SARESP EM REVISTA
Na 21ª edição do SARESP (Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo) a análise e a interpretação dos resultados obtidos da aplicação da avaliação para o 3º ano do Ensino Fundamental em Língua Portuguesa mantiveram os referenciais descritos para os anos anteriores do SARESP, e que podem ser encontrados nas publicações anteriores desta revista1.
A avaliação do SARESP de 2018 mantém como objetivos primordiais:
  • servir como instrumento de avaliação externa das unidades escolares de diferentes redes de ensino paulistas, oferecendo indicadores de extrema relevância para subsidiar a tomada de decisões dos educadores que nelas atuam;
  • viabilizar para cada rede de ensino paulista, a possibilidade de análise comparativa dos resultados da aplicação das provas do SARESP e daqueles obtidos por meio de avaliações nacionais, como as do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica– Saeb, em especial a Avaliação Nacional da Educação Básica – Aneb e a Avaliação Nacional do Rendimento Escolar – Anresc/Prova Brasil;
  • constituir, a partir dos resultados obtidos, importante indicador da qualidade do ensino oferecido, em cada unidade escolar do estado de São Paulo.
Na elaboração das análises aqui apresentadas foram utilizadas as respostas dos alunos às questões de Língua Portuguesa apresentadas nas provas da manhã e da tarde, aos alunos do 3º ano do Ensino Fundamental; o manual com as instruções para a adequada aplicação das provas; o roteiro de correção das provas com as orientações aos supervisores e corretores; exemplares de provas dos alunos de 3º ano do Ensino Fundamental; as tabelas de resultados obtidos pelos alunos; as orientações relativas à metodologia de avaliação no SARESP 2018.


1.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE AS PROVAS DE LÍNGUA PORTUGUESA DO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL NO SARESP DE 2018
As provas de Língua Portuguesa aplicadas aos alunos do 3º ano do Ensino Fundamental foram compostas por questões abertas e de múltipla escolha. Embora sejam aplicadas duas provas diferentes, uma para as turmas da manhã e outra para as da tarde, ambas as avaliações contêm os mesmos modelos de questões, e utilizam contextos parecidos, portanto, são provas paralelas, de mesmo caráter avaliativo.

As provas de 2018 mantiveram a composição com 13 questões – 8 de resposta aberta sendo uma delas desdobrada em duas partes, e 5 de múltipla escolha, resultando em 14 questões que são respondidas pelos alunos. Elas investigam as habilidades essenciais que se espera tenham sido desenvolvidas pelos alunos ao final do Ciclo de Alfabetização, mediante a aquisição de conhecimentos sobre o sistema de escrita, as convenções da escrita, a leitura com autonomia e a produção textual que garanta a manutenção de coerência e da coesão textuais necessárias à competência escritora do ponto de vista discursivo.


1.2. CARACTERÍSTÍCAS GERAIS DA AVALIAÇÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA O 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL NO SARESP 2018
As avaliações no SARESP 2018 possuem uma estrutura pautada para verificar as habilidades e competências relacionadas à Língua Portuguesa, assim, tanto a competência leitora quanto a escritora são o epicentro da prova. Em Psicogênese da língua escrita (TEBEROSKY E FERREIRO,1999), as autoras trabalham com a ideia da Lectoescrita que discute a importância de que ler não é decifrar e escrever não é copiar, e também enfatizam que é através da escrita que nos aproximamos da psicogênese do conhecimento dos objetos socioculturais.

Assim, a avaliação de Língua Portuguesa para o 3º ano do Ensino Fundamental, possui moldes fixados em verificar tanto a leitura como a escrita em suas completudes. A diversidade e abrangência das questões da prova garantem contemplar os grupos de três competências:
  • Observar;
  • Realizar;
  • Compreender.
No contexto desses grupos de competências, as questões da avaliação do SARESP exigem que os alunos demonstrem dois outros eixos de competências fundamentais:

LEITORA: leitura e compreensão das comandas para realização das tarefas constituintes na prova; leitura e compreensão dos textos de apoio para manter a continuidade temática ao produzir tanto a reescrita como o final de um conto, configurados no tipo narrativo e contendo os episódios narrados para garantir a manutenção da coerência e coesão; leitura autônoma de texto informativo; leitura autônoma de testes de múltipla escolha.

ESCRITORA: compreensão das regras e normas da escrita, apresentando uso preferencialmente de letra manuscrita, sem sinais de segmentação recorrente; aplicação dos sinais de pontuação e do uso adequado de letras maiúsculas, escrita da ortografia padrão e utilização de mecanismos básicos da coesão; escrita e reescrita de conto; localização e reconhecimentos dos diversos sentidos das palavras, das comandas e tarefas a serem realizadas solicitadas pelo professor-aplicador.
No âmbito dos eixos de competência Leitora e Escritora, foram verificadas, em cada um dos itens que compõem a avaliação do SARESP, as habilidades requeridas ao final do terceiro ano do Ensino Fundamental e que, como anteriormente mencionado, espelham as expectativas de aprendizagem para os alunos que completaram os três primeiros anos do Ciclo de Alfabetização. 


1.3. HABILIDADES EM LÍNGUA PORTUGUESA PARA O 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL NO SARESP 2018
As habilidades investigadas na avaliação de Língua Portuguesa para o 3º ano do Ensino Fundamental estão relacionadas com a leitura de diferentes questões e com a escrita em variados níveis de exigência. Como uma parte da prova é de respostas construídas pelo aluno, é preciso que as crianças acompanhem a leitura do professor-aplicador de alguns dos enunciados. Mas há também outro momento da prova, em que cabe ao aluno ler de forma autônoma e produzir suas próprias respostas a partir do que leu. Na prova de Língua Portuguesa apresentada ao 3º Ano do Ensino Fundamental no SARESP 2018, as questões foram elaboradas e ou selecionadas para investigar as habilidades descritas no quadro seguinte.



A relação de habilidades põe em evidência que a avaliação envolveu questões com variados graus de exigência. Nas mais simples, o aluno deveria codificar o que o professor aplicador solicitou na comanda oral, como escrever o próprio nome ou ainda escrever palavras ditadas e recitadas. Em outras situações, o aluno deveria circular palavras de uma cantiga e também escrevê-la de forma correta, atendendo as convenções do sistema de escrita padrão. No decorrer da prova, algumas questões elevam o nível de exigência e propõem tarefas mais complexas que envolvem produção textual, tanto de reescrita quanto de autoria.

Por fim, é esperado que as crianças leiam com autonomia, demonstrando o estágio de desenvolvimento de habilidades tais como localizar informações explícitas e implícitas em fragmentos de texto, além de identificar a finalidade, o público-alvo ou marcas de variação linguística em textos diversos, e de estabelecer relações entre segmentos de texto, ou entre imagens (foto ou ilustração) e um corpo do texto, para resolver diferentes situações-problema.

Dessa maneira, é de extrema importância que a análise das questões em relação às respostas, que os alunos avaliados deram aos itens que lhes foram apresentados, sirva de norteador aos professores alfabetizadores para que busquem novas estratégias de ensino.

1. SARESP EM REVISTA 2016. ISSN 2526-5369 versão online. Disponível em: http://saresp.vunesp.com.br/2016. Acesso em: 14 fev. 2019.
SARESP EM REVISTA 2017. ISSN 2526-5369 versão online. Disponível em: http://saresp.vunesp.com.br. Acesso em: 14 fev. 2019.


2. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A CORREÇÃO DAS PROVAS DE LÍNGUA PORTUGUESA DO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL NO SARESP DE 2018
O processo de correção das avaliações no SARESP de 2018 foi realizado on line, segundo as especificações e padrões de correções da Fundação Vunesp, que são utilizados desde 2013. O polo central de correção ficou situado em São Paulo, capital, e foram montadas equipes de correção para cada uma das questões.

As equipes de correção do SARESP contaram com um conjunto de 3 (três) coordenadores centrais, 31 (trinta e um) supervisores, divididos em capital e interior e aproximadamente 600 (seiscentos) corretores. O treinamento dos supervisores foi realizado pela coordenação central em São Paulo, para que fossem responsáveis por treinar suas respectivas equipes de acordo com as questões selecionadas para cada polo de correção, em locais próprios, de acordo com um cronograma previamente organizado pela Fundação Vunesp.

A correção aconteceu simultaneamente em todos os polos, tanto na capital como no interior, sendo que cada questão e seus respectivos itens foram mostrados para cada corretor em telas de computador, sendo corrigidos e pontuados de acordo com as Categorias de Respostas descritas no Roteiro de Correção, disponíveis para cada corretor.

A troca de informações, de dúvidas e esclarecimentos entre a coordenação, supervisão e os corretores aconteceu de forma presencial no polo de São Paulo e de forma on line para os polos do interior, e contribuiu para garantir a lisura e a confiabilidade do processo de correção, visto que, quando necessário, possibilitou a intervenção dos coordenadores centrais em relação aos supervisores e, da mesma maneira, a intervenção desses supervisores sobre sua equipe de corretores, fazendo concomitantemente os ajustes necessários para uma correção tranquila e permitindo a equidade e a manutenção dos critérios na avaliação.


2.1. COMPOSIÇÃO E DEFINIÇÃO DOS CRITÉRIOS PARA A CORREÇÃO DA PROVA
Para a correção, as questões foram subdivididas, compondo um total de 21 itens que foram corrigidos segundo os critérios publicados no manual dos corretores.

Para orientar o processo de correção e codificação da prova, foram criadas, para cada um dos itens, algumas categorias de respostas indicadas por códigos representados pelas letras A, B, C, D, E e F. Assim, cada categoria (identificada por uma letra) apresentou uma descrição do tipo de resposta que podia ser observado no processo de análise da produção da criança. O objetivo era que os professores utilizassem as definições como critérios para a avaliação do desempenho dos alunos.

Para corrigir cada item, o professor deveria:
  • ler atentamente a instrução para a correção de cada item, verificando qual foi a resposta do aluno;
  • classificar a resposta do aluno de acordo com a categoria de respostas na qual ela se enquadra, identificando o código correspondente A, B, C, D, E ou F.
Os quadros a seguir mostram como cada questão foi apresentada, o que ela pretendeu avaliar e, para cada item da prova, as categorias de respostas possíveis que nortearam o trabalho dos corretores e que possibilitaram a uniformidade e equidade no processo de correção.


Questão 1
ESCRITA DO NOME PRÓPRIO
Esta questão pretende avaliar o conhecimento do aluno sobre a forma escrita de seu próprio nome.

Categorias de resposta:

(A) Escreveu o nome e pelo menos um sobrenome.
(B) Escreveu somente o nome.
(C) Escreveu de forma não reconhecível.
(D) Ausência de resposta.


Questão 2
ESCRITA DE UMA LISTA DE PALAVRAS – SISTEMA DE ESCRITA
Esta questão pretende avaliar o nível de conhecimento dos alunos sobre o sistema de escrita, ou seja, procura verificar como cada um compreendeu, até este momento, o funcionamento e as regras de geração da escrita.
As listas de palavras selecionadas para a avaliação do 3º Ano do Ensino Fundamental no SARESP 2018 estão apresentadas a seguir.



Categorias de resposta:
Avaliar se, do ponto de vista do sistema de escrita, o aluno:
(A) Escreveu com correspondência sonora alfabética e grafia convencional pelo menos 03 (três) das palavras da lista (não considerar a acentuação).
(B) Escreveu com correspondência sonora alfabética e grafia convencional pelo menos 02 (duas) das palavras da lista (não considerar a acentuação).
(C) Escreveu com correspondência sonora alfabética ou ainda não alfabética, com grafia não convencional.
(D) Escreveu sem correspondência sonora.
(E) Ausência de resposta (em branco, cópia de partes da prova, outras palavras).


Questão 3
ESCRITA (AUTODITADO) DE UM TRECHO DE UMA CANTIGA
Esta questão pretende avaliar o nível de conhecimento dos alunos sobre o sistema de escrita, ou seja, procura verificar como cada um compreendeu, até este momento, o funcionamento e as regras de geração da escrita.
A cantiga selecionada para a avaliação do 3º Ano do Ensino Fundamental no SARESP 2018 está apresentada a seguir.
A escrita de um trecho de uma cantiga foi avaliada a partir dos seguintes aspectos:
  • sistema de escrita;
  • segmentação do texto em palavras.
A cantiga selecionada para a avaliação do 3º Ano do Ensino Fundamental no SARESP 2018 está apresentada a seguir.



A questão 3 se desdobra em dois itens: 3.1 e 3.2.


Item 3.1. Escrita de um trecho de uma cantiga – sistema de escrita
Categorias de resposta:
(A) Escreveu com correspondência sonora alfabética e grafia convencional, podendo apresentar até 03 (três) palavras diferentes em grafia não convencional.
(B) Escreveu com correspondência sonora alfabética com grafia não convencional no mínimo 04 (quatro) palavras diferentes.
(C) Escreveu com correspondência sonora ainda não alfabética.
(D) Escreveu sem correspondência sonora.
(E) Presença de escrita, mas não a solicitada (escreveu outro texto, copiou trechos da prova, texto ilegível, rabiscos, garatujas, desenhos).
(F) Ausência de resposta (em branco).

Item 3.2. Escrita de um trecho de uma cantiga – segmentação do texto em palavras
Categorias de resposta:
(A) Segmentou convencionalmente o texto em palavras (o aluno escreve realizando a separação convencional entre as palavras), podendo apresentar apenas uma (01) situação de hipossegmentação ou hipersegmentação.
(B) Presença sistemática de hipossegmentação e/ou de hipersegmentação.
(C) Não segmentou o texto em palavras.
(D) Presença de escrita, mas não a solicitada (escreveu outro texto, copiou trechos da prova, texto ilegível, rabiscos, garatujas, desenhos).
(E) Ausência de resposta (em branco).


Questão 4
LEITURA DE UM TRECHO DE UMA CANTIGA
Esta questão pretende avaliar se, sabendo o texto de cor e informado do que está escrito em cada linha, o aluno consegue localizar algumas das palavras do texto (sempre textos conhecidos ou que possam ser facilmente memorizados na própria situação de avaliação).

As palavras cuja localização foi solicitada na avaliação do 3º Ano do Ensino Fundamental no SARESP 2018 estão destacadas nas cantigas apresentadas a seguir.



Categorias de resposta:
(A) Marcou pelo menos 05 (cinco) das palavras ditadas.
(B) Marcou pelo menos 03 (três) das palavras ditadas.
(C) Marcou aleatoriamente ou marcou todas as palavras.
(D) Não marcou nada.


Questão 5
REESCRITA DE UM FRAGMENTO DA HISTÓRIA
Esta questão pretende verificar se, ao reescrever um conto, os alunos se apropriaram das características desse gênero em relação ao encadeamento dos acontecimentos narrados e se mantêm a coerência.

Reescrever um conto conhecido é uma situação de produção textual com apoio: reescreve-se um conto cujas informações principais são conhecidas, pois estão presentes no conto. Então a referência para a produção é um texto escrito. Quando os alunos aprendem o enredo de um conto, também costumam aprender algo da forma, da linguagem que se usa para escrever, diferente da que se usa para falar. E se utilizam dessa linguagem na reescrita, colocando-se como escritor do conto.

A questão 5 se desdobra em dois itens: 5.1 e 5.2.

Item 5.1. Reescrita de um trecho final de um conto conhecido, garantindo a presença dos acontecimentos narrados.

Prova da manhã (OS TRÊS PORQUINHOS)
1. Porquinhos saíram em disparada. (rápido, correndo...);
2. Porquinhos batem na casa de Prático. (do outro porquinho, do irmão, do amigo...);
3. O lobo gritou. (falou, disse, ficou bravo...);
4. O lobo soprou e não derrubou a casa. (não caiu, assoprou...);
5. O lobo teve uma ideia. (pensou, imaginou...);
6. O lobo entrou pela chaminé. (escorregou, caiu, desceu...);
7. O lobo nunca mais apareceu e/ou Os porquinhos nunca mais o viram.

Prova da tarde (BRANCA DE NEVE)
1. Os anões encontraram Branca de Neve. (viram, acharam...);
2. Os anões julgaram que ela morreu. (pensaram, acharam...);
3. Os anões colocaram-na em um caixão. (puseram, deixaram...);
4. Um príncipe que passava admirou a jovem. (encontrou, viu...);
5. O príncipe beija Branca de Neve. (abraça...);
6. Branca de Neve volta à vida. (acorda, desperta, revive...);
7. O príncipe e Branca de Neve se casaram e/ou Viveram felizes para sempre.

Categoria de Respostas
(A) Reescreveu garantindo a presença de pelo menos cinco (05) dos acontecimentos narrados.
(B) Reescreveu garantindo a presença de quatro (04) dos acontecimentos narrados.
(C) Reescreveu garantindo a presença de pelo menos três (03) dos acontecimentos narrados.
(D) Presença de escrita, mas não a solicitada (apresentou menos de 03 acontecimentos; escreveu outro texto; copiou trechos da prova; texto ilegível; rabiscos; garatujas; desenhos).
(E) Ausência de escrita (em branco).

Item 5.2.
Reescrita de um trecho final de um conto conhecido do ponto de vista da coerência textual

Categoria de respostas:
(A) Conseguiu articular os trechos do texto, entre si e em relação ao que veio antes, sem provocar problemas de compreensão.
(B) Conseguiu articular os trechos do texto, entre si e em relação ao que veio antes, ainda que com uma ou duas falhas que não chegam a comprometer o sentido global do texto produzido.
(C) Articulou parcialmente as ideias e as informações do texto, entre si e em relação ao que veio antes, com quebras da coerência, resultando em alguns problemas de compreensão.
(D) Não conseguiu articular as ideias e as informações do texto com coerência, resultando em problemas de compreensão.
(E) Presença de escrita, mas não a solicitada (escreveu outro texto, copiou trechos da prova, texto ilegível, rabiscos, garatujas, desenhos).
(F) Ausência de escrita (em branco).


Questão 6
LEITURA DE UM TEXTO INFORMATIVO
Esta questão pretende verificar se, a partir da leitura autônoma (isto é, sozinho, sem ajuda) de um texto informativo, o aluno consegue selecionar informações no texto ou inferir informações a partir do texto.

Atenção:
• A completude ou não da resposta não afeta o resultado, pois o que se quer saber é se o aluno é capaz de ler ou não com autonomia.
• O aluno pode responder mostrando que entendeu o texto, mas apresentar erros na escrita das palavras. Isso também deve ser considerado “A”, pois não estamos tratando da análise da escrita e sim da compreensão do que ele lê.



A questão 6 se desdobra em dois itens: 6.1 e 6.2.

Item 6.1.
Leitura de um texto informativo: localização de informação explícita no texto
Prova da manhã
Na questão “De que se alimenta o Falcão-peregrino?”, considere como alternativa A se o aluno escreveu “De outras aves”, ou “Outras aves”, ou “Aves”.

Prova da tarde
Na questão “Qual é o tempo de vida de uma pulga?”, considere como alternativa A se o aluno escreveu “Em torno de quatro meses”, ou “Quatro meses”, ou “4 meses”.

Categoria de respostas:
(A) Respondeu mostrando que foi capaz de ler com autonomia.
(B) Respondeu, mas não mostrou que foi capaz de ler com autonomia (texto ilegível).
(C) Ausência de resposta (em branco).


Item 6.2. Leitura de um texto informativo: inferência de informação implícita no texto

Prova da manhã
Na questão, “Por que o falcão migra dos Estados Unidos e Canadá para o Brasil?”, considere como alternativa A se o aluno escreveuPorque no Brasil é mais quente”, ou “Porque nos Estados Unidos e Canadá é muito frio”.

Prova da tarde
Na questão “Por que a pulga pode representar um problema para os seres humanos?”, considere como alternativa A se o aluno escreveu “Porque quando famintas, podem atacar as pessoas”, ou “Porque podem atacar as pessoas, se não houver cães e gatos por perto”.

Categoria de respostas:
(A) Respondeu mostrando que foi capaz de ler com autonomia.
(B) Respondeu, mas não mostrou que foi capaz de ler com autonomia (texto ilegível).
(C) Ausência de resposta (em branco).


Questão 7
TRANSCRIÇÃO, SEGMENTAÇÃO E PONTUAÇÃO DE TEXTO
Esta questão pretende avaliar se os alunos sabem copiar, em letra manuscrita, um trecho de um conto, introduzindo a separação do texto em palavras, a pontuação e as maiúsculas. Existem outras situações possíveis e corretas de pontuar estes trechos. O que não é aceitável, por exemplo, é pontuar entre o sujeito e o verbo e entre o verbo e seu complemento. Em linhas gerais, não é aceitável a pontuação que, em lugar de facilitar a leitura, dificulte-a.

Manhã
Que nariz tão grande você tem vovó! É para te cheirar melhor, minha netinha. Que orelhas tão grandes você tem vovó! É para te cheirar melhor, minha netinha.
Que nariz tão grande você tem vovó. É para te cheirar melhor, minha netinha. Que orelhas tão grandes você tem vovó. É para te cheirar melhor, minha netinha.

Tarde
Que olhos tão grandes você tem vovó! São para te enxergar melhor, minha netinha. Para que essa boca tão grande vovó? É para te comer, nhac!
Que olhos tão grandes você tem vovó. São para te enxergar melhor, minha netinha. Para que essa boca tão grande vovó? É para te comer. Nhac!

A questão 7 se desdobra em três itens: 7.1, 7.2 e 7.3.

Item 7.1. Leitura de um trecho do conto “Chapeuzinho vermelho” e transcrição do texto em letra manuscrita
Categorias de resposta:
(A) Copiou o trecho do conto em letra manuscrita, mesmo que não tenha segmentado.
(B) Não conseguiu copiar o trecho do conto em letra manuscrita (escreveu outro texto, copiou trechos da prova, texto ilegível, rabiscos, garatujas, desenhos).
(C) Ausência de resposta (em branco).

Item 7.2. Transcrição trecho do conto - segmentação do texto em palavras
Categorias de respostas

(A) Segmenta o texto em palavras – o aluno escreve realizando a separação convencional entre as palavras, podendo apresentar apenas uma (01) situação de hipossegmentação ou hipersegmentação, mesmo que esteja repetida.
(B) Presença sistemática de hipossegmentação e/ou hipersegmentação – o aluno escreve realizando algumas separações entre as palavras, nem sempre, no entanto, de forma convencional.
(C) Não segmenta o texto em palavras – o aluno escreve as palavras continuamente, sem qualquer separação entre elas (escreveu apenas uma palavra do texto).
(D) Presença de escrita, mas não a solicitada (escreveu outro texto, copiou trechos da prova, texto ilegível, rabiscos, garatujas, desenhos).
(E) Ausência de resposta (em branco).

Item 7.3. Leitura e transcrição trecho do conto - uso de pontuação e de maiúscula
Categorias de respostas

(A) Presença sistemática de pontuação e/ou letra maiúscula. O aluno divide o texto em pelo menos dois blocos de sentido (pergunta e resposta), utilizando elementos do sistema de pontuação: sinais de pontuação e/ou maiúsculas.
(B) Presença de pontuação e/ou maiúscula. O aluno não divide o texto em blocos de sentido (pergunta e resposta), mas utiliza alguns elementos do sistema de pontuação: sinais de pontuação e/ou maiúsculas.
(C) Ausência de sinais de pontuação e de maiúscula.
(D) Presença de escrita, mas não a solicitada (escreveu outro texto, copiou trechos da prova, texto ilegível, rabiscos, garatujas, desenhos).
(E) Ausência de resposta (em branco).


Questão 8
PRODUÇÃO DO FINAL DE UM TEXTO
Esta é uma atividade que implica a produção de autoria de parte de um texto do qual o começo é conhecido. Os alunos são apresentados ao texto pelo professor, que o lê até uma parte previamente definida, sem chegar ao final.
A tarefa é continuar o texto, de modo que a trama iniciada tenha continuidade e coerência.
Ao contrário do que se costuma dizer, não se trata de um mero exercício de criatividade. Para garantir a coerência do final do texto é fundamental a compreensão dos eixos de significação já estabelecidos no texto. Estes significados devem ser considerados – explicitamente ou não – para a elaboração de um final coerente. Escrever um final coerente não significa, no entanto, não romper com expectativas criadas quando da leitura do início do texto. Ao contrário, é possível romper com elas, e, ainda assim, manter a coerência temática e textual. A produção de um final de texto do qual se conhece apenas a parte inicial é uma atividade de autoria. Portanto é mais complexa do que a reescrita de um texto conhecido porque supõe que o aluno, à tarefa de textualização, articule um outro trabalho: o de criar o conteúdo temático de uma parte do texto, sendo essa criação orientada pelas características linguísticas e pelos eixos de sentido do trecho que se conhece do texto.

No SARESP 2018, a Questão 8 solicita a produção do final de um conto e desdobra-se em quatro itens: 8.1, 8.2, 8.3 e 8.4.

Item 8.1. Produzir o final de um conto do ponto de vista da coerência textual
Categorias de resposta:
(A) Conseguiu articular os trechos do texto, entre si e em relação ao que veio antes, sem provocar problemas de compreensão.
(B) Conseguiu articular os trechos do texto, entre si e em relação ao que veio antes, ainda que com uma ou duas falhas que não chegam a comprometer o sentido global do texto produzido.
(C) Articulou parcialmente as ideias e informações do texto, entre si e em relação ao que veio antes – com quebras da coerência, resultando em alguns problemas de compreensão.
(D) Não conseguiu articular as ideias e informações do texto com coerência, resultando em problemas de compreensão, dando a impressão de que não entendeu a história.
(E) Presença de escrita, mas não a solicitada (escreveu outro texto, copiou trechos da prova, texto ilegível, rabiscos, garatujas, desenhos).
(F) Ausência de escrita (em branco).

Item 8.2. Produzir o final de um conto do ponto de vista da coesão textual
Categorias de resposta:
(A) Utilizou adequadamente elementos característicos da linguagem escrita para relacionar os enunciados (por exemplo: “mas”, “porém”, “então”, “enquanto isso”, “no entanto”, “na manhã seguinte”, “muito tempo depois”, entre outros), fazendo uso em até 04 (quatro) vezes, de recursos típicos da linguagem oral (“daí”, “né”, “aí”, por exemplo).
(B) Utilizou adequadamente elementos característicos da linguagem escrita para relacionar os enunciados (por exemplo: “mas”, “porém”, “então”, “enquanto isso”, “no entanto”, “na manhã seguinte”, “muito tempo depois”, entre outros), mesmo que utilize 05 (cinco) ou mais vezes, recursos típicos da linguagem oral (“daí”, “né”, “aí”, por exemplo).
(C) Não utilizou adequadamente elementos característicos da linguagem escrita para relacionar os enunciados, podendo-se observar forte presença da conjunção “e” unindo os enunciados ou de recursos típicos da linguagem oral, (“daí”, “né”, “aí”, por exemplo) ou repetição excessiva de palavras.
(D) Presença de escrita, mas não a solicitada (escreveu outro texto, copiou trechos da prova, texto ilegível, rabiscos, garatujas, desenhos).
(E) Ausência de escrita (em branco).

Item 8.3. Produzir o final de um conto do ponto de vista da pontuação
Categorias de resposta:
(A) Pontuou o texto adequadamente, empregando pontuação medial, interna às frases, como vírgula, dois pontos, etc. (ainda que nem sempre) e, no caso de ter utilizado o discurso direto, empregou pontuação adequada (qualquer que tenha sido a escolha feita: parágrafo e travessão; aspas sem parágrafo, por exemplo), mesmo que não em todas as ocasiões.
(B) Redigiu o texto empregando pontuação inicial (maiúscula) e final, (qualquer que tenha sido a escolha feita: ponto final, de interrogação, de exclamação, reticências etc.) – nas frases ou parágrafos, mesmo que não em todas as ocasiões e a pontuação medial interna (como vírgula, dois pontos etc.), quando aparece, não é de forma sistemática nem adequada.
(C) Redigiu o texto, ainda que sem utilizar pontuação no final dos enunciados nem a letra maiúscula no início de frase.
(D) Presença de escrita, mas não a solicitada (escreveu outro texto, copiou trechos da prova, texto ilegível, rabiscos, garatujas, desenhos).
(E) Ausência de escrita (em branco).

Item 8.4. Produzir o final de um conto do ponto de vista da ortografia
Categorias de resposta:
(A) Escreveu com grafia convencional, com até quatro (04) erros.
(B) Escreveu com grafia convencional, de cinco (05) até oito (08) erros.
(C) Escreveu de forma alfabética sem atender às convenções gráficas.
(D) Presença de escrita, mas não a solicitada (escreveu outro texto, copiou trechos da prova, texto ilegível, rabiscos, garatujas, desenhos).
(E) Ausência de escrita (em branco).


Questões 09 a 13
ITENS DE MÚLTIPLA ESCOLHA
IMPORTANTE: Para essas questões não há a classificação em critérios. Cabe ao corretor apenas transcrever a resposta indicada pelo (a) estudante. Ou seja, se o (a) aluno (a) assinalou (A) deve-se selecionar o critério (A), se marcou (B) deve-se selecionar o critério (B), se indicou (C) deve-se selecionar o critério (C), se optou por (D) deve-se selecionar o critério (D).
O critério (E) deve ser indicado se, e somente se, o (a) aluno(a) assinalar mais de uma alternativa ou, então, quando deixa a questão em branco.



3. RESULTADOS DA PROVA DE LÍNGUA PORTUGUESA DO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL NO SARESP 2018
Os resultados obtidos pelos alunos do 3º ano do Ensino Fundamental em Língua Portuguesa SARESP 2018 são apresentados e analisados a seguir. Considerando os resultados, optou-se por organizar o presente capitulo em três partes:
  • a primeira, aborda as questões de números 1, 2 e 4, com respostas construídas pelos alunos;
  • a segunda, que trata das questões de números 9 a 13, de múltipla escolha;
  • a terceira, aborda os itens 3, 5, 6, 7 e 8, com respostas construídas pelos alunos e que envolvem tarefas de maior complexidade.
De fato, itens de maior complexidade acabam por exigir das crianças habilidades que envolvem tarefas de maior amplitude como a reescrita e a produção textual, na medida em que permitem que os alunos canalizem sua atenção para aspectos relacionados à linguagem escrita, sem se preocuparem tanto com as questões relacionadas aos aspectos notacionais, sobretudo aqueles relacionados com a ortografia de alguns termos, do ponto de vista fonético ou ortográfico. São as tarefas mais elaboradas que permitem avaliar de fato se a criança compreendeu até esse momento o uso distinto entre a modalidade oral e a escrita.  Assim, não se trata apenas de conceituar as questões em fáceis ou em difíceis, e sim de verificar o desenvolvimento das habilidades requeridas em cada questão que compõe a avaliação no SARESP.


3.1. DESEMPENHO DOS ALUNOS DO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL NAS QUESTÕES 1, 2, e 4
As tabelas a seguir mostram os resultados obtidos pelos alunos do 3º ano do Ensino Fundamental para as questões 1, 2 e 4. Os dados permitem afirmar que o desempenho dos alunos do 3º ano do Ensino Fundamental para esses itens, no geral, foi muito bom.








3.2. DESEMPENHO DOS ALUNOS DO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL NAS QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA

O resultado das questões de múltipla escolha (No 9 a 13) apresentadas nas provas do 3º ano do Ensino Fundamental no SARESP 2018 estão descritos no quadro seguinte. Considerando que se trata de itens de múltipla escolha, para os quais a criança deveria escolher, dentre as quatro alternativas propostas para cada item, aquela que em seu julgamento correspondia à resposta correta, o quadro informa e reúne os percentuais de acerto apurados para as respostas corretas - os gabaritos na avaliação de Língua Portuguesa do 3º ano do Ensino Fundamental, no SARESP 2018, provas manhã (M) e tarde (T). O quadro fornece também as habilidades aferidas nessas questões de múltipla escolha e isso permite refletir sobre o estágio de desenvolvimento da competência leitora das crianças, uma vez que a escolha das respostas requeria a leitura da tarefa que cada questão solicitava.



3.3. DESEMPENHO DOS ALUNOS DO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL NAS QUESTÕES 3, 5, 6, 7 e 8
Como ressaltado anteriormente, algumas questões do SARESP exigem habilidades mais complexas, para tanto, nesse ano a análise do desempenho dos alunos se concentrou nas questões que envolvem o nível de conhecimento sobre o sistema de escrita e de segmentação de palavras, ou seja, procurou verificar como cada um compreendeu o funcionamento e as regras de geração da escrita. As questões envolvendo a leitura autônoma de um texto informativo, isto é, quando o aluno consegue selecionar informações no texto ou inferir informações a partir do texto lido, foram analisadas para que se perceba na análise, que a inferência ainda é uma habilidade que precisa ser mais trabalhada pelos professores com as crianças.

Também foram analisadas as produções de texto, no que se referem à reescrita de um conto conhecido, em que o aluno precisa garantir a manutenção dos episódios narrados e sua coerência, e a produção de um final de conto, que se constitui em uma tarefa mais difícil que a reescrita, já que as crianças devem produzir algo de sua própria autoria, porém mantendo a coerência e a coesão textuais, além do eixo de significação do texto original.

Essas questões de reescrita e de produção de final de conto têm por finalidade compreender o funcionamento do gênero narrativo em questão e as características da linguagem escrita. Para reescrever, a criança precisa recuperar o conteúdo, considerando a organização dos fatos e episódios de acordo com o gênero do texto que será reescrito, assim como foi apresentado no texto conhecido, inclusive a sua ordem sequencial.

Esses itens envolvem habilidades sofisticadas relacionadas às competências escritoras e pretendem avaliar o grau de maturidade dos alunos no final do ciclo de alfabetização.











3.4. APLICAÇÃO DA TEORIA DA RESPOSTA AO ITEM NA ANÁLISE DA PROVA DE LÍNGUA PORTUGUESA DO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
O processamento estatístico pela Teoria da Resposta ao Item (TRI), dos resultados da correção das questões da prova de Língua Portuguesa do 3º ano do Ensino Fundamental do SARESP vem sendo aplicado desde 2013 e seus resultados possibilitam posicionar as questões da prova na mesma escala que o SARESP adota para os demais anos e/ou séries escolares que participam dessa avaliação.

Considerando as características das provas de Língua Portuguesa aplicadas no SARESP para o 3º ano do Ensino Fundamental, o processamento estatístico fornece dados que além de estreita proximidade às conclusões do processo de correção, permitem refletir sobre o estágio de desenvolvimento das competências em Escrita e em Leitura.

O quadro seguinte representa os resultados do processamento para as questões de resposta construída propostas aos alunos do 3º ano do Ensino Fundamental no SARESP 2018 (M e T) numa escala (250,50), análoga à do SARESP e do Saeb. Como se conhece, a maioria delas investiga as habilidades associadas à competência escritora pois no SARESP, quando se trata de avaliar a alfabetização, a medida tem sido construída com predomínio de tarefas que investigam a competência escritora. Em menor proporção, as questões 6.1 e 6.2 aferem habilidades de leitura.

Considerando os intervalos que delimitam os níveis de proficiência do SARESP para Língua Portuguesa no 3º Ano do Ensino Fundamental, o quadro inclui também o posicionamento dos itens segundo os níveis de proficiência em que se ancoram.
Cabe lembrar que a classificação por níveis de proficiência leva em consideração os intervalos definidos para o 3º ano do Ensino Fundamental em Língua Portuguesa.


 


A seguir, são apresentados os dados estatísticos referentes aos itens de múltipla escolha integrantes das provas de Língua Portuguesa no 3º Ano do Ensino Fundamental do SARESP 2018.



O posicionamento dos itens na escala do SARESP, a exemplo dos demais anos escolares e disciplinas avaliadas no SARESP, permite interpretar pedagogicamente os pontos da escala. A descrição da proficiência em Língua Portuguesa, dos alunos do 3º ano do Ensino Fundamental está publicada na seção desta Revista Eletrônica dedicada à descrição da Escala de Proficiência em Língua Portuguesa.



4. ANÁLISE DA AVALIAÇÃO DAS PROVAS DO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL EM LÍNGUA PORTUGUESA NO SARESP 2018
O presente capítulo do relatório reúne informações e análises obtidas nos registros da avaliação (processo de correção) de questões da prova de Língua Portuguesa do 3º ano do Ensino Fundamental para o SARESP 2018. Para isso, foram selecionadas questões que exigiam maior atenção e conhecimento das crianças e a partir de exemplos são apresentados e comentados os resultados da correção. Por essas razões, esse material pode ser útil para subsidiar a trabalho pedagógico.


4.1. AVALIAÇÕES PARA A QUESTÃO 3 - TURMAS DA MANHÃ E TARDE
Essa questão avaliou o nível de conhecimento dos alunos sobre o sistema de escrita, ou seja, verificou como cada um compreendeu o funcionamento e as regras de geração da escrita. A escrita de um trecho de uma cantiga foi avaliada a partir dos seguintes aspectos e se desdobrou em dois itens:
  • sistema de escrita; item 3.1;
  • segmentação do texto em palavras; item 3.2.

    O que foi avaliado sobre o sistema de escrita e segmentação?
  • escuta da cantiga;
  • reconhecimento de repertório;
  • memorização da cantiga;
  • escrita da cantiga;
  • conservação da ordem das palavras;
  • escrita com correspondência sonora alfabética;
  • manutenção de grafia convencional;
  • garantia de segmentação convencional.
4.1.1. Modelo da Questão 3 e Análise de Exemplos de Provas da Manhã





Exemplo 1


Essa questão pretende avaliar como o aluno compreende o sistema de escrita e se ele escreve de forma segmentada, portanto, está dividida em dois itens. Como se pode observar este aluno contempla a nota máxima visto que escreve a cantiga com grafia convencional e também apresenta segmentação convencional do texto em palavras. Atinge, portanto, a nota A nas duas categorias de respostas, tanto no item 3.1 como no 3.2.


Exemplo 2


Neste outro exemplo, a criança ainda não apresenta totalmente a grafia convencional embora escreva com correspondência sonora. Também nota-se que apresenta problemas de hipossegmentação e hipersegmentação, escrevendo palavras juntas “vaipresopro”, ou separadas “ quar téu”. Dessa forma, atinge a nota B nas duas categorias de respostas, itens 3.1 e 3.2.


4.1.2. Modelo da Questão 3 e Análise de Exemplos de Provas da Tarde




Exemplo 1


Neste exemplo, como se pode observar este aluno contempla a nota máxima visto que escreve a cantiga com grafia convencional e também apresenta segmentação convencional do texto em palavras. A acentuação não é avaliada nessa questão. Atinge, portanto, a nota A nas duas categorias de respostas, tanto no item 3.1 como no 3.2.


Exemplo 2


Neste outro exemplo, observa-se que a criança ainda não apresenta totalmente a grafia convencional embora escreva com correspondência sonora. Também se nota que apresenta problemas de hipossegmentação, escrevendo várias palavras juntas “tafazendo”, “lavandoropa”. Dessa forma, atinge a nota B nas duas categorias de respostas, itens 3.1 e 3.2.


4.2. AVALIAÇÕES PARA A QUESTÃO 5 – TURMAS DA MANHÃ E TARDE
Esta questão verificou se, ao reescrever um conto, os alunos se apropriaram das características desse gênero em relação ao encadeamento dos acontecimentos narrados e se mantêm a coerência. Reescrever um conto conhecido é uma situação de produção textual com apoio: reescreve-se um conto cujas informações principais são conhecidas, pois estão presentes no conto. Dessa maneira, a referência para a produção é um texto escrito.

Quando os alunos aprendem o enredo de um conto, também compreendem algo da forma, pertinente a tipologia textual e percebem que a linguagem que se usa para escrever é diferente da que se usa para falar, utilizando-se dessa linguagem na reescrita, colocando-se como escritor do conto.

A questão 5 se desdobra em dois itens: 5.1 e 5.2.
  • Item 5.1 – Reescrita de um trecho final de um conto conhecido, garantindo a presença dos acontecimentos narrados. (Episódios)
  • Item 5.2 – Reescrita de um trecho final de um conto conhecido do ponto de vista da coerência textual.
O que garante a coerência do texto?
Prova da manhã
  • Os porquinhos saíram correndo para casa do irmão;
  • O lobo entrou pela chaminé;
  • O lobo saiu correndo.
Prova da tarde
  • Branca de Neve foi encontrada;
  • Branca de Neve é despertada;
  • Branca de Neve se casa.
Vale frisar que do ponto de vista da Coerência, item 5.2, o que foi avaliado foram as articulações dos principais acontecimentos que garantiam a manutenção básica dos eixos de significação em relação ao conto de origem, a contagem dos episódios já havia sido avaliada no item 5.1.

4.2.1. Modelo da Questão 5 e Análise de Exemplos de Provas da Manhã




Exemplo 1 - Prova da manhã


Neste exemplo podemos notar que a criança consegue garantir a presença de todos os episódios do conto original, conseguindo a nota A. Não há necessidade dos episódios estarem exatamente iguais aos do texto original.  No item 5.2 pode-se ver que o aluno conseguiu articular o texto, entre si e em relação ao que veio anteriormente, mantendo a coerência dos fatos contados na ordem em que aconteceram, conferindo ao texto produzido a nota máxima A.


Exemplo 2 - Prova da manhã

Neste exemplo pode-se ver claramente a presença de escrita, mas não a solicitada. A criança copia vários trechos da prova de modo aleatório, conferindo a nota E nas duas categorias 5.1 e 5.2.


Exemplo 3 - Prova da manhã


Neste exemplo podemos notar que a criança mantém a presença dos episódios do texto base, conseguindo a nota A no item 5.1. No item 5.2 pode-se ver que o aluno conseguiu articular o texto, entre si e em relação ao que veio anteriormente, porém com falhas que não chegam a comprometer a coerência total, por exemplo, “Os irmãos correram para casa do irmão, ele trancou a porta”. Essa falha não compromete o sentido total, porém atrapalha a coerência do texto, garantindo a nota B.


Exemplo 4 - Prova da manhã


Neste outro exemplo, no item 5.1 o aluno garantiu a presença de pelo menos quatro dos episódios narrados, garantindo a nota B. Já no item 5.2, a coerência aparece com as ideias parcialmente articuladas, provocando quebras ”O lobo sobe pela chaminé e soprou igual um foguete” e alguns problemas de compreensão, conferindo a nota C para esse item.

4.2.2. Modelo da Questão 5 e Análise de Exemplos de Provas da Tarde


Exemplo 1- Prova da tarde


Neste exemplo podemos notar que a criança garante a presença de todos os episódios do conto original, conseguindo a nota A.  No item 5.2 pode-se ver que o aluno conseguiu articular o texto, entre si e em relação ao que veio anteriormente, mantendo a coerência dos fatos narrados na ordem em que aconteceram, conferindo ao texto produzido a nota máxima A.


Exemplo 2 - Prova da tarde



Neste exemplo podemos notar que a criança garante a presença de alguns dos episódios do conto original, conseguindo a nota B no item 5.1.  No item 5.2, pode-se ver que conseguiu articular parcialmente o texto, entre si e em relação ao que veio anteriormente. Há quebra da coerência quando a criança não continua a história do ponto em que foi solicitada, mas começa um novo texto, repetindo os fatos “Era uma vez, Branca de neve nasceu, sua mãe morreu...”. Para esse texto a nota ficou em C.


Exemplo 3 - Prova da tarde


Este exemplo mostra claramente que nem sempre a manutenção dos episódios garante a coerência textual, isso porque, a coerência de um texto está atrelada à competência escritora e de como os fatos são articulados durante a escrita. No item 5.1, a criança garante a presença da maioria dos episódios que ouviu e consegue enumerá-los, garantindo a nota máxima A. Porém no item 5.2, articula parcialmente as informações, gerando problemas de compreensão ao leitor, porque o texto não é fluído, se observa que a criança ainda não se apropriou totalmente da linguagem que se usa para escrever, que é diferente da que se usa para falar.


Exemplo 4 - Prova da tarde



Neste exemplo, pode-se ver que a maioria dos episódios foram garantidos. Para essas situações as reescritas conseguiram a nota A, no item 5.1. Para o item 5.2, vê-se que o aluno articulou parcialmente as informações do texto, há pequenas falhas da narrativa original quando a criança escreve: “Os anões encontraram ela no chão e colocam no caixão”, conferindo a nota B para esse item.


4.3. AVALIAÇÕES PARA A QUESTÃO 6 – TURMAS DA MANHÃ E TARDE Esta questão pretende verificar se, a partir da leitura autônoma (isto é, sozinho, sem ajuda) de um texto informativo, o aluno consegue selecionar e inferir informações a partir do texto lido. A completude ou não da resposta não afeta o resultado, pois o que se quer saber é se a criança é capaz de ler ou não com autonomia. O aluno pode responder mostrando que entendeu o texto, mas apresentar erros na escrita das palavras. Isso também deve ser considerado, pois não se trata da análise da escrita e sim da compreensão do que ele lê.
A questão 6 se desdobra em dois itens: 6.1 e 6.2.
  • Item 6.1 – Leitura de um texto informativo: localização de informação explícita no texto;
  • Item 6.2 – Leitura de um texto informativo: inferência de informação implícita no texto.
Os temas dos textos informativos selecionados para a avaliação do 3º Ano do Ensino Fundamental no SARESP 2018 estão apresentados a seguir.

4.3.1. Modelo da Questão 6 e Análise de Exemplos de Provas da Manhã



Exemplo 1- Prova da manhã


Neste exemplo, observa-se que a criança responde a questão em relação à localização de informação explícita no texto; garantindo a nota A, no item 6.1. Entretanto no item 6.2, que exige uma inferência, a questão não foi contemplada, conferindo a nota B.


Exemplo 2 - Prova da manhã


Neste outro exemplo, observa-se que a criança consegue responder as duas questões de forma autônoma e correta. Tanto no item 6.1, quanto 6.2, a nota foi A.


Exemplo 3 - Prova da manhã



Neste último exemplo, o aluno mostra que não localizou as informações explícitas e tampouco foi capaz de inferir a informação implícita no texto. Para esses casos a nota é B, nos dois itens.


4.3.2. Modelo da Questão 6 e Análise de Exemplos de Provas da Tarde




Exemplo 1 - Prova da tarde



Neste exemplo, a criança consegue responder as duas questões de forma autônoma e correta, localizando as informações explícitas e implícitas no texto; Tanto no item 6.1, quanto 6.2, a nota foi A.


Exemplo 2 - Prova da tarde


Neste outro exemplo, no caso da escrita estar ainda não totalmente alfabética, as respostas ficam para os itens 6.1 e 6.2 com a nota B.


Exemplo 3 - Prova da tarde


Para o item 6.1, a criança confunde a informação explícita conferindo a nota B, no entanto no item 6.2 a nota é A, porque a resposta pode ser considerada de acordo com as informações do texto.


4.4. AVALIAÇÕES DA QUESTÃO 7 – TURMAS DA MANHÃ E TARDE

Esta questão pretende avaliar se os alunos sabem copiar, em letra manuscrita, um trecho de um conto, introduzindo a separação do texto em palavras, a pontuação e as maiúsculas. A pontuação, ao contrário da ortografia, não segue regras estritas. O trecho do conto pode ser pontuado de diferentes formas, sendo todas corretas. Em linhas gerais, não é aceitável a pontuação que, em lugar de facilitar a leitura, dificulte-a. Em relação à segmentação do texto em palavras, diz-se hipossegmentação quando o aluno escreve junto o que é para escrever separado; e hipersegmentação quando, no esforço de não “grudar” palavras, acaba separando o que se escreve junto.
A questão 7 se desdobra em três itens: 7.1, 7.2 e 7.3
  • Item 7.1 – Leitura de um trecho do conto “Chapeuzinho Vermelho” e transcrição do texto em letra manuscrita;
  • Item 7.2 – Transcrição do trecho do conto – segmentação do texto em palavras;
  • Item 7.3 – Leitura e transcrição do trecho do conto – uso de pontuação e de maiúscula.
4.4.1. Modelo da Questão 7 e Análise de Exemplos de Provas da Manhã



Exemplo 1- Prova da manhã


Neste exemplo, observa-se que a criança faz a transcrição do texto em letra manuscrita, segmenta em palavras e usa adequadamente a pontuação e letra maiúscula. Dessa maneira sua nota é A para os itens 7.1, 7.2 e 7.3.


Exemplo 2 - Prova da manhã

Neste outro exemplo, observa-se que a criança ainda não apresenta a letra manuscrita, o que confere a nota B para o item 7.1. No item 7.2, a nota é A, visto que há segmentação correta. Porém, no último item, 7.3, a nota fica em B, pois há apenas um sinal de pontuação e não existe a divisão em blocos de sentido.


Exemplo 3 - Prova da manhã

Neste outro exemplo, observa-se que a criança ainda não contempla nenhum item, visto que não utiliza letra manuscrita, não segmenta e não divide o texto em blocos de sentido. Para todos os itens a nota foi B.

4.4.2. Modelo da Questão 7 e Análise de Exemplos de Provas da Tarde


Exemplo 1- Prova da tarde

Neste exemplo, a criança faz a transcrição do texto em letra manuscrita, segmenta em palavras e usa adequadamente a pontuação e letra maiúscula. Dessa forma sua nota é A para os itens 7.1, 7.2 e 7.3.


Exemplo 2 - Prova da tarde

Neste caso, a criança apenas não escreve em letra manuscrita, mas faz a segmentação e usa adequadamente a pontuação. Sua nota no item 7.1 é B, mas nos outros itens, 7.2 e 7.3 é A.


Exemplo 3 - Prova da tarde

Este último exemplo, mostra um caso de escrita ainda não alfabética.


4.5. AVALIAÇÕES DA QUESTÃO 8 – TURMAS DA MANHÃ E TARDE
Esta é uma atividade que implica a produção de autoria de parte de um texto do qual o começo é conhecido. Os alunos são apresentados ao texto pelo professor, que o lê até uma parte previamente definida, sem chegar ao final. A tarefa é continuar o texto, de modo que a trama iniciada tenha continuidade e coerência.

Ao contrário do que se costuma dizer, não se trata de um mero exercício de criatividade. Para garantir a coerência do final do texto é fundamental a compreensão dos eixos de significação já estabelecidos no texto. Estes significados devem ser considerados – explicitamente ou não – para a elaboração de um final coerente.

Escrever um final coerente não significa, no entanto, não romper com expectativas criadas quando da leitura do início do texto. Ao contrário, é possível romper com elas, e, ainda assim, manter a coerência temática e textual. A produção de um final de texto do qual se conhece apenas a parte inicial é uma atividade de autoria. Portanto é mais complexa do que a reescrita de um texto conhecido, porque supõe que o aluno articule outro trabalho: o de criar o conteúdo temático de uma parte do texto, sendo essa criação orientada pelas características linguísticas e pelos eixos de sentido do trecho que se conhece do texto.

O que torna o final do conto coerente?

Prova da manhã:
O que o juiz decidiu?
  • Responder qual foi a boa sentença dada pelo juiz ao homem avarento.
  • Personagens: Homem rico, Camponês e Juiz. Foco: 3ª pessoa.

    Prova da tarde:
    O que havia ao invés do dinheiro?
  • Responder o que havia no lugar do dinheiro que permitiu descobrir o ladrão.        
  • Personagens: Mustafá, Said e Amir. Foco: 3ª pessoa.

  • O que garante a coesão textual?
  • Elementos que favorecem a coesão: mas, porém, na manhã seguinte, depois, então, enquanto isso, que, porque, como, assim, por causa, quando, logo depois, ele, ela...;
  • Elementos que prejudicam a coesão: daí, aí, né, “e” unindo enunciados e a repetição excessiva de palavras iguais;

  • O que foi avaliado na pontuação?
  • Uso correto de: vírgulas, pontos finais, emprego de maiúscula, parágrafo, travessão, dois pontos, interrogação, exclamação;

  • O que foi avaliado na ortografia?
  • Apenas a grafia, escrita das palavras: a acentuação conta como erro;
  • Não contam na avaliação: translineações, tempos verbais, concordâncias, regências, maiúsculas e segmentações que não prejudiquem a grafia (eueminha, meninabonita).

  • 4.5.1. Modelo da Questão 8 e Análise de Exemplos de Provas da Manhã


    Exemplo 1- Prova da manhã


    Neste exemplo da prova da manhã, pode-se ver que o aluno pontuou com nota máxima A em todos os itens. Do ponto de vista da coerência 8.1, conseguiu articular os trechos do texto garantindo a compreensão em relação ao conto original,  explicou qual a sentença dada pelo Juiz. No item 8.2, utilizou adequadamente elementos característicos da linguagem escrita (então, porque), mantendo a coesão. Em relação à pontuação, item 8.3, pontou o texto de forma adequada, incluíndo a pontuação medial, interna às frases, fazendo uso correto da vírgula. No item 8.4, que trata da ortografia, o aluno escreve com grafia convencional e possui pouquíssimos erros.


    Exemplo 2 - Prova da manhã


    Neste outro exemplo da prova da manhã, do ponto de vista da coerência 8.1,  o aluno não conseguiu articular os trechos do texto garantindo a compreensão em relação ao conto original, pois não explica o que houve, além de não mencionar as personagens, obtendo a nota C. No item 8.2, não utilizou adequadamente elementos característicos da linguagem escrita, há excessiva repetição da conjunção “e”. Em relação à pontuação, item 8.3, o aluno escreve com letra maiúscula, porém, não faz uso de pontuação medial e final, conferindo a nota B. No item 8.4, que trata da ortografia, o aluno escreve com grafia convencional e possui menos que quatro erros de grafia, obtendo a nota A.

    Exemplo 3 - Prova da manhã


    Para este exemplo, o aluno não articulou as ideias e informações do texto, entre si e em relação ao que veio antes –, resultando em alguns problemas de compreensão, portanto sua nota foi D. No item 8.2, a criança utilizou poucos elementos característicos da linguagem escrita para relacionar os enunciados, garantindo a nota B. Em relação à pontuação, item 8.3, o aluno obteve a nota B, já que fez uso da pontuação básica, porém não utilizou pontuação medial. No item 8.4, que trata da ortografia, o aluno escreve com grafia convencional, possui menos que quatro erros, o que confere nota A. 


    Exemplo 4 - Prova da manhã


    Neste exemplo, para o item 8.1, a criança conseguiu articular os trechos do texto, entre si e em relação ao que veio antes, ainda que com falhas que não chegam a comprometer o sentido global do texto produzido, portanto a nota é B. No item 8.2, utilizou adequadamente elementos característicos da linguagem escrita (que, e, ele), mantendo a coesão e conferindo-lhe nota A. Em relação à pontuação, item 8.3, não pontou o texto de forma adequada,  recebendo então a nota C. No item 8.4, que trata da ortografia, o aluno se arrisca mais e dessa forma comete alguns erros de grafia, portanto sua nota é B. 

    4.5.2. Modelo da Questão 8 e Análise de Exemplos de Provas da Tarde

    Exemplo 1- Prova da tarde


    Neste exemplo de uma prova da tarde, pode-se ver que o aluno pontuou com nota máxima A em todos os itens. Do ponto de vista da coerência 8.1, articulou os trechos do texto garantindo a compreensão em relação ao conto original,  conseguiu explicar o que havia na caixa. No item 8.2, utilizou adequadamente elementos característicos da linguagem escrita (então, que, ele), mantendo a coesão. Em relação à pontuação, item 8.3, pontou o texto de forma adequada, incluíndo travessões e dois pontos. No item 8.4, que trata da ortografia, o aluno escreve com grafia convencional e possui pouquíssimos erros.


    Exemplo 2 - Prova da tarde

    Para este exemplo, o aluno não articulou as ideias e informações do texto, entre si e em relação ao que veio antes –, resultando em alguns problemas de compreensão, portanto sua nota foi D. No item 8.2, a criança utilizou poucos elementos característicos da linguagem escrita para relacionar os enunciados, garantindo a nota C. Em relação à pontuação, item 8.3, obteve a nota C, já que não fez uso da pontuação básica. No item 8.4, que trata da ortografia, o aluno escreve com grafia convencional, possui muitos erros de grafia, o que confere nota C. 


    Exemplo 3 - Prova da tarde

    Este expemplo ilustra bem a falta de coerência em um texto, porque percebe-se que não há uma conexão direta com o texto original, dando a impressão de que a criança não compreendeu a história do conto que deveria continuar, assim no item 8.1, sua nota foi D. No item 8.2, o que se vê, em relação à coesão é que o aluno utilizou adequadamente elementos característicos da linguagem escrita (mas, para), mantendo a coesão. Em relação à pontuação, item 8.3, pontou o texto de forma adequada. No item 8.4, que trata da ortografia, o aluno escreve com grafia convencional e possui pouquíssimos erros, garantindo a nota A.


    Exemplo 4 - Prova da tarde

    Este outro exemplo ilustra bem como a avaliação dos critérios é feita de forma separada. No item 8.1, a nota C, mostra que a criança  conseguiu articular parcialmente as ideias do texto. Já no item 8.2, embora o texto esteja com problemas de coerência, não apresenta falhas na coesão, a criança consegue escrever de forma fluida, utilizando elementos básicos de coesão, obtendo a nota A. Para a pontuação, 8.3, a nota foi B, pois o texto traz uma pontuação básica, mas não faz uso da pontuação medial. Em relação à ortografia, escreve com grafia convencional, porém com mais de quatro erros e recebe a nota B.



    5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

    As análises gerais e específicas dos resultados das provas de Língua Portuguesa dos alunos de 3º ano de Ensino Fundamental no SARESP 2018 mostraram que o desempenho dos alunos melhorou bastante em quase todos os itens de avaliação, em relação aos anos anteriores. A média de proficiência em 2017 foi de 179,2%, enquanto que a de 2018 subiu para 189,7%. Esse aumento se deve principalmente à diminuição de alunos que estavam no nível abaixo do básico que era de 12,3%, em 2017 e passou para apenas 7,0% em 2018. Também houve um aumento de alunos que passaram de níveis inferiores para o nível adequado, sendo 44,5% em 2017 para 51,3% em 2018. Esse avanço torna-se um indicador relevante de que o trabalho para melhorar a proficiência dos alunos da rede pública de ensino, está no caminho correto.

    Nesse ano, as questões 3, 5, 6, 7 e 8 foram analisadas separadamente para que se tenha uma maior preocupação com as habilidades que são requeridas nesses itens. De fato, no cômputo final o que se observou é que os itens com menores índices da nota máxima foram relacionados às questões 5 e 8, que tratam da produção escrita e especificamente o item 6.2, da questão 6, que trata da leitura de um texto informativo: inferência de informação implícita no texto, já que houve dificuldade dos alunos em entenderem o que a questão havia proposto e também da pergunta permitir mais que uma possibilidade de resposta.

    Do ponto de vista da competência escritora, observou-se que as crianças tiveram melhor desempenho em aspectos relacionados ao sistema de escrita e também à segmentação, porém, em outros ligados à escrita e grafia das palavras, ainda requerem uma maior atenção. Quando uma criança percebe que se pode desenhar a fala, percebe que os sinais escritos representam os símbolos falados das palavras. Os símbolos escritos funcionam, portanto, como uma designação dos símbolos verbais. Assim, a linguagem falada aos poucos, é reduzida e abreviada quando a compreensão da linguagem escrita se estabelece, assim, a escrita deveria ter um significado relevante para a criança e dessa forma, ser ensinada, portanto, de forma natural.

    Em relação ao ensino de produção de textos, há de serem retrabalhadas a competência leitora relacionada à leitura e à compreensão de textos com enfoque nos eixos de significação textuais, que garantem a manutenção da coerência que compreende as habilidades para realizar diferentes tarefas de leitura, como a localização de palavras de informação explícita e a inferência de informação implícita, identificação da finalidade do texto, reconhecimento de efeitos de sentido de marcas de temporalidade e de elementos típicos de cada gênero textual. Embora a coesão não seja uma habilidade específica requerida no terceiro ano, ela faz parte da manutenção da fluidez textual, porque o uso adequado de elementos coesivos caracteriza a distinção da passagem da linguagem oral para a linguagem escrita.
    Já que a finalidade das avaliações do SARESP são as de oferecer indicadores para subsidiar a tomada de decisões dos educadores que nelas atuam, esse relatório pedagógico deve servir como norteador para futuras ações pedagógicas, que promovam melhorias no processo de ensino-aprendizagem nos Ciclos de Alfabetização, nas escolas públicas de São Paulo.

    Para tanto, a aquisição de conhecimento tem que ser baseada na atividade do sujeito em interação constante com os objetos de conhecimento, gerando o que se conhece por conflito cognitivo, que se estabelece em aprendizagem significativa. Dessa forma, a escrita e a leitura se constituem como objetos culturais e nesse sentido, os professores são, deste ponto de vista, mediadores da ação de aprendizagem, articuladores da transmissão de conteúdos, facilitadores das aquisições de competências e estimuladores das habilidades de cada um dos seus alunos.

     


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