produção textual, uma relacionada à reescrita de um conto conhecido pelos alunos e outra que solicita a escrita de um final de um conto. Por fim, é esperado que as crianças leiam com autonomia e localizem informações explícitas e implícitas, além de resolverem testes de múltipla escolha. A estrutura das avaliações do SARESP 2019 manteve as mesmas habilidades requeridas para essa etapa de escolaridade:




2. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A CORREÇÃO DAS QUESTÕES DE RESPOSTAS CONSTRUÍDAS DE LÍNGUA PORTUGUESA DO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL NO SARESP DE 2019
O processo de correção das avaliações do SARESP de 2019 foi realizado de forma on line, seguindo as especificações e padrões de correções da Fundação VUNESP, que são utilizados desde 2013. O polo central de correção ficou situado em São Paulo, capital, e foram montadas equipes de correção para cada uma das questões.
O treinamento dos supervisores foi realizado pela coordenação central em São Paulo, para que fossem responsáveis por treinar suas respectivas equipes de acordo com as questões selecionadas para cada polo de correção em locais próprios.
A correção aconteceu simultaneamente em todos os polos, tanto na capital como no interior, sendo que cada questão e seus respectivos itens foram mostrados para cada corretor em telas de computador e corrigidos e pontuados de acordo com as Categorias de Respostas descritas no Roteiro de Correção, disponíveis para cada corretor.


2.1. COMPOSIÇÃO E DEFINIÇÃO DOS CRITÉRIOS PARA A CORREÇÃO DA PROVA
Para a correção, as questões foram subdivididas, compondo um total de 21 itens que foram corrigidos segundo os critérios publicados no manual dos corretores. Para orientar o processo de correção e codificação da prova, foram criadas, para cada um dos itens, algumas categorias de respostas indicadas por códigos representados pelas letras A, B, C, D, E e F. Assim, cada categoria apresentou uma descrição do tipo de resposta que podia ser observado no processo de análise da produção da criança.
Os quadros a seguir mostram como cada questão foi apresentada, o que ela pretende avaliar e as categorias de respostas possíveis em cada item que nortearam o trabalho dos corretores e que possibilitaram a uniformidade e equidade no processo de correção. Para corrigir cada item, o avaliador deveria:
  • ler atentamente a instrução para a correção de cada item, verificando qual foi a resposta do estudante;
  • classificar a resposta do estudante de acordo com a categoria de resposta na qual ela se enquadra de acordo com a grade específica de correção, identificando o código correspondente A, B, C, D, E ou F.
Os quadros a seguir mostram como cada questão foi apresentada, o que ela pretendeu avaliar e, para cada item da prova, as categorias de respostas possíveis.


Questão 1

ESCRITA DO NOME PRÓPRIO
Esta questão pretende avaliar o conhecimento do aluno sobre a forma escrita de seu próprio nome.
Categorias de respostas:
(A) Escreveu o nome e pelo menos um sobrenome.
(B) Escreveu somente o nome.
(C) Escreveu de forma não reconhecível.
(D) Ausência de resposta.


Questão 2
ESCRITA DE UMA LISTA DE PALAVRAS – SISTEMA DE ESCRITA
Esta questão pretende avaliar o nível de conhecimento dos alunos sobre o sistema de escrita, ou seja, procura verificar como cada um compreendeu, até este momento, o funcionamento e as regras de geração da escrita.
As listas de palavras selecionadas para a avaliação do 3º Ano do Ensino Fundamental no SARESP 2019 estão apresentadas a seguir.

A PROFESSORA DO 3º ANO PEDIU AOS ALUNOS QUE ANOTASSEM UMA LISTA DE PALAVRAS QUE APARECEM NOS CONTOS DE FADAS:


Categorias de respostas:
Avaliar se, do ponto de vista do sistema de escrita, o aluno:
(A) Escreveu com correspondência sonora alfabética e grafia convencional pelo menos 03 (três) das palavras da lista (não considerar a acentuação).
(B) Escreveu com correspondência sonora alfabética e grafia convencional pelo menos 02 (duas) das palavras da lista (não considerar a acentuação).
(C) Escreveu com correspondência sonora alfabética ou ainda não alfabética, com grafia não convencional.
(D) Escreveu sem correspondência sonora.
(E) Ausência de resposta (em branco, cópia de partes da prova, outras palavras).


Questão 3
ESCRITA (AUTODITADO) DE UM TRECHO DE UMA CANTIGA
Esta questão pretende avaliar o nível de conhecimento dos alunos sobre o sistema de escrita, ou seja, procura verificar como cada um compreendeu, até este momento, o funcionamento e as regras de geração da escrita.
A cantiga selecionada para a avaliação do 3º Ano do Ensino Fundamental no SARESP 2019 está apresentada a seguir.
A escrita de um trecho de uma cantiga foi avaliada a partir dos seguintes aspectos:
  • sistema de escrita;
  • segmentação do texto em palavras.


A questão 3 se desdobra em dois itens: 3.1 e 3.2.


Item 3.1. Escrita de um trecho de uma cantiga – sistema de escrita
Categorias de respostas:
(A) Escreveu com correspondência sonora alfabética e grafia convencional pelo menos 03 (três) das palavras da lista (não considerar a acentuação).
(B) Escreveu com correspondência sonora alfabética e grafia convencional pelo menos 02 (duas) das palavras da lista (não considerar a acentuação).
(C) Escreveu com correspondência sonora alfabética ou ainda não alfabética, com grafia não convencional.
(D) Escreveu sem correspondência sonora.
(E) Ausência de resposta (em branco, cópia de partes da prova, outras palavras).

Item 3.2. Escrita de um trecho de uma cantiga – segmentação do texto em palavras
Categorias de respostas:
(A) Segmentou convencionalmente o texto em palavras (o aluno escreve realizando a separação convencional entre as palavras), podendo apresentar apenas uma (01) situação de hipossegmentação ou hipersegmentação.
(B) Presença sistemática de hipossegmentação e/ou de hipersegmentação.
(C) Não segmentou o texto em palavras.
(D) Presença de escrita, mas não a solicitada (escreveu outro texto, copiou trechos da prova, texto ilegível, rabiscos, garatujas, desenhos).
(E) Ausência de resposta (em branco).


Questão 4
LEITURA DE UM TRECHO DE UMA CANTIGA
Esta questão pretende avaliar se, sabendo o texto de cor e informado do que está escrito em cada linha, o aluno consegue localizar algumas das palavras do texto (sempre textos conhecidos ou que possam ser facilmente memorizados na própria situação de avaliação).

As palavras cuja localização foi solicitada na avaliação do 3º Ano do Ensino Fundamental no SARESP 2019 estão destacadas nas cantigas apresentadas a seguir.



Categorias de respostas:
(A) Marcou pelo menos 05 (cinco) das palavras ditadas.
(B) Marcou pelo menos 03 (três) das palavras ditadas.
(C) Marcou aleatoriamente ou marcou todas as palavras.
(D) Não marcou nada.


Questão 5
REESCRITA DE UM FRAGMENTO DA HISTÓRIA
Esta questão pretende verificar se, ao reescrever um conto, os alunos se apropriaram das características desse gênero em relação ao encadeamento dos acontecimentos narrados e se mantêm a coerência. Reescrever um conto conhecido é uma situação de produção textual com apoio: reescreve-se um conto cujas informações principais são conhecidas, pois estão presentes no conto. Então a referência para a produção é um texto escrito. Quando os alunos aprendem o enredo de um conto, também costumam aprender algo da forma, da linguagem que se usa para escrever, diferente da que se usa para falar. E se utilizam dessa linguagem na reescrita, colocando-se como escritor do conto.

A questão 5 se desdobra em dois itens: 5.1 e 5.2.

Item 5.1. Reescrita de um trecho final de um conto conhecido, garantindo a presença dos acontecimentos narrados.

Prova da manhã (CHAPEUZINHO VERMELHO)
1. Chapeuzinho saiu correndo pela casa;
2. O caçador ouviu os gritos da Chapeuzinho;
3. O caçador correu para ajudá-la;
4. O lobo assustado pulou pela janela;
5. O lobo sumiu na floresta;
6. Chapeuzinho e a avó estão salvas e felizes;
7. Todos tomaram um chá e lanchinho.

Prova da tarde (BRANCA DE NEVE)
1. O soldado tropeçou e o caixão balançou;
2. A maçã saltou da boca de Branca de Neve;
3. Ela abriu os olhos;
4. O príncipe a pediu em casamento;
5. Branca de Neve aceitou se casar;
6. A madrasta/ rainha foi convidada para a festa/casamento;
7. A rainha ficou com raiva e teve um troço.

Categoria de Respostas
(A) Reescreveu garantindo a presença de pelo menos cinco (05) dos acontecimentos narrados.
(B) Reescreveu garantindo a presença de quatro (04) dos acontecimentos narrados.
(C) Reescreveu garantindo a presença de pelo menos três (03) dos acontecimentos narrados.
(D) Presença de escrita, mas não a solicitada (apresentou menos de 03 acontecimentos; escreveu outro texto; copiou trechos da prova; texto ilegível; rabiscos; garatujas; desenhos).
(E) Ausência de escrita (em branco).

Item 5.2.
Reescrita de um trecho final de um conto conhecido do ponto de vista da coerência textual

Categoria de respostas:
(A) Conseguiu articular os trechos do texto, entre si e em relação ao que veio antes, sem provocar problemas de compreensão.
(B) Conseguiu articular os trechos do texto, entre si e em relação ao que veio antes, ainda que com uma ou duas falhas que não chegam a comprometer o sentido global do texto produzido.
(C) Articulou parcialmente as ideias e as informações do texto, entre si e em relação ao que veio antes, com quebras da coerência, resultando em alguns problemas de compreensão.
(D) Não conseguiu articular as ideias e as informações do texto com coerência, resultando em problemas de compreensão.
(E) Presença de escrita, mas não a solicitada (escreveu outro texto, copiou trechos da prova, texto ilegível, rabiscos, garatujas, desenhos).
(F) Ausência de escrita (em branco).


Questão 6
LEITURA DE UM TEXTO INFORMATIVO
Esta questão pretende verificar se, a partir da leitura autônoma (isto é, sozinho, sem ajuda) de um texto informativo, o aluno consegue selecionar informações no texto ou inferir informações a partir do texto.

Atenção:
• A completude ou não da resposta não afeta o resultado, pois o que queremos saber é se o aluno é capaz de ler ou não com autonomia.
• O aluno pode responder mostrando que entendeu o texto, mas apresentar erros na escrita das palavras. Isso também deve ser considerado “A”, pois não estamos tratando da análise da escrita e sim da compreensão do que ele lê.



A questão 6 se desdobra em dois itens: 6.1 e 6.2.

Item 6.1.
Leitura de um texto informativo: localização de informação explícita no texto
Prova da manhã
Na questão, “Do que se alimenta uma lagarta?”, considere como alternativa A se o estudante escreveu “De folhas de vários tipos”, “ de folhas” ou “folhas”.

Prova da tarde
Na questão “Em quais locais as onças pintadas são encontradas aqui no Brasil?”, considere como alternativa A se o estudante escreveu “Na Amazônia e no Pantanal” ou “Amazônia, Pantanal”.

Categoria de respostas:
(A) Respondeu mostrando que foi capaz de ler com autonomia.
(B) Respondeu, mas não mostrou que foi capaz de ler com autonomia (texto ilegível).
(C) Ausência de resposta (em branco).


Item 6.2. Leitura de um texto informativo: inferência de informação implícita no texto

Prova da manhã
Na questão, “Por que a lagarta produz fios de seda?”, considere como alternativa A se o estudante escreveuPara se proteger dos predadores”, ou “Para se proteger”.

Prova da tarde
Na questão “Por que as onças pintadas podem atacar os seres humanos?”, considere como alternativa A se o estudante escreveu “Para se defender ou proteger os filhotes”, “Para se defender" ou “Para proteger seus filhotes”.

Categoria de respostas:
(A) Respondeu mostrando que foi capaz de ler com autonomia.
(B) Respondeu, mas não mostrou que foi capaz de ler com autonomia (texto ilegível).
(C) Ausência de resposta (em branco).


Questão 7

TRANSCRIÇÃO, SEGMENTAÇÃO E PONTUAÇÃO DE TEXTO
Esta questão pretende avaliar se os alunos sabem copiar, em letra manuscrita, um trecho de um conto, introduzindo a separação do texto em palavras, a pontuação e as maiúsculas.
Existem outras situações possíveis e corretas de pontuar estes trechos. O que não é aceitável, por exemplo, é pontuar entre o sujeito e o verbo e entre o verbo e seu complemento. Em linhas gerais, não é aceitável a pontuação que, em lugar de facilitar a leitura, dificulte-a.

Manhã
OQUEÉQUENUNCAPASSAESEMPREESTÁNAFRENTEOFUTURO

Tarde
OQUEÉQUENUNCAVOLTAEMBORANUNCATENHAIDOOPASSADO


A questão 7 se desdobra em três itens: 7.1, 7.2 e 7.3.

Item 7.1. Leitura de um trecho de uma adivinha e transcrição do texto em letra manuscrita
(A) Copiou o trecho do conto em letra manuscrita, mesmo que não tenha segmentado.
(B) Não conseguiu copiar o trecho do conto em letra manuscrita (escreveu outro texto, copiou trechos da prova, texto ilegível, rabiscos, garatujas, desenhos).
(C) Ausência de resposta (em branco).

Item 7.2. Transcrição do trecho da adivinha – segmentação do texto em palavras
Categorias de respostas

(A) Segmenta o texto em palavras – o aluno escreve realizando a separação convencional entre as palavras, podendo apresentar apenas uma (01) situação de hipossegmentação ou hiperssegmentação, mesmo que esteja repetida.
(B) Presença sistemática de hipossegmentação e/ou hipersegmentação – o aluno escreve realizando algumas separações entre as palavras, nem sempre, no entanto, de forma convencional. Diz-se hipossegmentação quando o aluno escreve junto o que é para escrever separado (ex: “doque”, “nomundo”...); e hipersegmentação quando, no esforço de não “grudar” palavras, acaba separando o que se escreve junto (ex: “es pelho”, “nen huma”, “ma jestade”...).
(C) Não segmenta o texto em palavras – o aluno escreve as palavras continuamente, sem qualquer separação entre elas (escreveu apenas uma palavra do texto).
(D) Ausência de resposta (em branco, escreveu outro texto, copiou trechos da prova, texto ilegível, rabiscos, garatujas, desenhos).

Item 7.3. Leitura e transcrição do trecho da adivinha – uso de pontuação e de maiúscula
Categorias de respostas

(A) Presença sistemática de pontuação e/ou letra maiúscula. O aluno divide o texto em pelo menos dois blocos de sentido (pergunta e resposta), utilizando elementos do sistema de pontuação: sinais de pontuação e/ou maiúsculas.
(B) Presença de pontuação e/ou maiúscula. O aluno não divide o texto em blocos de sentido (pergunta e resposta), mas utiliza alguns elementos do sistema de pontuação: sinais de pontuação e/ou maiúsculas.
(C) Ausência de sinais de pontuação e de maiúscula.
(D) Ausência de resposta (em branco, escreveu outro texto ou apenas uma palavra, copiou trechos da prova, texto ilegível, rabiscos, garatujas, desenhos).


Questão 8

PRODUÇÃO DO FINAL DE UM TEXTO
Esta é uma atividade que implica a produção de autoria de parte de um texto do qual o começo é conhecido. Os alunos são apresentados ao texto pelo professor, que o lê até uma parte previamente definida, sem chegar ao final. A tarefa é continuar o texto, de modo que a trama iniciada tenha continuidade e coerência.
Escrever um final coerente não significa, no entanto, não romper com expectativas criadas quando da leitura do início do texto. Ao contrário, é possível romper com elas, e, ainda assim, manter a coerência temática e textual. A produção de um final de texto do qual se conhece apenas a parte inicial é uma atividade de autoria. Portanto é mais complexa do que a reescrita de um texto conhecido porque supõe que o aluno, à tarefa de textualização, articule outro trabalho: o de criar o conteúdo temático de uma parte do texto, sendo essa criação orientada pelas características linguísticas e pelos eixos de sentido do trecho que se conhece do texto.

No SARESP 2019, a Questão 8 solicita a produção do final de um conto e desdobra-se em quatro itens: 8.1, 8.2, 8.3 e 8.4.

Item 8.1. Produzir o final de um conto do ponto de vista da coerência textual
Categorias de respostas:
(A) Conseguiu articular os trechos do texto, entre si e em relação ao que veio antes, sem provocar problemas de compreensão.
(B) Conseguiu articular os trechos do texto, entre si e em relação ao que veio antes, ainda que com uma ou duas falhas que não chegam a comprometer o sentido global do texto produzido.
(C) Articulou parcialmente as ideias e informações do texto, entre si e em relação ao que veio antes – com quebras da coerência, resultando em alguns problemas de compreensão.
(D) Não conseguiu articular as ideias e informações do texto com coerência, resultando em problemas de compreensão, dando a impressão de que não entendeu a história.
(E) Presença de escrita, mas não a solicitada (escreveu outro texto, copiou trechos da prova, texto ilegível, rabiscos, garatujas, desenhos).
(F) Ausência de escrita (em branco).

Item 8.2. Produzir o final de um conto do ponto de vista da coesão textual
Categorias de resposta:
(A) Utilizou adequadamente elementos característicos da linguagem escrita para relacionar os enunciados (por exemplo: “mas”, “porém”, “então”, “enquanto isso”, “no entanto”, “na manhã seguinte”, “muito tempo depois”, entre outros) e não utiliza recursos típicos da linguagem oral (“daí”, “né”, “aí”, por exemplo).
(B) Utilizou adequadamente elementos característicos da linguagem escrita para relacionar os enunciados (por exemplo: “mas”, “porém”, “então”, “enquanto isso”, “no entanto”, “na manhã seguinte”, “muito tempo depois”, entre outros), mesmo que utilize 05 (cinco) recursos típicos da linguagem oral (“daí”, “né”, “aí”, por exemplo).
(C) Não utilizou adequadamente elementos característicos da linguagem escrita para relacionar os enunciados, podendo-se observar forte presença da conjunção “e” unindo os enunciados ou de recursos típicos da linguagem oral, (“daí”, “né”, “aí”, por exemplo) com repetição excessiva de palavras.
(D) Presença de escrita, mas não a solicitada (escreveu outro texto, copiou trechos da prova, texto ilegível, rabiscos, garatujas, desenhos).
(E) Ausência de escrita (em branco).

Item 8.3. Produzir o final de um conto do ponto de vista da pontuação
Categorias de resposta:
(A) Pontuou o texto adequadamente, empregando pontuação medial, como vírgula, dois pontos, (ainda que nem sempre) e, no caso de ter utilizado o discurso direto, empregou pontuação adequada (qualquer que tenha sido a escolha feita: parágrafo e travessão; aspas sem parágrafo, por exemplo), mesmo que não em todas as ocasiões.
(B) Pontuou o texto razoavelmente, empregando pontuação inicial (maiúscula) e final, (qualquer que tenha sido a escolha feita: ponto final, de interrogação, de exclamação, reticências etc.) – nas frases ou parágrafos, mesmo que não em todas as ocasiões e a pontuação medial interna (como vírgula, dois pontos etc.), quando aparece, não é de forma sistemática nem adequada.
(C) Redigiu o texto, porém sem utilizar pontuação no final dos enunciados, nem a letra maiúscula no início de frase.
(D) Presença de escrita, mas não a solicitada (escreveu outro texto, copiou trechos da prova, texto ilegível, rabiscos, garatujas, desenhos).
(E) Ausência de escrita (em branco).

Item 8.4. Produzir o final de um conto do ponto de vista da ortografia
Categorias de resposta:
(A) Escreveu com grafia convencional, com até 04 (quatro) erros.
(B) Escreveu com grafia convencional, de 05 (cinco) até 08 (oito) erros.
(C) Escreveu de forma alfabética sem atender às convenções gráficas.
(D) Presença de escrita, mas não a solicitada (escreveu outro texto, copiou trechos da prova, texto ilegível, rabiscos, garatujas, desenhos).
(E) Ausência de escrita (em branco).



Questões 09 a 13
ITENS DE MÚLTIPLA ESCOLHA
IMPORTANTE: Para essas questões não há a classificação em critérios. Cabe ao corretor apenas transcrever a resposta indicada pelo (a) estudante. Ou seja, se o(a) aluno(a) assinalou (A) deve-se selecionar o critério (A), se marcou (B) deve-se selecionar o critério (B), se indicou (C) deve-se selecionar o critério (C), se optou por (D) deve-se selecionar o critério (D). O critério (E) deve ser indicado se, e somente se, o(a) aluno(a) assinalar mais de uma alternativa ou, então, quando deixa a questão em branco.



3. RESULTADOS DA PROVA DE LÍNGUA PORTUGUESA DO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL NO SARESP 2019
Os resultados obtidos pelos alunos do 3º ano do Ensino Fundamental em Língua Portuguesa SARESP 2019 são apresentados e analisados a seguir. Considerando os resultados, optou-se por organizar o presente capitulo em três partes:
  • a primeira, aborda as questões de números 1, 2, 3, 4 e 7, com respostas construídas pelos alunos;
  • a segunda, que trata das questões de números 9 a 13, de múltipla escolha;
  • a terceira, aborda os itens 5, 6 e 8, com respostas construídas pelos alunos e que envolvem tarefas de maior complexidade.
A explicação para se optar por esse tipo de análise é bem simples, os itens de maior complexidade acabam por cobrar das crianças habilidades que envolvem tarefas de maior amplitude como a avaliação sobre o sistema de escrita e interpretação de textos, ou ainda de reescrita e produção textual, na medida em que esses tipos de atividades permitem que os alunos canalizem sua atenção para aspectos relacionados à linguagem escrita.
Essas habilidades, por exemplo, também são requeridas em outros itens da prova, porém, com menor grau de complexidade, e algumas até priorizam os aspectos notacionais, porém, em atividades mais elaboradas em que se consegue avaliar de fato se a criança compreendeu até esse momento o uso distinto entre a modalidade oral e a escrita.  


3.1. DESEMPENHO DOS ALUNOS DO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL NAS QUESTÕES 1, 2, 3, 4 e 7
Para analisar o desempenho dos alunos do 3º ano do Ensino Fundamental para os itens 1, 2, 3, 4, e 7 pode-se dizer que no geral as crianças foram muito bem, mantendo os padrões dos anos anteriores e melhorando em outros itens.










3.2. DESEMPENHO DOS ALUNOS DO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL NAS QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA

O resultado das questões de múltipla escolha (no 9 a 13) apresentadas nas provas do 3º ano do Ensino Fundamental no SARESP 2019 estão descritos no quadro seguinte. Considerando que se trata de itens de múltipla escolha, para os quais a criança deveria escolher, dentre as quatro alternativas propostas para cada item, aquela que em seu julgamento correspondia à resposta correta, o quadro informa os percentuais de acerto apurados para as respostas corretas - os gabaritos na avaliação de Língua Portuguesa do 3º ano do Ensino Fundamental, no SARESP 2019, provas manhã (M) e tarde (T). O quadro fornece também as habilidades aferidas nessas questões de múltipla escolha e isso permite refletir sobre o estágio de desenvolvimento da competência leitora das crianças, uma vez que a escolha das respostas requeria a leitura da tarefa que cada questão solicitava.



3.3. DESEMPENHO DOS ALUNOS DO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL NAS QUESTÕES 5, 6 e 8
Como ressaltado anteriormente, algumas questões do SARESP exigem maiores habilidades dos alunos, para tanto, nesse ano a análise do desempenho dos alunos se concentrou nas questões que envolvem o nível de conhecimento sobre o sistema de escrita e de segmentação de palavras, ou seja, procurou verificar como cada um compreendeu o funcionamento e as regras de geração da escrita.
Também foram analisadas as produções de texto, no que se referem à reescrita de um conto conhecido, em que o aluno precisa garantir a manutenção dos episódios narrados e sua coerência, e a produção de um final de conto, que se constitui em uma tarefa mais difícil que a reescrita, já que as crianças devem produzir algo de sua própria autoria, porém mantendo a coerência e a coesão textuais, além do eixo de significação do texto original.
Essas questões de reescrita e de produção de final de conto têm por finalidade compreender o funcionamento do gênero narrativo em questão e as características da linguagem escrita. Para reescrever, a criança precisa recuperar o conteúdo, considerando a organização dos fatos e episódios de acordo com o gênero do texto que será reescrito, assim como foi apresentado no texto conhecido, inclusive a sua ordem sequencial.
Esses itens envolvem habilidades sofisticadas relacionadas ás competências escritoras e pretendem avaliar o grau de maturidade dos alunos no final do ciclo de alfabetização.



A questão 5.1 avalia a reescrita de um final de conto conhecido do ponto de vista dos acontecimentos ou episódios narrados. Muitos alunos conseguiram enumerar todos os episódios que foram relatados, mesmo com a mudança de texto tradicional para uma versão nova, assim, 55,2% e 65,3% dos alunos das provas da manhã e tarde, respectivamente, conseguiram a nota máxima A nesse item.



A questão 5.2 avalia a reescrita de um final de conto conhecido do ponto de vista da coerência. Como o conto é conhecido, os alunos conseguem escrever com menos falhas e quebras na coerência. Uma boa parte dos alunos atingiu a nota máxima A, 36,8% para a prova da manhã e 40,5% para os alunos da prova da tarde.



Para o item 6 da prova, em que se é avaliado o aspecto da competência leitora autônoma, cujas habilidades são a localização de informação explícita no texto, no item 6.1, as crianças demonstraram um bom desempenho. Para as turmas da manhã, o percentual foi de 91,7% e 84,1% para a tarde.  No item 6.2, que avalia a inferência de informação implícita no texto, as turmas tiveram um bom desempenho 84,1% das crianças conseguiu acertar a resposta e para as turmas da tarde atingiram 86,3% de acertos.



A questão 8.1 avalia a produção de texto do ponto de vista da coerência e pode-se notar que ainda é uma das tarefas mais complexas da prova do SARESP. O que se observa nos gráficos é que a maior parte dos estudantes produz o final do conto com falhas, porém as quebras de coerência diminuíram o que mostra um bom sinal. Apenas 31,3% e 29,9% dos alunos conseguiram a nota máxima A.



A questão 8.2 avalia a produção de texto do ponto de vista da coesão. Embora a coesão seja vista de forma tímida nos anos inicias e geralmente vem atrelada aos aspectos textuais de leitura, nota-se que houve um bom progresso em relação aos anos anteriores. Aproximadamente metade dos estudantes conseguiu a nota máxima A nas duas turmas, sendo 49,2% para turmas da manhã e 43,1% para as da tarde.



A questão 8.3 avalia a produção de texto do ponto de vista da pontuação. O que se observa é que houve uma melhora significativa nesse item, que subiu quase o dobro sendo 39,5% e 44,1% dos estudantes da manhã e da tarde, respectivamente, conseguiram atingir a nota máxima A.




A questão 8.4 avalia a produção do final de um conto do ponto de vista da ortografia. Nesse ano, 55,5% dos estudantes da manhã e 51,5% dos da tarde atingiram a nota máxima A nesse item.


3.4. APLICAÇÃO DA TEORIA DA RESPOSTA AO ITEM NA ANÁLISE DA PROVA DE LÍNGUA PORTUGUESA DO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
Considerando as características das provas de Língua Portuguesa aplicadas no SARESP para o 3º ano do Ensino Fundamental, o processamento estatístico fornece dados que além de estreita proximidade às conclusões do processo de correção, permitem refletir sobre o estágio de desenvolvimento das competências em Escrita e em Leitura.
O quadro seguinte representa os resultados do processamento para as questões de resposta construída propostas aos alunos do 3º ano do Ensino Fundamental no SARESP 2019 (M e T) na escala (250,50) do SARESP e do Saeb. Como se conhece, a maioria delas investiga as habilidades associadas à competência escritora pois no SARESP, quando se trata de avaliar a alfabetização, a medida tem sido construída com predomínio de tarefas que investigam a competência escritora. Em menor proporção, as questões 6.1 e 6.2 aferem habilidades de leitura.
Considerando os intervalos que delimitam os níveis de proficiência do SARESP para Língua Portuguesa no 3º Ano do Ensino Fundamental, o quadro inclui também o posicionamento dos itens segundo os níveis de proficiência em que se ancoram.
Cabe lembrar que a classificação por níveis de proficiência leva em consideração os intervalos definidos para o 3º ano do Ensino Fundamental em Língua Portuguesa.



A seguir, são apresentados os dados estatísticos referentes aos itens de múltipla escolha integrantes das provas de Língua Portuguesa no 3º Ano do Ensino Fundamental do SARESP 2019.



O posicionamento dos itens na escala do SARESP, a exemplo dos demais anos escolares e disciplinas avaliadas no SARESP, permite interpretar pedagogicamente os pontos da escala. A descrição da proficiência em Língua Portuguesa, dos alunos do 3º ano do Ensino Fundamental está publicada na seção desta Revista Eletrônica dedicada à descrição da Escala de Proficiência em Língua Portuguesa.



4. ANÁLISE DA AVALIAÇÃO DAS PROVAS DO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL EM LÍNGUA PORTUGUESA NO SARESP 2019
O presente capítulo do relatório reúne informações e análises obtidas nos registros da avaliação (processo de correção) de questões da prova de Língua Portuguesa do 3º ano do Ensino Fundamental para o SARESP 2019. Para isso, foram selecionadas questões que exigiam maior atenção e conhecimento das crianças e a partir de exemplos são apresentados e comentados os resultados da correção. Por essas razões, esse material pode ser útil para subsidiar a trabalho pedagógico.


4.1. AVALIAÇÕES PARA A QUESTÃO 3 - TURMAS DA MANHÃ E TARDE
Esta questão verificou se, ao reescrever um conto, os alunos se apropriaram das características desse gênero em relação ao encadeamento dos acontecimentos narrados e se mantêm a coerência. Para essa edição, a prova trouxe uma versão mais moderna dos contos tradicionais, assim as crianças tiveram que reescrever um conto conhecido, porém com uma situação um pouco diferente daquela que estavam acostumados, o que por um lado mostrou um novo desafio na escrita. Quando os estudantes aprendem o enredo de um conto, também compreendem algo da forma, pertinente a tipologia textual e percebem que a linguagem que se usa para escrever é diferente da que se usa para falar, utilizando-se dessa linguagem na reescrita, colocando-se como escritor do conto. Vale frisar que do ponto de vista da Coerência, item 5.2, o que foi avaliado foram ás articulações dos principais acontecimentos que garantiam a manutenção básica dos eixos de significação, a contagem dos episódios já havia sido avaliada no item 5.1.
A questão 5 se desdobra em dois itens: 5.1 e 5.2.
  • Item 5.1 – Reescrita de um trecho final de um conto conhecido, garantindo a presença dos acontecimentos narrados. (Episódios)
  • Item 5.2 – Reescrita de um trecho final de um conto conhecido do ponto de vista da coerência textual.

 

  • O QUE GARANTE A COERÊNCIA DO TEXTO?
  • Garantia da maioria dos episódios narrados na versão lida;
  • Articular os episódios na ordem certa de acordo com os fatos.
4.1.1. Modelo da Questão 5 e Análise de Exemplos de Provas da Manhã





Exemplo 1 - Prova da Manhã



Neste exemplo podemos notar que a criança consegue garantir a presença de todos os episódios do conto original, conseguindo a nota A. Como mencionado anteriormente não há necessidade dos episódios estarem exatamente iguais aos do Roteiro de Correção.  No item 5.2 pode-se ver que o estudante conseguiu articular o texto, entre si e em relação ao que veio anteriormente, mantendo a coerência dos fatos contados na ordem em que aconteceram, conferindo ao texto produzido a nota máxima A.


Exemplo 2 - Prova da Manhã



Neste exemplo podemos notar que a criança consegue garantir a presença da maior parte dos episódios do conto original, conseguindo a nota A, no item 5.1. No item 5.2, pode-se ver que o aluno conseguiu articular o texto, entre si e em relação ao que veio anteriormente, porém, com pequenas falhas que não atrapalham a coerência do texto, garantindo a nota B.

Exemplo 3 - Prova da Manhã



Neste exemplo podemos notar que a criança mantém a presença de quatro dos episódios do texto base, conseguindo a nota B no item 5.1.  No item 5.2, pode-se ver que não conseguiu articular o texto, entre si e em relação ao que veio anteriormente, com quebras que chegam a comprometer a coerência total e compromete o sentido global, garantindo a nota C.

Exemplo 4 - Prova da Manhã



Neste outro exemplo, no item 5.1 a criança garantiu a presença de pelo mais de quatro dos episódios narrados, garantindo a nota A. Já no item 5.2, a coerência aparece com as ideias parcialmente articuladas, provocando uma falha da coerência quando menciona o caçador pulando a janela, conferindo a nota B para esse item.



4.1.2. Modelo da Questão 5 e Análise de Exemplos de Provas da Tarde




Exemplo 1 - Prova da tarde



Neste exemplo podemos notar que a criança garante a presença da maioria dos episódios do conto original, conseguindo a nota A. Não se avalia neste item, 5.1, se há uma ordem do ponto de vista da coerência, mas sim se existe uma relação dos acontecimentos narrados com o conto que precisa ser reescrito. No item 5.2 pode-se ver que o estudante conseguiu articular o texto, entre si e em relação ao que veio anteriormente, mantendo a coerência dos fatos narrados na ordem em que aconteceram, conferindo ao texto produzido a nota máxima A.


Exemplo 2 - Prova da tarde



Neste exemplo podemos notar que a criança garante a presença de quatro dos episódios do conto original, conseguindo a nota B no item 5.1.. Embora essa falha não comprometa o sentido global, atrapalha um pouco a coerência do texto, garantindo a nota B também no 5.2.

Exemplo 3 - Prova da tarde



Este exemplo mostra claramente que nem sempre a manutenção dos episódios garante a coerência textual, isso porque, a coerência de um texto está atrelada à competência escritora e de como os fatos são articulados durante a escrita. No item 5.1, a criança garante a presença da maioria dos episódios que escutou e consegue enumerá-los, garantindo a nota máxima A. Porém no item 5.2, articula as informações e se observa que a criança ainda não se apropriou totalmente da linguagem que se usa para escrever, a coesão deixa o texto truncado, conferindo a nota B.

Exemplo 4 - Prova da tarde



Neste exemplo, pode-se ver que os episódios garantidos foram apenas dois dos sete episódios que deveriam ser contemplados. Para essas situações as reescritas conseguiram apenas a nota C, no item 5.1. Para o item 5.2, vê-se que o aluno articulou parcialmente as informações do texto, gerando problemas de compreensão. Há uma quebra da narrativa original quando a criança escreve: “o príncipe falou para os sete anões...”, conferindo a nota C para esse item.



4.2. AVALIAÇÕES PARA A QUESTÃO 6 – TURMAS DA MANHÃ E TARDE
Essa questão pretende verificar se, a partir da leitura autônoma (isto é, sozinho, sem ajuda) de um texto informativo, o estudante consegue selecionar e inferir informações a partir do texto.
  • O QUE FOI AVALIADO SOBRE A LEITURA AUTÔNOMA?
  • Resposta que demonstra compreensão;
  • Selecionar informações;
  • Entendimento de informação subentendida.
  • O QUE FOI AVALIADO SOBRE A RESPOSTA DOS ITENS?
  • A completude ou não da resposta não afeta o resultado;
  • Pode apresentar erros na escrita das palavras.

4.2.1. Modelo da Questão 6 e Análise de Exemplos de Provas da Manhã



Exemplo 1 - Prova da manhã



Neste exemplo, a criança consegue responder as duas questões de forma autônoma e correta, localizando as informações explícitas e implícitas no texto; Tanto no item 7.1, quanto 7.2. obteve a nota máxima A.


Exemplo 2 - Prova da manhã


Neste exemplo, a criança consegue responder as duas questões de forma autônoma e correta, localizando as informações explícitas e implícitas no texto; Tanto no item 7.1, quanto 7.2. obteve a nota máxima A.




4.2.2. Modelo da Questão 6 e Análise de Exemplos de Provas da Tarde



Exemplo 1- Prova da tarde



Neste exemplo, a criança consegue responder as duas questões de forma autônoma e correta, localizando as informações explícitas e implícitas no texto; Tanto no item 6.1, quanto 6.2. obteve a nota máxima A.


Exemplo 2 - Prova da tarde



Neste exemplo, a criança consegue responder as duas questões de forma autônoma e correta, localizando as informações explícitas e implícitas no texto; Tanto no item 6.1, quanto 6.2. obteve  a nota máxima A.




4.3. AVALIAÇÕES PARA A QUESTÃO 6 – TURMAS DA MANHÃ E TARDE
A produção de um final de texto do qual se conhece apenas a parte inicial é uma atividade de autoria, portanto, é mais complexa do que a reescrita de um texto conhecido, porque supõe que o estudante articule outro trabalho: o de criar o conteúdo temático de uma parte do texto, sendo essa criação orientada pelas características linguísticas e pelos eixos de sentido do trecho que se conhece do texto. Nesse ano, os textos permitiram que as crianças exercitassem uma maior autoria, já que o corte deixava o desfecho completamente em aberto. Isso propiciou textos mais elaborados e criativos. Outro ponto a ser observado, na análise dos resultados é preciso considerar as notas obtidas nas categorias A e B; isso porque a Grade de Correção dispõem uma posição boa para essas situações. Por exemplo, no critério Pontuação, 8.3, as crianças que utilizam pontuação são enquadradas em A ou B, dependendo de quanta pontuação foi usada de forma adequada, já a letra C contempla os estudantes que não pontuam.
  • O QUE TORNA O FINAL DO CONTO COERENTE? 
Prova da manhã: Responder o porquê aceitou as ofensas e/ou como aceitou. Personagens: sábio/mestre, alunos e guerreiro. Foco: 3ª pessoa.
Prova da Tarde:
Responder onde está a folha e/ou o que há na folha. Personagens: sábio/mestre, jovem aprendiz. Foco: 3ª pessoa.

 

  • O QUE GARANTE A COESÃO TEXTUAL?
  • Elementos que favorecem a coesão: mas, porém, na manhã seguinte, depois, então, enquanto isso, que, porque, como, assim, por causa, quando, logo depois, ele, ela...;
  • Elementos que prejudicam a coesão: daí, aí, né, “e” unindo enunciados e a repetição excessiva de palavras iguais;

 

  • O QUE FOI AVALIADO NA PONTUAÇÃO?
  • Uso correto de: vírgulas, pontos finais, emprego de maiúscula, parágrafo, travessão, dois pontos, interrogação, exclamação;

 

  • O QUE FOI AVALIADO NA ORTOGRAFIA?
  • Apenas a grafia, escrita das palavras: a acentuação conta como erro;
  • Não contam na avaliação: translineações, tempos verbais, concordâncias, regências, maiúsculas e segmentações que não prejudiquem a grafia (eueminha, meninabonita).


4.3.1. Modelo da Questão 8 e Análise de Exemplos de Provas da Manhã



Exemplo 1- Prova da manhã



Neste exemplo da prova da manhã, pode-se ver que o aluno pontuou com nota máxima A em todos os itens. Do ponto de vista da coerência 8.1, conseguiu articular os trechos do texto garantindo a compreensão em relação ao conto original,  explicou o que houve após o mestre ouvir tantas ofensas. No item 8.2, utilizou adequadamente elementos característicos da linguagem escrita (quando, para, ele), mantendo a coesão. Em relação à pontuação, item 8.3, pontou o texto de forma adequada, incluíndo a pontuação medial, interna às frases, fazendo uso correto da vírgula. No item 8.4, que trata da ortografia, o aluno escreve com grafia convencional e possui pouquíssimos erros.


Exemplo 2 - Prova da manhã



Neste outro exemplo da prova da manhã, do ponto de vista da coerência 8.1,  o  conseguiu articular os trechos do texto garantindo a compreensão em relação ao conto original, mas não explica o que houve no fim, obtendo a nota B. No item 8.2, utilizou adequadamente elementos característicos da linguagem escrita, mantendo a coesão. Em relação á pontuação, item 8.3, o aluno escreve com letra de forma, o que impede de avaliar a letra maiúscula, mas faz uso detravessão e pontuação final, conferindo a nota A. No item 8.4, que trata da ortografia, o aluno escreve com grafia convencional e possui menos que quatro erros de grafia, obtendo a nota A.


Exemplo 3 - Prova da manhã



Neste outro exemplo da prova da manhã, do ponto de vista da coerência 8.1,  o  conseguiu articular os trechos do texto garantindo a compreensão em relação ao conto original, com texto inclusive filisófico, obtendo a nota A. No item 8.2, utilizou adequadamente elementos característicos da linguagem escrita, mantendo a coesão, nota A. Em relação á pontuação, item 8.3, o estudante faz uso de travessão e pontuação final, conferindo a nota A. No item 8.4, que trata da ortografia, o aluno escreve com grafia convencional e possui menos que quatro erros de grafia, obtendo a nota A.


Exemplo 4 - Prova da manhã



Neste exemplo, pode-se ver que a criança, do ponto de vista da coerência 8.1, articulou muito bem os trechos do texto garantindo a compreensão em relação ao conto,  conseguiu explicar o motivo de forma incrível e obteve a nota A. No item 8.2, utilizou adequadamente elementos característicos da linguagem escrita, que conferem a relação entre os enunciados (no outro dia, ele), mantendo a coesão e, assim, teve nota A. Em relação à pontuação, item 8.3, o aluno obteve a nota A, já que fez uso da pontuação. No item 8.4, que trata da ortografia, o aluno escreve com grafia convencional e não possui mais que quatro erros, o que lhe confere nota A. 



4.3.2. Modelo da Questão 8 e Análise de Exemplos de Provas da Tarde




Exemplo 1 - Prova da tarde



Neste exemplo de uma prova da tarde, pode-se ver que o aluno pontuou com nota máxima A em todos os itens. Do ponto de vista da coerência 8.1, articulou os trechos do texto garantindo a compreensão em relação ao conto original,  conseguiu explicar o motivo da folha em branco. No item 8.2, utilizou adequadamente elementos característicos da linguagem escrita (agora, meus), mantendo a coesão. Em relação à pontuação, item 8.3, pontou o texto de forma adequada, incluíndo travessão e ponto final. No item 8.4, que trata da ortografia, o aluno escreve com grafia convencional e possui pouquíssimos erros.



Exemplo 2 - Prova da tarde




Neste outro exemplo, pode-se ver que o aluno, do ponto de vista da coerência 8.1, articulour os trechos do texto garantindo a compreensão em relação ao conto,  conseguiu explicar o uso da folha em branco, e obteve a nota A. No item 8.2, utilizou adequadamente elementos característicos da linguagem escrita, que conferem a relação entre os enunciados (e assim, depois, que), mantendo a coesão e, assim, teve nota A. Em relação à pontuação, item 8.3, o aluno obteve a nota A, já que fez uso da pontuação de forma adequada. No item 8.4, que trata da ortografia, o aluno escreve com grafia convencional e não possui mais que quatro erros, o que lhe confere nota A. 


Exemplo 3 - Prova da tarde



Neste outro exemplo da prova da tarde, do ponto de vista da coerência 8.1,  o  conseguiu articular os trechos do texto garantindo a compreensão em relação ao conto original, com texto inclusive filisófico, obtendo a nota A. No item 8.2, utilizou adequadamente elementos característicos da linguagem escrita, mantendo a coesão, nota A. Em relação á pontuação, item 8.3, o estudante faz uso de travessão e pontuação final, conferindo a nota A. No item 8.4, que trata da ortografia, o aluno escreve com grafia convencional e possui menos que quatro erros de grafia, obtendo a nota A.


Exemplo 4 - Prova da tarde



Este expemplo ilustra bem a falta de coerência em um texto, porque percebe-se que não há uma conexão direta com o texto original, dando a impressão de que a criança não compreendeu a história do conto que deveria continuar, assim no item 8.1, sua nota foi C. No item 8.2, o que se vê, em relação à coesão é que o aluno está ainda muito próximo da linguagem oral, há muitas repetições de frases e palavras e não há uso de conectivos básicos, conferindo a nota B. Em relação á pontuação, 8.3, precebe-se o uso de travessão e de pontuação final, portanto a nota foi A. Para a ortografia, item 8.4 o aluno obteve a nota A , pois não teve mais que quatro erros de grafia.






5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desempenho médio dos alunos do 3º ano em Língua Portuguesa na rede estadual paulista foi de 187,2, caracterizando-se no nível Adequado. Isto se deve ao de fato de que mais da metade do alunado, isto é, 51,1% estão classificados neste nível, demonstrando domínio pleno dos conteúdos, competências e habilidades desejáveis para este ano escolar. Deste modo, é esperado que a maioria dos alunos se mostre capaz de resolver grande parte das tarefas requeridas na prova, tendo como desafios a serem superados as tarefas relacionadas à articular os trechos ao reescrever um fragmento de texto (conto), articular elementos do gênero para redigir texto (final de conto) e estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições  ou substituições que contribuem para a continuidade de um texto.   As análises dos itens da prova mostraram que o desempenho dos alunos melhorou em alguns itens importantes ou se manteve igual em outros, quando se observa esses mesmos resultados na edição anterior. Itens como localização de memória obtiveram 95% dos estudantes tanto de manhã como da tarde com a nota máxima nessa habilidade. Itens que tratam da segmentação também tiveram aumento nas porcentagens de respostas corretas, com cerca de 70% de notas máximas. Os itens que exigiam respostas de localização explícita e implícita em leitura de texto informativo foram melhores respondidos em 2019.
Há que salientar a melhora no percentual de respostas corretas em um item muito importante relacionado à ortografia e a pontuação, que foram apontados como itens problemáticos nos relatórios anteriores, tanto de 2017 como em 2018. Percebe-se uma expressiva melhora nos itens da produção de autoria, e de como as análises forneceram materiais para que os professores trabalhassem pontuação e ortografia. Em 2017 a nota máxima em pontuação foi de aproximadamente 21%, em 2018 foi para 33, 5% e em 2019, 44%. Em ortografia aconteceu o mesmo, 42%, 47% e agora 53%, na média aproximada entre turmas da manhã e da tarde.
Essa melhora apontada pela avaliação do SARESP mostra, entre outras coisas, que as novas metas propostas pela BNCC em relação à Educação Infantil como expressar ideias, desejos e sentimentos em distintas situações de interação, por diferentes meios; argumentar e relatar fatos oralmente, em sequência temporal e causal, organizando e adequando sua fala ao contexto em que é produzida; ouvir, compreender, contar, recontar e criar narrativas; conhecer diferentes gêneros e portadores textuais, demonstrando compreensão da função social da escrita e reconhecendo a leitura como fonte de prazer e informação (BRASIL, 2017, p.53); surtiram já alguns efeitos nas escolas públicas de São Paulo.
Esses dados revelam a importância da avaliação em larga escala, que fornece subsídios fundamentais ao trabalho docente. Dessa forma, constituir, a partir dos resultados obtidos, um importante indicador da qualidade do ensino oferecido, em cada unidade escolar do estado de São Paulo, ainda é tarefa árdua, mas que se mostra possível.

 


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