Abaixo do Básico < 150
Compõe a descrição do ponto 125 da Escala de Língua Portuguesa – Leitura - SARESP

Tema 5 – Reflexão sobre os usos da língua falada e escrita

H23 - Identificar marcas de variação linguística de natureza social ou geográfica, no léxico mobilizado em um texto.









Comentário

O item avalia se o aluno identifica marcas de variação linguística de natureza geográfica, no léxico mobilizado em um texto. Para isso, ele precisa analisar os aspectos verbais e não verbais de uma História em Quadrinhos, cujo personagem principal é o garoto Chico Bento, e identificar a representação do dialeto “caipira”. Nessa HQ, Chico está escrevendo uma redação para sua professora, e seu texto é marcado por traços linguísticos de uma variedade da língua portuguesa considerada “fala marcadamente caipira”, comumente utilizada em algumas regiões do Brasil. Vale ressaltar que a fala desse personagem da Turma da Mônica é apenas uma representação, ou seja, é o modo que o autor Mauricio de Sousa encontrou de representar a “fala caipira”. Como exemplos desse dialeto regional, destacam-se no texto as palavras “bronquiá”, “fessora”, “intero” e “iscrivinhando”. O comando da questão solicita que seja identificada uma palavra escrita por Chico Bento que exemplifique esse falar regional.
O índice médio de acerto (95%) indica que a grande maioria dos alunos conseguiu realizar corretamente a tarefa, identificando a palavra escrita “fessora” como um exemplo do dialeto falado por Chico Bento. As palavras utilizadas nos distratores constavam na redação de Chico Bento, porém não podem ser consideradas tipicamente “caipiras”. Pelo contrário, são palavras encontradas tanto em espaços urbanos quanto em rurais. Quando se analisa o desempenho dos três grupos específicos, percebe-se que mesmo crianças do Grupo 1 tiveram facilidade para identificar, entre as palavras do texto, aquela considerada variação linguística de natureza geográfica (84,2%). Entre os distratores, o B foi o mais assinalado por estudantes dos três grupos, provavelmente porque, em sua redação, Chico utiliza alternadamente as palavras “fica” e “ficá”. Essa última é a representação do modo como algumas pessoas, ao falarem, deixam de pronunciar o “r” do verbo “ficar” no infinitivo: “manda a gente ficá sentando”, em lugar de “manda a gente ficar sentado”.
Nível Básico 150 a < 200
Compõe a descrição do ponto 175 da Escala de Língua Portuguesa – Leitura - SARESP

Tema 6 – Compreensão de textos literários
H28 Identificar o conflito gerador de uma narrativa literária, considerando marcas explícitas no enunciado.








Comentário
O item avalia se os alunos identificam o conflito gerador de uma narrativa literária, considerando marcas explícitas no enunciado. O texto-base da questão já inicia com a apresentação do elemento complicador (a mulher confessa que matou os peixes, mas “sem querer”), instaurando uma tensão crescente. Como se trata apenas de um excerto do texto original, não encontramos o clímax da história, isto é, o ponto de maior tensão da narrativa (quando o conflito chega ao ápice). Isso, todavia, não impossibilita o leitor de identificar o conflito e assinalar a alternativa correta. O índice médio de acerto (83,2%) indica que a maioria dos alunos conseguiu identificar que o problema principal da narrativa foi o fato de a narradora ter matado dois peixinhos vermelhos. Quando se observa o comportamento dos grupos específicos, percebe-se que mais da metade dos alunos do Grupo 1 respondeu corretamente à questão (59,5%); do Grupo 2, a grande maioria (89,3%); e, do Grupo 3, quase todos (97,8%). Entre os distratores, apenas o A apresenta uma informação que contradiz o texto, pois a narradora afirma que não tem coragem de matar coisa viva e até deixa de matar uma barata ou outra. Ainda assim, 10,7% dos alunos do Grupo 1 a escolheram como resposta à questão. Já os distratores C e D trazem afirmações que são coerentes com o texto, já que a narradora “tem o coração doce e é de confiança” e “nunca deixa criança ou bicho sofrer”, mas essas informações sobre ela não correspondem ao problema principal da narrativa.



Nível Adequado 200 a < 250
Compõe a descrição do ponto 200 da Escala de Língua Portuguesa – Leitura - SARESP

Tema 2 – Reconstrução dos sentidos do texto.

H06 - Localizar itens de informação explícita, distribuídos ao longo de um texto.








Comentário

O item avalia se o aluno consegue localizar no texto informação explícita relativa ao personagem histórico Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes). De caráter biográfico, o texto apresentado para leitura oferece resumidamente dados sobre sua personalidade, sua profissão e sua importante participação na Inconfidência Mineira. Para realizar a tarefa solicitada, entre várias informações apresentadas nas alternativas, o estudante precisa encontrar aquela que apresenta uma característica de Tiradentes coerente com o texto-base.

O índice médio de acerto indica que mais da metade dos alunos conseguiu realizar corretamente a tarefa (63,3%). No entanto, analisando o comportamento específico de cada grupo, observa-se que um pouco menos de um terço dos adolescentes do Grupo 1 escolheu a resposta correta (31,9%). Provavelmente, esses alunos tiveram dificuldades com a análise do gabarito e dos distratores e o confronto das informações neles contidas com os dados do texto-base. Em outras palavras, como era necessário ler as alternativas e retornar ao texto-base para analisar se apresentavam ou não informações contraditórias, alguns estudantes podem ter ficado confusos e se equivocado ao responder à questão. A porcentagem de alunos do Grupo 2 que optou pelo gabarito (59,5%) indica que o item se mostrou complexo para eles também. Com relação aos distratores, é possível observar que contradizem o texto-base, pois A afirma que Tiradentes “teve como única profissão a de dentista”, mas ele também foi militar, vendedor ambulante e minerador; C afirma que ele “denunciou seus companheiros de Inconfidência”, mas em nenhum momento o texto-base diz que Tiradentes denunciou seus companheiros inconfidentes; e D afirma que “foi libertado depois de ficar por três anos na prisão”, mas, depois desse período de prisão, foi enforcado, de acordo com o texto. De todas as alternativas incorretas, a A foi a mais assinalada por estudantes dos três grupos específicos, provavelmente por eles não terem compreendido o emprego do termo “única”, o qual restringia a vida profissional de Joaquim José da Silva Xavier a atividade de dentista.
Nível Avançado ≥ 250
Compõe a descrição do ponto 275 da Escala de Língua Portuguesa – Leitura - SARESP

Tema 4 – Reconstrução da intertextualidade e relação entre textos
H22 Inferir o efeito de humor produzido em um texto pelo uso intencional de palavras, expressões ou imagens ambíguas.








Comentário

O item avalia se o aluno consegue inferir o efeito de humor produzido em um texto pelo uso intencional de palavras e expressões ambíguas. Embora o texto apresentado para leitura seja um diálogo curto entre a professora e seu aluno Roberto, o item pode ser categorizado como de alta complexidade, devido: 1°) ao emprego das reticências – utilizadas para indicar que Roberto conjugou o verbo “ir” fazendo interrupções entre os pronomes e os verbos; 2°) à ambiguidade das expressões “Mais rápido, mais rápido!”; e 3°) à mudança, realizada pelo aluno, do verbo “ir” para o “correr”. Além disso, a palavra “equivocada”, utilizada no gabarito, pode ter aumentado ainda mais a complexidade da questão.

O índice médio de acerto indica que apenas 39,6% dos alunos realizaram com êxito a tarefa solicitada, compreendendo que o efeito de humor da piada havia sido provocado pelo entendimento equivocado de Roberto à solicitação da professora para que ele conjugasse o verbo “ir” mais depressa. Entre os distratores, apenas o A apresenta uma incoerência em relação ao texto-base, já que, diante da solicitação da professora, Roberto conjuga corretamente o verbo “ir”, embora com certa lentidão; B e C apresentam informações condizentes com o texto: a professora de fato pede a Roberto que conjugue o verbo “ir” (B) e pede que fale mais rápido (C). Analisando o comportamento de cada grupo específico, é possível fazer alguns apontamentos e levantar algumas hipóteses para os equívocos e prováveis dificuldades de leitura dos alunos na realização da tarefa. É relevante observar que, em todos os grupos, o distrator C (“a professora pedir para Roberto falar mais rápido”) foi o mais assinalado: no Grupo 1, por 36,2% dos alunos; no Grupo 2, por 41,6%; e, no Grupo 3, por 21,3%. Provavelmente, a opção por esse distrator indica que alguns alunos não compreenderam que o fato de a professora solicitar mais rapidez na conjugação do verbo não provoca diretamente o efeito de humor, e sim a maneira como Roberto interpreta esse pedido, já que ele entende que conjugando o verbo “correr” estará atendendo ao pedido dela: para ele, “ir” mais rápido corresponde a “correr”. Nos Grupos 1 e 2, a opção pela alternativa C, 36,2% e 41,6%, respectivamente, superou a opção pelo gabarito D, 13,2% e 29%, respectivamente.