t/css" /> SARESP EM REVISTA - Opinião de Especialista
SARESP EM REVISTA
As médias de desempenho das escolas na avaliação do SARESP estão posicionadas em níveis, numa escala gradual chamada de “escala de proficiência”, que se constitui em um conjunto de números ordenados, obtido pela Teoria de Resposta ao Item (TRI), metodologia estatística que mede a proficiência dos alunos em uma determinada área de conhecimento.

O SARESP utiliza a mesma escala de proficiência do SAEB, que foi definida estatisticamente a partir da distribuição nacional dos resultados dessa avaliação, em  Língua Portuguesa e em Matemática, no ano de 1997, com vistas a facilitar a divulgação e apropriação dos resultados.
Os níveis de proficiência da escala são definidos a partir de metodologias estatísticas. Didaticamente, podemos fazer uma analogia com uma régua, na qual cada ponto representa um nível de proficiência, ou seja, um domínio de um conjunto de estudantes para certo apanhado de habilidades cognitivas.



A escala de proficiência permite identificar as habilidades e competências construídas pelos estudantes, conforme a matriz que serve de referência para o SARESP. A interpretação da escala é cumulativa, ou seja, os estudantes que estão situados em um determinado ponto dominam não só as habilidades associadas a esse ponto, mas também as proficiências descritas nos pontos anteriores – a lógica é a de que quanto mais o estudante caminha ao longo da escala mais habilidades ele terá desenvolvido.

Ou seja, de acordo com a Teoria de Resposta ao Item – TRI, estudantes situados em determinado nível de proficiência têm probabilidade de acertar os itens da prova dispostos naquele nível e também em níveis anteriores, mas possuem baixa probabilidade de acerto aos itens que estão em pontos superiores da escala.



Ampliando a análise da escala de proficiência para além de seu caráter numérico, é possível compreendê-la sob um importante aspecto pedagógico, na medida em que as descrições da escala de proficiência, organizadas gradualmente em níveis, trazem informações de relevância sobre o desempenho em termos de competências e habilidades, ao longo da evolução escolar. Nesse aspecto, é importante que cada escola interprete seus resultados também à luz da descrição da escala.

Mas como interpretar pedagogicamente as escalas de proficiência?

Uma análise aprofundada dos resultados de avaliação requer muito mais do que a identificação do ponto em que os estudantes estão em termos numéricos. A interpretação pedagógica dos resultados exige um olhar ao desempenho cognitivo em termos de competências e habilidades, a partir de um estudo da descrição da escala de proficiência, pois ela representa um importante recurso para a interpretação dos resultados da avaliação.

A descrição da escala indica o que os estudantes são capazes de realizar, em termos cognitivos, para cada uma das habilidades avaliadas, conforme uma análise sobre o desempenho dos itens que compõem a prova e, a partir daí, é possível identificar quais conteúdos, temas e habilidades curriculares os estudantes dominam naquele nível e em níveis anteriores, e quais conhecimentos, dispostos em pontos superiores da escala, precisam ser alcançados ou aprimorados.

Também é possível fazer uma análise histórica do desempenho dos estudantes, em termos de escala de proficiência, comparando os resultados da avaliação ao longo dos anos, e analisando o desenvolvimento do processo de aprendizagem a partir das informações que a avaliação oferece especialmente aos docentes e gestores escolares.

Cabe também interpretar tais resultados considerando o contexto de aprendizagem de cada escola, analisando como as habilidades são previstas e desenvolvidas nos planos de ação pedagógica do professor e da unidade escolar, oferecendo importantes pistas ao trabalho docente e às tomadas de decisão em termos de recuperação e aprofundamento escolar.


Mas como aproximar os resultados da avaliação à prática da sala de aula?
A escala de proficiência pode ser uma ferramenta muito útil ao professor no desempenho de suas ações pedagógicas, na medida em que com a interpretação da escala é possível mapear as competências e habilidades que necessitam de intervenções pedagógicas em termos de retomada ou aprofundamento, contribuindo, inclusive, para ajustes necessários ao planejamento pedagógico.

Além disso, a análise pedagógica da escala e de sua descrição permite que o docente identifique não apenas as habilidades pontuais que precisam ser desenvolvidas, mas, numa análise mais ampla, o conjunto de habilidades necessárias ao desenvolvimento de outras habilidades importantes e estratégicas à trajetória escolar, em termos de evolução de desempenho.

Assim sendo, contextualizar e interpretar os resultados em avaliação da escola e das turmas pode contribuir para nortear e redimensionar o trabalho pedagógico e, consequentemente, as ações em sala de aula.

Orientamos que você, professor, observe os resultados de sua escola, em termos de proficiência, faça uma análise das habilidades previstas em cada nível de desempenho a partir da descrição da escala e, a partir daí, juntamente com seus pares, estudem estratégias e intervenções pedagógicas mais adequadas à realidade de sua escola. Essa sugestão pode contribuir muito para nortear suas atividades em sala de aula, em parceria com seus colegas e demais profissionais da comunidade escolar.